Desde a substituição do Cristóvão pelo Milton Mendes, procurei analisar nosso novo comandante de forma muito otimista. Afinal, embora sua origem tenha sido a mesma de tantos profissionais que fazem “pousos temporários” em São Januário, bastando ser da lista “B” do senhor Carlos Leite, ele chegava também apoiado em condições que, há muito, cobrávamos de nossos comandantes: Capacitação.
Seus inúmeros certificados, que lhe garantem a maior preparação que um treinador pode ter no mercado mundial, fizeram com que esse humilde editor lhe desse um enorme voto de confiança, por achar que havia aprendido, em sala de aula, que planejamento e autonomia, são imprescindíveis para se obter resultados no futebol de hoje.
Dentro de campo, as primeiras impressões foram satisfatórias, com um Vasco apresentando mais disposição e algumas jogadas ensaiadas. Nada que nos deixasse muito otimistas, pois qualquer torcedor consciente do Vasco sabe de nossas deficiências.
Fomos desclassificados do Carioca e nos restou a esperança de que, com mais tempo para uma preparação adequada, e algumas contratações, poderíamos passar por dias melhores e apresentar, já no início do Brasileiro, contra o Palmeiras, um futebol organizado e mais produtivo.
Chegou o episódio da final do Carioca, onde Milton Mendes apareceu no Maracanã misturado com torcedores rivais e, mais uma vez, esse humilde editor externou sua solidariedade, pois entendeu que aquela atitude era condizente com a de um profissional de personalidade e seguro.
As expectativas para a estreia no Brasileiro, então, se não eram grandes, também não passavam por esperarmos um fiasco dessa magnitude, diante de um adversário que jogava e deixava jogar. Entretanto, já na escalação da equipe que iria entrar em campo, a pequena esperança que possuía se transformou em apreensão.
Passei a prever momentos de tensão, não pela qualidade do time, pois isso não era novidade, mas pelo fato de ver, que todo o trabalho que foi feito durante os 22 dias, baseado na implementação de um novo esquema, treinado à exaustão, até mesmo sob protestos de alguns jogadores, havia sido deixado de lado por um comandante inseguro (para não dizer covarde) e uma diretoria vendida aos interesses de um empresário.
É claro que vão dizer que o treinador também testou outros esquemas e que o 4-3-3, o 4-2-3-1, o 4-4-2 ou qualquer outro que possua 4 defensores já estava assimilado na mente dos atletas relacionados, ou, ainda, que não possuímos um terceiro zagueiro de origem para compor o esquema treinado.
Pura falácia. O jogo provou que não!!! Porquê?
- Porque o que vimos foram erros básicos, como infindáveis buracos na zaga, que possuía 2 zagueiros e, em muitos momentos, posicionava seus componentes abertos, como se possuísse 3;
- Porque o que vimos foram laterais trabalhando como alas e esquecendo que em um esquema com 2 zagueiros, eles precisavam sair alternadamente e recompor com rapidez;
- Porque o que vimos foram volantes não executarem a cobertura das laterais, ainda mais necessária em um esquema com apenas 2 zagueiros.
Por outro lado, ficou claro que a escalação do Matheus foi orquestrada pela diretoria, para beneficiar seu agente, que está sendo questionado pelo agenciado e queria mostrar serviço. Agora pergunto: é para isso que temos um treinador? Para se curvar? É para isso que temos uma base? Para se jogar na fogueira, como fizeram com o Paulo Vitor? Não posso crer.
Jogamos expostos e nos perdemos. Culpar o Jomar? Podemos. Afinal, individualmente, ele errou demais. Exaltar o Palmeiras? DEVEMOS. Afinal, é o melhor time do Brasil atualmente. E não tem nada a ver com isso. Mas os principais culpados desse vexame, na minha opinião, foram: o Milton Mendes, que não teve a segurança para colocar em prática o que treinou durante 3 semanas; a diretoria, mais uma vez, por se mostrar nula e incompetente, que demora a se mexer e apenas o faz quando não há mais tempo; e todos aqueles que apoiaram a volta desses diretores.
Em tempo, hoje alguns reforços foram comunicados, estrategicamente para abafar a repercussão do vexame e para mostrar que a diretoria está trabalhando. Mas a verdade é que, como sempre, ela trabalha de forma reativa, retrógrada e em desalinho total com a necessidade de um clube com a grandeza do Vasco da Gama.
Agora, precisaríamos de mais 22 dias (que não teremos) para trabalhar e lapidar essas contratações e as outras que, atrasadas, ainda chegarão.
Então, que venha o Bahia e seu retrospecto de estreia goleando.
Saudações Vascaínas.
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