Até hoje me lembro do dia que meu pai me levou a primeira vez em São Januário. Era um domingo de sol e um Vasco X Itaperuna pelo estadual de sei lá que ano. Fiquei louco. Pulei, gritei, cantei e me vi apaixonado à primeira vista. Pronto, ele não precisava fazer mais nada. Ali, naquele dia, nasceu um vascaíno inveterado e apaixonado pela Cruz de Malta.
Ontem, inverti meu papel. Passei de filho a pai com a intenção de fazer a alegria de um menino que gostava do Vasco, mas ainda não tinha sentido a emoção de um estádio. Sim! Ele já havia ido a São Januário e ao Maracanã, mas seus poucos meses e anos ainda não tinham deixado a emoção aflorar.
Mas ontem não. Alforria concedida pela mamãe preocupada, fomos nós. Programa de meninos. Compramos camisa nova pra ele, compramos o ingresso, entramos na sala de troféus, visitamos o Sr. Artur do Restaurante, vimos alguns amigos nas Sociais, chegamos no fim do jogo preliminar e, na hora que ele viu aquele campo e o VASCO escrito na arquibancada à sua frente, vi a alegria e o brilho nos seus olhos.
Até o início do jogo principal, foi aquele roteiro infantil e de pai babão: fotos, biscoito, mate, tudo preparando para a hora da verdade. E ela chegou!
Bastaram algumas batidas no surdo e início dos gritos da torcida que ele foi junto, levado pela alegria e emoção. Pulava, batia palmas, cantava VAAASSCCOOOO (mesmo que o canto da torcida fosse outro) e eu vi que ele faria parte daquele grupo de apaixonados para sempre pela Cruz de Malta. Pronto! Fiz o meu papel.
E, no auge dos seus 4 aninhos, gritava gol à cada bico pro lado. Não entendia muito do jogo, mas eu não queria um comentarista do meu lado, eu queria mais um apaixonado. E acho que fiz muito bem!
Um sábado à tarde, ensolarado, quente e de futebol fraco, mas que, com certeza já está guardado na cabeça do filhote. A volta pra casa foi gritando VAAASSCCOOO na cadeirinha do carro, até o sono lhe vencer. Sei que os sonhos foram bons e, como todo bom torcedor, serão eles que lhe moverão, junto com as lembranças de muitas idas à Colina gritando e torcendo por um Vasco grande e apaixonante.
Fico feliz em fazer o meu papel.
E você? Qual a sua lembrança? Qual o seu papel? O que podemos fazer para aumentar essa paixão e fazê-la ser eternizada? Para manter o vasco vivo, nada melhor do que seguir o nosso mantra:
“ENQUANTO HOUVER UM CORAÇÃO INFANTIL, O VASCO SERÁ IMORTAL”.
P.s. 1: Melhor ainda foi nos rever no mundo louco da Internet em um vídeo de uma pessoa alheia ao nosso mundinho de amigos, refletindo e gostando do nosso amor.
P.s. 2: Que dificuldade é essa desse time fazer gol???
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