Não é de hoje que o debate sobre treinadores e suas escolhas permeiam os mais acalorados debates em mesas de bar e rodas de amigos.

Já foi cantado em prosa e verso que temos quase 200 milhões de treinadores no país. Quando se fala em seleção brasileira, todos se juntam. Quando se trata do time de coração, há algumas separações. Mas quem nunca comentou com um amigo-torcedor de adversário sobre as escolhas dos treinadores dos times “deles”.

Há muitos anos o Vasco vem perdendo a sua identidade na formação e geração de treinadores. Mas houve uma única exceção nos últimos anos: Cristóvão Borges. Foi na Colina que ele iniciou a sua carreira (apesar do infortúnio de um problema de saúde do treinador à época) e foi somente aqui que apresentou alguns resultados importantes na sua breve história fora de campo.

Cristóvão apresentava variações táticas e alterações nas escalações de acordo com o adversário e o tipo de jogo que enfrentava. Houve jogos em que fizemos grandes apresentações com quatro cabeças-de-área na escalação titular. Na contramão, houve jogos com apenas um homem de contenção mesmo ao enfrentar adversários poderosos.

É certo que o elenco de 2011 e 2012 era muito qualificado, mas perdemos no Brasileirão e na Libertadores para o mesmo time, que tinha um treinador muito mais experiente em seu banco: TIite. Mesmo assim, não é nada assustador dizer que tivemos superioridade nos confrontos diretos e que perdemos por míseros detalhes.

Não podemos ser injustos e dizer que Cristóvão apenas continuou o trabalho do treinador anterior. Ele teve méritos, mas também não podemos dizer que ele criou tudo e manteve ao longo de quase 18 meses. Isso posto, os resultados que seguiram em sua breve carreira, somente comprovam que ele se perdeu em suas escolhas na carreira e na beira do campo.

O time do Vasco hoje ainda não possui uma condição tática forte como tinha o time do Jorginho, mas também não consegue fazer fluir o diferencial que esse time de 2017 tem sobre o de 2016, que é a qualidade técnica superior.

Não tivemos uma pré-temporada decente, visto que o Torneio da Flórida só serviu para botar jogadores em campo, sem tempo para treinos táticos que deveriam ser realizados em alternância com os treinos físicos. Mas, águas passadas, tivemos uma semana de treinos antes do clássico da semifinal da Taça Guanabara e teremos mais uma antes do confronto da Copa do Brasil contra o perigoso Vitória-BA. Vamos ver no que vai dar, o que será alterado.

Dar um voto de confiança ao CB ou criticá-lo até sua queda antes do Brasileirão? O dilema de 2017 assombra cada vascaíno e, a cada semana, só aumenta a força ao ecoar nas nossas mentes. Só temos uma grande certeza: esse time poderia jogar bem mais do que vem fazendo e peças há para se alterar o que vemos em campo.

SAUDAÇÕES VASCAÍNAS !