As administrações vascaínas tanto fizeram nesses últimos 18 anos, que conseguiram aquilo que uma torcida nunca espera de seu clube: ser goleado por seu maior rival.

Essa goleada foi costurada pela enorme diferença que vem acontecendo entre a administração do futebol dos dois clubes.

Enquanto o Flamengo construiu sua reestruturação administrativa-financeira sem tirar os olhos do futebol, o Vasco mostrou uma incompetência incomparável nas decisões tomadas na administração do seu principal esporte.

Muitos irão dizer que o problema está na falta de credibilidade financeira, na falta de patrocinadores, nas penhoras, entre muitos outros argumentos que, embora possam realmente comprometer a capacidade de investimento do clube, não justificam a má qualidade das decisões tomadas.

A incompetência na formação de sua equipe é tão grande, que a ideia que se tem é que mesmo com o maior orçamento do futebol brasileiro, essa diretoria teria ainda assim montado a equipe errada.

O Vasco contrata mal, dispensa mal, vende mal. E, para não sermos injustos, temos que ressaltar as vindas de Fernando Miguel, Leandro Castán e por fim, do próprio técnico Luxemburgo. Do resto, aqueles que valem realmente a pena, vieram da base.

Mesmo aqueles se sobressam pela regularidade, como Raul, Marcos Junior e Rossi, em uma equipe de ponta que pudesse competir com o atual rival, seriam meros coadjuvantes.

Por sua vez, diferentemente das equipes montadas pelos péssimos técnicos que antecederam Luxemburgo, essa equipe se doa. Luta e leva o seu pouco futebol, a um patamar superior ao que poderia apresentar normalmente. Isso contribuiu para que ontem, fizéssemos um primeiro tempo razoável, com algumas boas chances perdidas por nossos jogadores.

Em uma falha de marcação, porém, ao final do primeiro tempo, permitiu que o Flamengo abrisse o placar em chute preciso de Bruno Henrique. No lance, uma desatenção de Raul permitiu que Bruno Henrique desse uma volta em torno dele e recebesse de volta o passe para chutar, em mais uma marcação frouxa de Lucas Mineiro.

Aliás, sempre que Lucas Mineiro está em campo, o Vasco leva esse tipo de gol. É recorrente e previsível.

O segundo tempo voltou com um Vasco acuado por um Flamengo que partiu para decidir a partida. A marcação do primeiro tempo não funcionava mais e o Vasco não assustava. O Flamengo então tanto tentou que o segundo gol não demorou a sair. Em bola metida pelo competente Cuellar, Bruno Henrique, mais uma vez penetrou e levando sorte após tentativa de corte de Richard, conseguiu que a bola ultrapassasse o goleiro vascaíno, indo em direção ao gol.

Ducha de água fria para a equipe do Vasco, que sentiu o gol e murchou em campo. Porém, em um lance também de sorte, agora para a equipe vascaína, após cruzamento pela direita, a bola toca na mão de Thuller dentro da área. Pênalti marcado pelo VAR, que acenderia as esperanças da equipe e da torcida do Vasco.

Pikachu bateu displicentemente e o goleiro Diego Alves salvou, colocando para escanteio. Por sorte, na batida do escanteio, o zagueiro Leandro Castán consertou o erro de Pikachu e marcou de cabeça.

O gol reacendeu a partida, o Flamengo tratou de se impor novamente e o terceiro gol não demorou a acontecer. No lance, Bruno Henrique, sempre ele, recebeu bom cruzamento de Gerson e cabeceou para excelente defesa de Fernando Miguel. No rebote, entretanto, Gabigol completou para o gol.

O placar de 3 x 1 seguiria até o final se, mais uma vez, o VAR não tivesse entrado no jogo. Em lance dentro da área do Flamengo, Arrascaeta se embola com Leandro Castán. Pênalti para o Vasco e mais um desperdício, agora de Bruno Cesar. Melhor para o goleiro Diego Alves que acabou consagrado.

Praticamente no lance seguinte, o feitiço virou contra o feiticeiro. Pênalti infantil de Oswaldo Henriquez, convertido por Arrascaeta, dando números finais em um clássico que ficou marcado pela disparidade técnica entre as equipes, que vem se acentuando ao longo dos anos, face a letargia e incompetência nas decisões da administração vascaína.

Há de se ressaltar, porém, que um personagem vascaíno não merecia tal desfecho. Leandro Castán, capitão do Vasco, talvez tenha feito sua melhor partida pelo clube. Praticamente não cometeu erros em sua faixa de campo, fato que é estranho em um jogo de 4 x 1. Além disso, partiu para o ataque, comandando uma tentativa de reação vascaína. Fez gol de cabeça, obrigou Diego Alves a defesas importantes em lances seguintes e ainda sofreu o pênalti desperdiçado por Bruno Cesar. Mas como futebol é equipe, e equipe o Vasco não tem para fazer frente ao Flamengo, ele foi goleado como qualquer um.

Os jogadores em si não possuem culpa pelo futebol que não têm. Lutaram e se superaram, o que é louvável e fruto do trabalho de Luxemburgo. Entretanto, muitos não possuem a menor condição de vestir o manto Vascaíno.

Agora é levantar a cabeça e seguir na nossa luta, nos nossos objetivos, que estão longe da parte de cima da tabela. Que os lesionados e suspensos voltem e que essa derrota sirva de lição para a diretoria colocar alguém competente decidindo o futuro do futebol do Vasco, antes que todo o esforço para reestruturar as finanças do clube seja jogado fora com mais um rebaixamento.

O VASCO PRECISA DE CONTRATAÇÕES URGENTES!!!

Saudações Vascaínas