O sentimento do vascaíno com São Januário é incomparável. Não há clube que tenha uma relação tão umbilical com seu estádio.

São Januário não é um estádio, é um palco da maioria das grandes vitórias vascaínas. Não as realizadas em finais, já que a maioria acabou indo para o Macaranã. É a vitória no trabalho do dia a dia, a vitória da conquista de um sentimento de amor de uma criança, a vitória de construir um ícone quando todos o ameaçavam de exclusão.

A história de São Januário já foi contada e cantada em prosa e verso durante os 90 anos de sua existência em milhares de textos que sequer temos condições de nos equiparar. Mas ontem mais um capítulo de sua história de conquistas improváveis e de vitórias com gosto de garra e sangue.

Nosso combalido time, com novo comandante (terceiro no ano), sem grandes opções de elenco e com uma disparidade técnica e de formação gritante em relação ao rival, venceu o 2º colocado no Campeonato Brasileiro, o time com “melhor futebol do Brasil” segundo alguns especialistas e a mídia. Venceu na garra, na vontade, na técnica, e, sim, com uma aplicação tática impressionante, e isso tudo com um estádio “frio”, sem o apoio e o gás extras que a torcida pode dar.

Sem torcida??? Não, não foi. Do lado de fora de São Januário uma legião de torcedores, estes sim, vascaínos de verdade, os únicos penalizados com a punição que os vândalos nos fizeram pagar, cantavam, gritavam, empurravam o time, conseguindo a proeza de que os atletas, imprensa e até as transmissões de rádio e televisão conseguissem captar o áudio de maneira que tinham que explicar aos demais espectadores o porquê de haver áudio de cantos em um estádio sem torcedores. E a foto que acompanha esta coluna é de arrepiar.

Mais uma vez houve um milagre de São Januário. A vitória inconteste (tivemos mais chances de gols do que eles, apesar do domínio territorial e técnico do Grêmio), a torcida revivendo seus momentos de glória e amor, o time tendo organização tática, Mateus Vital fazendo gol….

Alguma coisa me diz que o “Sobrenatural” agiu na Colina Histórica e, não havendo nada que possa contestar, São Januário ganhará todos os créditos por minha parte.

Ah, que falta que você fazia, São Janu.

P.s.: deixo para a próxima coluna a avaliação de jogadores e sobre o jogo em si. Nada mais era tão importante.

P.s.: os créditos para imagem não virão, pois não tenho condições de confirmar a sua origem real, mas seguem nossos parabéns por captar e nos arrepiar com ela.

/+/ SAUDAÇÕES VASCAÍNAS /+/