Era uma vez um menino criado nas quadras e campos de São Januário. Desde os 08 anos de idade tem a glória e suporta as pressões de vestir uma camisa tão honrada e vitoriosa.

Cresceu sendo comparado a uma joia. Sempre elogiado por sua qualidade técnica apurada e diferenciada em relação aos demais. Dono de um chute potente e uma qualidade de passe espetacular, foi alçado aos profissionais cedo e cercado de muita expectativa.

Mas, como num enredo de uma história bem dramática, não rendeu o esperado logo que surgiu no profissionais. Fez partidas abaixo da crítica e foi vaiado e criticado justamente onde cresceu: São Januário. Voltou aos juniores, alternou períodos nos times “de baixo” e “de cima”, ficou “mais cascudo”, aumentou a sua força física para conseguir jogar melhor nos profissionais e, principalmente, ganhou mais força mental para poder competir entre os profissionais.

No fim de 2017 o início da sua “virada”. Em Santos, na Vila Belmiro, contra os donos da casa, um chute espetacular. Quase que uma redenção para um menino que estava sufocado pelas críticas e pela cobrança para ser grande. Ajudou o time a virar um jogo, mas virou a sua carreira juntamente.

Evander passou a jogar melhor. Entrou mais vezes no time e ganhou personalidade. Continua, sim, tendo partidas em nível inferior, mas evoluiu muito, principalmente na parte tática e na sua competitividade. Surge agora uma esperança de realmente vermos aflorar todo o seu potencial dito pelos diretores das categorias de base.

O menino se destacou logo no primeiro jogo importante do ano. Fez gols, foi bastante participativo e, principalmente, não deixou que os elogios subissem à cabeça. Pareceu sempre estar muito tranquilo nas entrevistas no pós-jogo.

A partir de agora, essa será a sua vez, Evander. Mais do que nunca você terá a sua chance de provar o quão bom você poderá ser. Terá tranquilidade de não ter um concorrente para a posição que você jogou a vida inteira, na base. Terá o apoio de uma torcida que é chata, sim, mas que sabe reverenciar as suas joias. Aprenda muito com os mais velhos, ganhe força mental para competir e, principalmente, honre a camisa que veste. Se não for na técnica (que você tem), que seja na raça!

E, assim, a Cruz de Malta te guiará pelos mais gloriosos caminhos que você poderá ter.

/+/ SAUDAÇÕES VASCAÍNAS /+/