Ontem à noite, no Estádio Nilton Santos, o Vasco derrotou o Botafogo por 3 a 2, num jogo eletrizante, de algumas falhas individuais, mas de bom nível técnico. Com a vitória, a equipe cruz-maltina voltou ao G-4 do Brasileirão e está a apenas 3 pontos do líder, Internacional, com um jogo a menos.

Bastante criticado pela torcida e, inclusive, por nós, do Saudações Vascaínas, no tocante às escalações, substituições e propostas de jogo, o técnico Ramon Menezes surpreendeu ao mandar a campo, como titulares, jogadores como Marcos Jr. e Ribamar, alvos de nossos apupos constantes no atual elenco. Mas, imprevista mesmo foi a estratégia elegida pelo treinador, que envidou seus comandados ao ataque desde o início, como forma de conter os avanços do adversário e tentar decidir a parada o quanto antes.

 

O fato é que, quando o folclórico atacante cruz-maltino anotou seu gol, aos 35 minutos, após cruzamento de Benítez e falhas dos defensores alvinegros, o Vasco já era bem superior em campo, dominando as ações e perdendo chances (houve até gol anulado por impedimento de Talles), apesar de conceder espaços ao contra-ataque, principalmente pelo lado direito da defesa. Tanto que o técnico adversário promoveu duas substituições antes do intervalo.

O segundo tempo foi outro: o Botafogo logo empatou o jogo, em chute de Babi, livre de marcação e contando com o inepto “golpe de vista” de Fernando Miguel. Esse gol simbolizou a dinâmica da etapa final, já que o adversário passou a estar melhor postado na marcação, não dando a mesma liberdade aos atacantes vascaínos e, ofensivamente, “deitava e rolava” em cima dos inoperantes Fellipe Bastos e Pikachu, além de Miranda, substituto do lesionado Ricardo. Parecia questão de tempo para levarmos a virada!

 

Mas eis que temos dois argentinos ESPETACULARES no time: aos 25 minutos, Benítez fez um lançamento preciso na direção de Cano, que cabeceou com força e precisão, no ângulo de Cavalieiri, que espalmou a bola; na sequência, a “máquina de gols” (@fifa.com) pegou o rebote e anotou o seu sétimo tento no Brasileirão. Um minuto depois, o jovem Ygor Catatau, que entrara no lugar de Ribamar, acertou chute muito bem colocado e ampliou o placar. Após 10 minutos de perplexidade com a reação vascaína, o Botafogo voltou a dominar, fez um gol em mais uma falha de marcação e só não empatou a partida graças a uma defesa soberba de Fernando Miguel.

É preciso aprender (e criticar) também nas vitórias: o Vasco teve bom desempenho graças à mudança na postura do time, que buscou o ataque desde o início, ao contrário do que vinha fazendo. Ramon Menezes precisa saber usar as peças que tem à disposição e ousar sempre que possível. O resultado nos foi favorável – ótimo. Mas o Vasco precisa evoluir e jogar os 90 minutos, sob pena de desperdiçar pontos essenciais para a sua classificação final no campeonato.

/+/ Saudações Vascaínas /+/

Fernando Miguel: falhou no gol, mas se recuperou com uma linda defesa em chute à queima-roupa, que garantiu a vitória. Nota 7.
Pikachu: até começou bem, apoiando o ataque, embora deixasse espaços para o contra-ataque; no segundo tempo, levou um baile dos atacantes alvinegros. Nota 4.
Leandro Castán: mostrou a segurança de sempre. Nota 7.
Ricardo Graça: não teve muito trabalho no primeiro tempo e se lesionou logo no início da etapa final. Nota 6. Deu lugar a Miranda, que entrou frio e teve muitas dificuldades na marcação. Nota 5.
Henrique: o de sempre, inoperante no apoio ao ataque, mas seguro na defesa. Nota 6.
Marcos Jr.: a grata surpresa da noite! Fechou espaços, se movimentou muito e ainda participou da jogada que resultou no gol de Ygor. Nota 7.
Fellipe Bastos: lento e confuso na marcação; só Ramon pode justificar sua permanência entre os titulares. Nota 4.
Benítez: o argentino joga muito! Dominou o meio-campo no primeiro tempo e, na etapa final, quando o time parecia dominado, achou um lançamento espetacular para o gol de desempate. Nota 9. Exausto, saiu quase no fim para a entrada de Neto Borges, que não teve tempo de tocar na bola. Sem nota.
Ribamar: outra surpreendente atuação, premiada com gol de oportunismo. Nota 6. Foi substituído por Ygor Catatau, que fez um belo gol. Nota 6.
Talles Magno: teve boa movimentação, principalmente no primeiro tempo, quando foi pra cima dos adversários e até fez um gol, bem anulado. Nota 6. No final, foi trocado por Bruno César, que também não teve tempo de participar do jogo. Sem nota.
Germán Cano: Fazer gol é com ele mesmo, mas “la maquina” também deixou os marcadores confusos com suas inversões de posição em campo. Nota 8.

Ramon Menezes: merece elogios pela proposta de jogo, mas críticas pela insistência em Pikachu e Fellipe Bastos. Nota 6.