No dia 18 de janeiro de 2018, Alexandre Campello, até então candidato a vice-presidente de Julio Brant, rompeu com a chapa e, em seguida, anunciou que concorreria como presidente pela chapa de Eurico. Um golpe de mestre. Saiu de vice “decorativo” para a presidência e fez com que a maior parte dos beneméritos indicados pela Sempre Vasco (chapa de Brant) migrasse seu apoio para a chapa que ocupava o segundo lugar no pleito, a Reconstruindo o Vasco, cuja maior figura era Eurico Miranda.
Aturdido pela súbita mudança de posição de seu braço direito, Brant pouco teve a fazer no teatro de marionetes que foi a eleição pelo conselho. Então, pela primeira vez na história do clube, os beneméritos viravam as costas para os sócios, deflagrando o que há de mais nojento na política vascaína: A busca pelo poder acima até mesmo do bem para o Vasco.
Dessa forma, Campello foi eleito. Junto com seus companheiros da Identidade Vasco (principais articuladores da manobra que o levou a cadeira de presidente) montou, às pressas, um grupo de VPs para serem responsáveis pelas pastas vascaínas. Como fora algo arquitetado de supetão, um dia antes da eleição, pouco tempo se teve para o planejamento dos próximos 3 anos de gestão (o que ficou bastante evidente nesses primeiros 4 meses de Campello no poder).
Por outro lado, antes da fusão de Identidade Vasco e Reconstruindo Vasco, com medo de perder o pleito para Julio Brant e nunca mais conseguir ocupar um cargo no quadro de honra vascaíno, Eurico se movimentou. Garantiu que a gestão vindoura não pudesse trazer um novo fornecedor de material esportivo, firmando um contrato duvidoso com a Diadora (empresa que sequer estava preparada para fornecer material). Da mesma forma, assinou um contrato de patrocínio máster com uma empresa fantasma, a Lasa. O que garantiria grandes empecilhos a Julio Brant nos primeiros meses de gestão.
O feitiço voltou-se contra o feiticeiro. Campello acabou eleito com apoio de Eurico e herdou as armadilhas destinadas a Brant. Vendo-se a frente de uma nau propositadamente furada e com risco de ter seu nome (ainda mais) manchado frente a história vascaína, Campello decidiu fazer o certo e mostrar os reais responsáveis pelo terrível momento do antes Gigante da Colina. Expôs todas as manobras de Eurico e seus malabarismos financeiros para manter seus proveitos e o clube. A exposição do momento financeiro vascaíno fez com que o grupo de Eurico manifestasse abertamente a insatisfação com a gestão que ajudou a colocar no poder. A Identidade Vasco, agora muito próxima dos Miranda, também entendeu tal posição como traição.
Com essa veia aberta, as frágeis alianças se distanciaram. A derrota por 4 a 0 contra o Cruzeiro pela Libertadores, com consequentes manifestações contra o atual e antigo presidente e consequente exaltação de Brant vindas da torcida, escancararam as desavenças. No dia seguinte, membros de organizada com uniformes que, segundo a imprensa, pertence a grupo apoiado pela Identidade Vasco, invadiram São Januário com cobranças a jogadores e comissão técnica (problema esse habilmente contornado por Zé Ricardo).
Agora, Campello encontra-se isolado a frente de um clube com imensas dividas e pouca projeção de retorno (dado que a maior, Paulinho, foi vendida por preço bem menor que o esperado). O grupo de Roberto Monteiro o pressiona para voltar atrás (se é que isso ainda é possível) e reparar o relacionamento com os Miranda. Enquanto isso, o Vasco definha. Agora sem VP de Futebol e Patrimônio.
A melhor maneira do atual presidente seguir seus passos para expor os vilões que ocuparam a presidência vascaína é trazer aliados improváveis como Horta (que se negou a fazer parte da gestão por causa da presença do grupo liderado por Monteiro) e Brant. Certo é que Campello está sozinho por ter virado as costas para todos aqueles que o apoiaram até o momento (sejam corretos ou não). Brant, Monteiro e Eurico acreditaram, em algum momento, no médico e foram usados para a obtenção de poder. Resta saber o que Campello estaria disposta a abrir mão para não enfraquecer-se ainda mais e deixar uma mancha indelével em seu nome.
Por fim desse enorme texto, o momento é de pensar no Vasco, acima de egos. O Vasco é maior do que a nojenta político que o tomou de assalto. Peço com todas as forças que tanto presidente como oposição (Brant e Horta) deixem as desavenças de lado e possam sentar e conversar. Fazer algo que seja bom para a coisa mais importante que está em jogo, nosso primeiro amigo, Vasco da Gama.
Saudações Vascaínas
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