Há algumas semanas, escrevi nesta coluna sobre a impressionante semelhança que o time do Vasco possuía com seu técnico e o título foi “PURA COVARDIA, ZÉ RICARDO”. Antes dessa matéria, já havia publicado outra, pedindo para que nosso comandante fosse mais ousado (“Ouse, Zé Ricardo”), antevendo que essa estratégia não daria certo.

E mais uma vez o Vasco pagou o preço por essa falta de protagonismo.

Muitos vão pensar que se trata de impaciência ou implicância com o técnico, mas a verdade é que, após essas 11 rodadas de invencibilidade, o que conseguimos foi perder o direito de empatar em pontos com nossos adversários, uma vez que sempre mantivemos a equipe com mais vitórias do que empates e isso nos dava uma certa vantagem na tabela.

Hoje, com o mesmo número de vitórias (ou menos) de nossos adversários, e com o péssimo saldo de gols que possuímos, seremos presas fáceis em um possível desempate, o que torna a disputa pela vaga na Libertadores, cada vez mais distante.

Analisando a fraca atuação da equipe ontem, contra o Atlético-PR, um time no máximo razoável, voltamos a ter a mesma impressão: a de que independentemente da formação em campo, o que inundou a equipe foi a proposta de apenas se defender.

Até mesmo a entrada de Evander no segundo tempo, quando ainda empatávamos em 1 x 1, não foi suficiente para reverter o quadro que se anunciava. E isso está diretamente relacionado com a estratégia montada no início da partida. Aliás, bem diferente da montada para o jogo contra o Santos, quando entramos com uma postura de jogar em igualdade de condições e fomos superiores na maior parte do tempo e merecedores da vitória.

A utilização dessa estratégia covarde, acrescida da escalação errada de algumas peças e das substituições que não surtiram efeito, culminou em uma derrota incontestável com mais uma atuação pífia.

E ficam as perguntas:

– Depois de 5 empates quando tentamos segurar um placar (1×0) e não conseguimos, vale continuar com a mesma estratégia?

– Depois de recorrentemente utilizar o lateral Pikachu em suas escalações, exatamente quando ele pode atuar em sua posição original, na vaga do Madson, Zé Ricardo saca-o do time, mesmo sabendo das dificuldades enfrentadas pelo lateral Gilberto e pelo meia Wagner durante o campeonato, que vêm de atuações fraquíssimas. Não é, no mínimo, muita incoerência?

– Depois de manter Mateus Vital durante dezenas de rodadas como titular, ele agora não serve nem para entrar no segundo tempo?

– E o Paulo Vitor? Qual o problema do técnico com o garoto?

Sobre as atuações individuais, vou dar ênfase apenas para aquelas que se sobressaíram, positiva ou negativamente:

Martin Silva

Atuação absolutamente discreta. Vale lembrar que defesa milagrosa nada mais é do que uma defesa realizada em uma bola extremamente difícil, mas defensável, pois bola indefensável não se pega. Frango, trata-se de gol levado em bolas fáceis de se defender. Resumindo, Martin Silva, ultimamente só está pegando as bolas fáceis. Não falha, mas também não faz a diferença. Ontem, entretanto, parece ter sentido dificuldades com a explosão em um campo sintético, que é bem diferente.

Breno, Paulão, Rafael Marques e Henrique

Provaram que não foi o Zé Ricardo quem ajustou a defesa e sim, Anderson Martins e Ramon.

Wagner

Seu futebol só aparece, se estiver muito bem preparado fisicamente, já provou isso. E em momento algum do campeonato esteve bem preparado. Até lá, seu lugar é no banco.

Pikachu

Deveria ter entrado na lateral, pois ainda consegue ser menos pior do que Gilberto. Onde entrou, foi nulo.

Jean

Para um jogo onde o time entrou para se defender, não pode levar um cartão amarelo no início do jogo, como levou.

Wellington e Nenê

Continuam sendo os mais lúcidos da equipe, mas é pouco em uma estratégia absolutamente errada

Faltam dois jogos para o encerramento do campeonato e a vaga da Libertadores está cada vez mais distante. Há quem diga que o Vasco não a merece. Mas mesmo assim eu ainda torço por ela. Entretanto, se entrarmos com a mesma estratégia contra o Cruzeiro, seremos humilhados por um time sem pretensões, mas também sem pressões, e que atua de forma bastante estável.

Talvez o Zé Ricardo estivesse vendo a vaga do G7 distante e tenha tentado manter-se no G8, esperando os resultados de Grêmio ou Flamengo em suas competições, mas o certo é que agora não podemos mais segurar a posição e sim, buscar avançar no campeonato. E para isso, a mudança na estratégia precisa ser aplicada, mesmo que os resultados sejam negativos. Afinal, é melhor perder lutando até o fim.

Saudações Vascaínas