TEXTO DE DANTE BRUNO FILHO

A estreia de Ricardo da Silva Sá Pinto, treinador lusitano, à frente da nau vascaína não ocorreu da maneira que nós torcedores esperávamos, é verdade. Pra começar, ontem à tarde, o nosso craque Benítez foi vetado, após exame que constatou lesão muscular. Se isso não bastasse, faltando poucos minutos para o início da partida, perdemos o nosso artilheiro Germán Cano, também por questões médicas. Duros golpes para um time que precisava reagir.

Ricardo Pinto, como se era de esperar, escalou Cayo Tenório na lateral-direita, na vaga de Yago Picachu. E o garoto se houve bem, em geral, apesar da falha no primeiro gol do Corinthians. O meio de campo iniciou sem muitas surpresas, com Andrey, Marcos Jr. e Carlinhos. Na frente, Vinícius, Ribamar e Talles Magno. Um 4-3-3? – nem tanto. O que vimos foi um Talles mais parecido com o “1”, à frente dos dois atacantes Ribamar e Vinícius, formando assim um 4-3-1-2, penso.

 

O Vasco começou relativamente bem o jogo, com segurança, mas, com o passar do tempo, foi dando espaços para o Corinthians, que também se encontra em fase ruim, parecida com a do Vasco. Eis que, numa falha na intermediária cruz-maltina do jovem Cayo Tenório, que perdeu a disputa no alto para o adversário, os alvinegros aproveitaram para abrirem o placar, pois o atleta corinthiano penetrou livre sob o olhar lento de Miranda – que falhou também, na cobertura. Uma ducha de água fria!

O Vasco de Sá Pinto retornou para o segundo tempo sem alterações até os 15 minutos, quando Ricardo promoveu a entrada do outro estreante da noite, o argentino Leonardo Gil, na vaga de Andrey, que teve atuação discreta. A partir dessa alteração o Vasco acordou e parece, com ela, ter potencializado as atuações dos nossos jogadores – em especial de Tenório, no setor ofensivo, mas também de Carlinhos, que teve boa atuação em todo jogo, além de Talles, que se movimentou melhor e com mais eficiência no último terço do campo. Até mesmo o então apagado Vinícius passou a entrar finalmente no jogo, ainda que sem a intensidade e decisões nos passes que dele esperamos. Um alento.

 

Ribamar, que brigou o jogo todo, ora com a bola, ora pela disputa com os adversários, fazendo, inclusive, as vezes de Talles no setor defensivo, foi presenteado com um gol de letra muito bonito, após boa jogada de Tenório, que foi à linha de fundo e fez o cruzamento certeiro para o Talles, que dominou “à la” Roberto Dinamite, avançou e cruzou para o complemento de letra de Ribamar, que já tinha sido protagonista de um outro lance minutos antes, ao completar quase sem ângulo um cruzamento também da direita, mas que explodiu no travessão.

Ricardo Sá ainda promoveu as entradas de Parede, Lucas Santos e Bruno Gomes, respectivamente, nas vagas de Ribamar, Vinícius e Marcos Jr., que ontem não se houve bem. E o Vasco continuou, sem ser brilhante, a tomar conta do jogo, desperdiçando inclusive algumas boas jogadas, sempre iniciadas na “meiúca” pelo Léo Gil, que empregou transição rápida do meio pro ataque, o que há muito não se via do time. A mais nítida chance de gol, talvez, saíra dos pés do jovem Vinícius, que, um pouco antes de ser substituído, dominou a bola no bico da entrada da grande área pelo seu setor e desferiu um lindo chute cruzado de canhota que passou zunindo, rente ao travessão do goleiro alvinegro. A sorte não estava do nosso lado ontem.

 

E quando a fase não está boa – não é Henrique? Pois é… aos 44 minutos, o atacante adversário Everaldo tentou o cruzamento na área pela direita, mas a bola desviou na perna esquerda do lateral cruz-maltino, muito questionado há vários jogos pela torcida, diga-se de passagem, e encobriu o goleiro vascaíno Fernando Miguel, que, mais uma vez, sequer esboçou reação. Um castigo imerecido para o nosso Gigante, sobretudo pelo segundo tempo desenvolvido.

Ao menos para esta semana, por cerca de 6 dias (provavelmente o Vasco jogue no dia 27 deste mês pela Copa Sul-Americana, a depender de sorteio que ocorrerá amanhã), Ricardo Sá terá um breve tempo para treinar a equipe e procurar um esquema melhor para o time. Tomara que a diretoria se esforce e consiga junto à CBF liberação, a partir desta manhã, dos jovens Bruno Gomes, Lucão e Talles Magno, convocados para treinamentos e jogos amistosos da Seleção sub-20 do Brasil. Torçamos para que o bom senso prevaleça; afinal, todos os atletas precisam estar à disposição de nosso treinador para pegarmos um atalho e trilharmos rumos melhores.

Em votação realizada entre os participantes da live pós-jogo, Henrique foi considerado o pior em campo, por unanimidade. Por outro lado, o Saudações Vascaínas escolheu Carlinhos como o melhor do time na partida de ontem, com menção honrosa à bela estreia de Leo Gil.

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