DIA DO ÍNDIO, DEZENOVE DE ABRIL

MAS DO ANO DE NOVENTA E QUATRO

CHOROU DE TRISTEZA O BRASIL

A PERDA DE UM TALENTOSO MULATO

 

TINHA NOME DE FAMOSO ESTILISTA

E, FAZENDO JUS À SUA MEMÓRIA

DENER AUGUSTO TAMBÉM FOI ARTISTA

MAS FOI COM A BOLA A SUA GLÓRIA

 

NA LUSA PAULISTA FOI DEBUTANTE

COM DRIBLES E GOLS DE ANTOLOGIA

EM PORTO ALEGRE FOI TRIUNFANTE

ERA A REALIDADE QUE SE PROMETIA

 

 

MAS FOI NA CIDADE MARAVILHOSA

ONDE O “PELEZINHO” IRIA BRILHAR

COM A CAMISA MAIS HONROSA

QUE UM NEGRO PODE ENVERGAR

 

DITO E FEITO: O MOLEQUE DA GAROA

VIROU O CRAQUE DA GUANABARA

FEZ A TORCIDA DO VASCO RIR À TOA

E A DOS RIVAIS FICAREM “DE CARA”

 

SÃO JANUÁRIO FICOU PEQUENINO

LOGO, DENER GANHARIA O BRASIL

ATÉ MESMO O “DÍOS” ARGENTINO

APLAUDIU O TALENTO JUVENIL

 

 

 

MAS, NO AUGE DA SUA PRECOCE FAMA,

O BROTINHO QUE AINDA GERMINAVA

CHOCOU-SE A UMA ÁRVORE VETERANA

NO “CANTEIRO” DO RIO QUE ELE MAIS AMAVA

 

QUANDO SOUBE DO TRÁGICO FIM

DO MENINO QUE QUERIA SER REI

TAMBÉM JOVEM, PENSEI: “COMO ASSIM?”

MAS ENTÃO, CONFESSO: CHOREI

 

AO MORRER, O GAROTO DORMIA

GOSTO DE CRER QUE ESTAVA SONHANDO

COM A TORCIDA DO VASCO EM ALEGRIA

COM MAIS UM GOL SEU COMEMORANDO

 

HOJE O ANJO AS NUVENS NÃO PISA

CORRE ENTRE ELAS, COM RESPLANDECER

AO SOM DO CÂNTICO DE SUA TORCIDA

“OLÊ, OLÊ, OLÊ, OLÊ, DENER, DENER”

 

 

 

Dener Augusto de Sousa

* 2 de abril de 1971

✝️ 19 de abril de 1994

/+/ Saudações Vascaínas /+/