A missão do Vasco era retornar da Venezuela com a classificação. Para isso, bastava que a equipe não fosse vazada, o que não aconteceu. Vasco e Caracas empataram em 0x0 e o resultado culminou na classificação do Gigante para as oitavas de final da Copa Sul-Americana 2020. O próximo adversário já está definido, será o argentino Defensa Y Justicia. O primeiro será na última semana de Novembro, na Argentina. O Gigante decidirá a vaga na Colina Histórica.

Pelo que foi apresentado no jogo da última quarta, era esperado um adversário frágil buscando reverter o resultado. Mediante a isso, a expectativa era de que o Vasco aproveitasse os espaços defensivos deixados pelo adversário, mas isso não aconteceu.

Em uma partida tecnicamente sofrível, o Vasco foi o time que mais se aproximou de marcar, porém, esbarrou na falta de qualidade de seu setor ofensivo. Principalmente dos seus atacantes. Na ausência de German Cano, será sempre esse “Deus nos acuda”. Tiago Reis e Ribamar já deram diversas provas de que não são jogadores a altura do Club de Regatas Vasco da Gama.

Sá Pinto tentou um novo esquema de jogo (3-5-2), que, no fim das contas, acabou dando certo. O objetivo foi alcançado. Porém, vale ressaltar que o esquema não foi testado de fato. A qualidade da equipe do Caracas beira ao de equipes amadores, logo, não sabemos se esse esquema funciona ou não. Precisará ser utilizado em outros jogos, contra equipes mais qualificadas. O treinador deu a entender que haverá variações de esquemas, o que é algo positivo.

Sá Pinto fez questão de deixar claro que o Vasco não é candidato a conquistar nenhuma competição a esta altura, o que acaba sendo coerente. Porém, se escorou em algumas muletas para justificar o resultado, como a não marcação de três pênaltis e por achar que a equipe fez uma boa exibição. A arbitragem de fato foi ruim, porém essa história de três pênaltis é história, se houve, foi no máximo um, em lance envolvendo Ricardo Graça, mas que não teve o replay disponibilizado pela emissora. Sobre a atuação, se o Vasco foi bem ontem, talvez o técnico português tenha assistido algum outro jogo, ou o jogo transmitido para os torcedores foi outro.

Esses discursos de Sá Pinto soam como um banho de água fria na torcida, diferente do discurso motivador logo em que chegou. Entendo que ele precisa de tempo para implantar sua metodologia de trabalho, mas a questão motivacional que tanto se falava, até agora não surtiu efeitos, não vemos isso nos jogadores, não ainda.

De todo o show de horrores apresentados ontem, a única coisa positiva foi a classificação. Um bom valor entra nos cofres do clube (cerca de R$ 2,8 milhões) e seguimos com chances em uma competição mata-mata. E o Vasco segue invicto contra equipes venezuelanas em competições sul-americanas. Porém a positividade para por aí. Não tiramos mais nada positivo dessa partida.

Esperamos que domingo, a postura seja diferente, tanto emocional, quanto técnica. Porque, mesmo o Campeonato Brasileiro sendo nivelado por baixo, não temos equipes como o Caracas por aqui. E, domingo, teremos uma equipe forte e motivada pela frente. Não podemos entrar com a mesma passividade e falta de qualidade apresentada contra a frágil equipe venezuelana. Caso contrário, o final do “filme” será ainda mais tenebroso do que o que vimos na noite desta quarta-feira.

/+/Saudações Vascaínas/+/