No jargão do futebol, a expressão “frango” significa uma falha cometida pelo goleiro, que usualmente resulta em gol do adversário. Segundo o “Guia dos Curiosos”, de Marcelo Duarte, sua origem é controversa, mas a versão mais coerente é de que, ao escapar das mãos do goleiro, a bola parece estar “viva”, como se imitasse o baile que um frango no galinheiro costuma dar em quem tenta capturá-lo.
Ontem, em Porto Alegre, tivemos a infelicidade de ver nosso goleiro titular falhar bisonhamente num chute de fora da área de um jogador adversário. O “frango” de Martín Silva resultou na virada do tricolor gaúcho e, como o lance aconteceu aos 50 minutos do segundo tempo, o Vasco sofreu mais uma derrota fora de casa no Brasileirão.
Mas, passados dois dias desse desastre, de cabeça menos quente, ofereço o seguinte exercício de memória aos vascaínos: será que o grande culpado pela derrota de domingo foi mesmo o goleiro uruguaio?
Vejamos: o Vasco iniciou a partida com coragem, a começar pela escalação de Thiago Galhardo na sua posição de origem, armando as jogadas para o jovem promissor Marrony e para o artilheiro Maxi López. Tal ousadia foi premiada logo aos 12 minutos: Galhardo lançou para o argentino, que lhe devolveu a bola com um divino passe de calcanhar. A finalização também foi um primor: 1×0.
Mesmo após sofrer o empate e diante de um adversário tecnicamente superior, o Vasco continuou jogando com a altivez e a dignidade que sua História exigem. Até que o técnico Alberto Valentim, ainda no início do segundo tempo, resolveu intervir no time. Primeiro, sacando Marroney que, se não fazia grande atuação, ainda assim era melhor do que o inoperante Pikachu. Depois, ainda faltando 10 minutos para o fim do tempo regulamentar, substituindo Galhardo, o melhor em campo, pelo volante Raul.
Na transmissão da TV Globo, o próprio narrador Luís Roberto ressaltou que a alteração refletia as pretensões do técnico vascaíno: segurar o empate. Pois bem: imediatamente, como que intuindo a “mensagem” do treinador, nossos atletas recuaram. Sem um jogador de velocidade para puxar eventuais contra-ataques – Rildo, voltando de longo tempo de inatividade, parecia nitidamente fora de forma -, o Vasco foi sufocado na defesa, até que veio o fatídico gol de desempate.
Em inglês, a palavra frango é traduzida para “chicken” que, na gíria dos americanos pode significar “covarde”, “medroso”.
Ou seja, o Vasco não foi vencido apenas por uma falha individual, mas pela covardia de seu técnico que, por receio de arriscar um resultado melhor do que o empate, agiu como um “chicken”. E o castigo veio a cavalo. Ou pior: a frango.
/+/ Saudações Vascaínas/+/
sem dúvidas não foi o Martín o culpado pelo mau desempenho do Vasco, mas pela derrota sim, foi. Tenho opinião formada sobre o nosso goleiro: um goleiro até podemos dizer muito bom; mas que tem deficiências graves na saída de gol em bolas aéreas e especialmente se coloca muito adiantado, encorajando e logrando êxito nos chutes de adversários. Ontem achei falha comum dele o lance do primeiro gol: mau posicionado, e inerte. No segundo, bom, isso sim pode ocorrer, embora seja inaceitável, com qualquer goleiro. Mas é bom o Vasco pensar num nome forte para o gol no ano que vem, até porque ele desfalca e muito o Vasco dadas as constantes convocações para a celeste. Um abraço, Mauro. Parabéns.
desculpe: quando no texto do comentário acima na passagem “logrando êxito” quis dizer . o seguinte: ….” e muitas vezes os chutes dos adversários resultam em gol, dada a má colocação – ao meu ver – de nosso arqueiro. SV.