No início do ano a diretoria apresentou as finanças do Vasco. Chegou até mesmo a ir a um programa da ESPN, anunciando a melhoria das contas e a recuperação financeira do gigante da colina. Dentre as questões previstas para alcançar esse tal equilíbrio financeiro, existia a participação de clube formador na venda de Philippe Coutinho. Agora, com a negativa do Liverpool, ficamos sem o valor que podia se aproximar dos R$20 MM. Portanto, vem o questionamento: É correto prever, no ano financeiro do clube, entradas de valores que podem ou não se concretizar (independente da vontade ou competência do clube)?
Explico. A previsão de seu ano financeiro deve contar apenas com despesas que certamente ocorrerão acrescida da inflação e alguma gordura (Ex: salários*variação prevista em contrato ou IGPM + 5%). Dessa forma, conseguimos seguir de maneira mais tranquila na administração das contas. Sem muitas surpresas. Da mesma maneira, o cálculo da entrada deve ser previsto, mas de maneira mais conservadora. Dessa forma, o administrador consegue olhar para o horizonte e entender a melhor maneira de investir. É possível, levar em consideração dados históricos. Por exemplo: É justo prever uma cota de patrocínio dado que o mesmo está assinado para o ano todo. Também é justo prever que, dado que realizamos ao menos uma venda de jogador ao ano, que uma peça do elenco será vendida. Isso quer dizer que podemos vender apenas uma peça? Não. Quer dizer que, no cenário conservador traçado, devemos fazer previsões e seguir com elas para entendermos os limites de gastos.
No entanto, é necessário que a instituição que faz tais previsões avalie fatores externos e delimite cenários. Cenários melhores ou piores e saber o que fazer mediante aos acontecimentos. Portanto, a venda de Philippe Coutinho, seria uma cenário bom. Nunca deveria ser contada como uma previsão financeira, mas como uma possibilidade. Graças aos bons deuses do futebol, a parcela da venda não foi necessária dado às transferências de Luan e Douglas, que suplantaram o valor que constavam nos papéis e deram certa tranquilidade às finanças do clube.
É perigoso esse tipo de aposta. As vezes dá certo, como deu dessa vez, mas a possibilidade de erro é gigantesca e pode prejudicar as já combalidas finanças por um bom tempo. É sabido que a atual administração tem esse viés: o administrar dos antigos coronéis que contavam com os privilégios para garantir a saúde financeira de sua respectiva instituição.
É necessário uma administração mais moderna, que possa antecipar revezes e bonanças e agir, não conforme o soprar do vento, mas sendo ela a causadora de tais alísios. Não podemos mais contar com a sorte para garantir o futuro do clube. O Vasco é gigante e não pode depender da boa vontade de terceiros para subsistir.
Vale ressaltar que nessa mesma previsão há o valor referente à classificação para a Libertadores. Caso não aconteça, teremos mais uma surpresa por aí. Como a oposição já anunciou, 2018 promete ser um ano difícil para nós. Não se iludam mais uma vez.
Saudações Vascaínas
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