Passadas as 4 primeiras rodadas do segundo turno, as previsões desse site, apresentadas em meados de agosto, não se concretizaram. Enfrentaríamos adversários difíceis e jogos fora de casa e os seis pontos conquistados no primeiro turno, tinham grandes chances de não serem repetidos.
E pior. Estando a 3 pontos do Z4, a possibilidade de passarmos por essa sequência difícil, sem que visitássemos a temida zona de rebaixamento, era remotíssima.
Após as boas vitórias sobre Fluminense e Grêmio, o empate contra o Palmeiras passou a não ter sido um resultado ruim e já conquistamos mais pontos no segundo turno, do que no primeiro, para a mesma sequência de jogos.
A mudança de técnico foi fundamental para isso. Infelizmente, como sempre acontece no futebol brasileiro, quando um técnico perde o grupo, quem paga é o clube e seus torcedores, pois os resultados não voltam até que o comandante seja deposto. É revoltante, mas é o que temos.
Menos mal que a diretoria dessa vez se mexeu a tempo, permitindo que, contra adversários difíceis, pudéssemos ter um grupo novamente disposto a buscar resultados.
A chegada do Zé Ricardo, se não foi uma unanimidade para a torcida, não causou nenhuma consequência que prejudicasse seu início de trabalho, tendo sido recebido com bastante apoio de torcedores e jogadores.
O Vasco pôde colocar em campo, desde a partida contra o Fluminense, uma disposição que há muito não se via e uma aplicação tática que lhe dá esperanças para poder concluir a competição sem maiores sofrimentos.
É claro que hoje temos também uma zaga muito mais forte, com a volta de Ramon, já há algumas rodadas e a de Anderson Martins, que já está com ritmo bem mais constante.
O grupo, como já ressaltamos aqui, não é tecnicamente ruim, possui experiência e juventude e com disposição e sequência de algumas peças, poderá almejar um final digno, até superior ao que se esperava no início da competição.
A partida contra o Grêmio mostrou uma equipe compacta, com uma defesa segura e uma saída mais inteligente, embora ainda lenta, principalmente pelas peças que foram escolhidas para a proteção da zaga (Wellington e Escudero), como pode ser vista na análise individual a seguir:
Martin Silva – Após a saída de Milton Mendes, assim como todo o time, passou a atuar mais “ligado” e voltou a ser peça importante e participativa pela orientação da defesa e por suas boas defesas. Dessa vez não teve muito trabalho.
Madson – Voltou ao time disposto a ganhar a vaga na lateral direita. Fez uma partida muito segura e não deu chances para quem chegou por seu setor. Nesse momento, tem sido importante para a recuperação do time, mas precisa sair um pouco mais. Saiu machucado para a entrada de Yago Pikachu, que não comprometeu.
Breno – Maior beneficiado com a chegada de Anderson Martins, passou a atuar com muito mais tranquilidade, se aventurando em algumas subidas, já que possui uma boa saída de bola e conhecimento da posição de volante. Errou, entretanto, em um cruzamento que quase resultou em gol do Grêmio.
Anderson Martins – Responsável direto pela subida de produção da defesa vascaína. Possui um posicionamento excelente e uma antecipação precisa. Atua com muita calma e contagia seus companheiros com ela. Não deu chances para o ataque do Grêmio.
Ramon – Outra importante peça do atual time do Vasco. Seguro na defesa e perigoso no ataque. Contra o Grêmio, entretanto, foi menos a frente, talvez por orientação de Zé Ricardo, que temia o contra-ataque mortal do adversário.
Wellington – Reserva. Essa é a melhor definição para esse volante. Errou alguns passes, mas não comprometeu. Muito lento na saída de bola. Fez o feijão com arroz e foi discreto. Menos mal que Jean estará de volta na próxima partida.
Escudero – Possui precisão nos passes, mas também é lento na saída de bola. Junto com Wellington, fazia o time ficar muito recuado e precisou ser substituído por Bruno Paulista, para que tivéssemos uma saída melhor, mais rápida, e que levasse mais perigo ao adversário, que se lançou ao ataque para reverter o placar. Bruno Paulista entrou bem e errou bem menos do que em outras partidas.
Wagner – Mais participativo, vem compondo bem o sistema defensivo e errando menos, o que mostra estar retomando um melhor ritmo. Entretanto, atua ainda sem a criatividade que apresentava nos tempos de Fluminense. Saiu para dar lugar a Paulinho, que colocou mais velocidade ao time, desafogando a equipe do sufoco que estava sofrendo. Entrou bem.
Mateus Vital – Mais produtivo, incansável da recomposição, principalmente quando Madson saiu, sendo visto inúmeras vezes na cobertura do Yago Pikachu. Uma das melhores participações no time principal, sendo premiado com o gol da vitória.
Nenê – Atuando mais solto, sem a mesma obrigação em marcar que tinha nos tempos de Milton Mendes, passa a dar trabalho para a defesa adversária. Atuou, entretanto, um pouco isolado e foi prejudicado pela atuação apagada de Andrés Rios. Dessa vez não teve oportunidades em bolas paradas.
Andrés Rios – Apagado, não repetiu a boa participação que fez contra o Fluminense, talvez porque a zaga do Grêmio seja realmente superior a do tricolor carioca. Não conseguiu abrir espaços e também atuou isolado. Prejudicado pela postura muito recuada da equipe também. Mas já mostrou que é peça que pode ajudar o time. Sabe trabalhar de costas, fazendo um pivô muito parecido com o Luis Fabiano.
Zé Ricardo – Teve o mérito de entender que o Grêmio poderia ser muito perigoso e montou uma estratégia que deu certo. Abriu o time no segundo tempo, para não tomar sufoco e conduziu a equipe para uma importante vitória. Se relaciona melhor com o grupo e nesse momento, isso é muito importante. Esperamos que dure.
As próximas rodadas serão importantes para nos consolidarmos em uma posição segura na tabela, mas os nossos resultados no segundo turno, nos dão maior tranquilidade para enfrentarmos o Corinthians em seu território, na próxima semana. E poderemos surpreendê-los, pois estão pressionados com os maus resultados e irão se expor para buscar o resultado. O Vasco tem que aproveitar essa oportunidade para embolar de vez o campeonato.
Saudações vascaínas
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