Amigos Leitores.

Continuando com nosso compromisso de trazer informação imparcial e relevante aos nossos leitores, mas principalmente aos eleitores Vascaínos que decidirão o futuro do Vasco da Gama nas próximas eleições, trazemos as palavras do candidato Fred Lopes. Como nas outras vezes, entendendo que a interpretação do texto deva ser do próprio leitor, procuramos colocar a transcrição literal da entrevista, evitando que qualquer interpretação ou  opinião nossa pudesse interferir nessa leitura. Fica aqui o nosso agradecimento ao candidato Fred Lopes, pelo encaminhamento imediato de suas respostas. Aproveitem Vascaínos:

Candidato, o Sr. Poderia fazer uma breve apresentação sua? Quem é, qual a sua profissão e a ligação com o clube?

É um prazer estar falando com vocês do Saudações Vascaínas. Sou empresário, tenho 3 empresas no Rio de Janeiro. Uma distribuidora de materiais de construção, uma de investimentos imobiliários e a outra de administração de bens próprios.

Eu tenho 44 anos e sou sócio proprietário do clube desde 1999 e benemérito.

A minha passagem no Vasco começou 5 meses depois da eleição em que o Dinamite ganhou do Eurico. Desde os 3 anos frequentava o clube. Meu pai, tem uma longa ficha de serviços prestados pelo clube, mas nunca quis se envolver em política.

Após 5 meses depois da eleição ganha pelo Roberto, eu comecei a trabalhar na sede do Calabouço pós uma briga que o Eurico teve com o Dinamite, onde quebrou o salão nobre para evitar que a eleição fosse lá. Cinco meses depois, fui convidado para ser o diretor da sede.

Então junto com Jorge Luiz, meu vice-presidente da época, recuperamos o salão nobre e reformamos telhado, rebaixo de teto, trocamos piso, colocamos porcelanato, reformamos os dois banheiros, a cozinha, a escada que dá acesso ao 2º andar e depois fiz a entrada social, fiz a reforma da sala do DM da sede, fizemos recuperação do reboco e toda parte de iluminação da sede por uma mais moderna e mais econômica. Fizemos as reformas das duas quadras: A de futebol que era de chão de cimento assim como a quadra de vôlei.

Na quadra de futebol, fizemos a parceria com uma empresa para colocar o piso de grama sintética e, na de vôlei, retiramos o cimento e colocamos uma areia padrão CBV de competição. A ideia de pôr a melhor areia de competição era para fazer um CT dentro da sede para duplas de vôlei e de futevôlei.

Como vice-presidente, fizemos a reforma junto com meu outro diretor Eduardo Cassiano foi a construção da churrasqueira que a sede não tinha e deixei, quando sai, todo material doado tanto pela Albacete, que o Sergio da Albacete, o tio dele é dono da Albacete e também vascaíno e que está no grupo avante e também o Vilson, que é diretor nacional da Eliane nos ajudaram com fornecimento dos equipamentos da reforma da piscina.

Talvez, pelo meu rendimento que estava tendo na sede, o Roberto Dinamite me convidou para assumir o cargo de vice-presidente de patrimônio e lá, fiz mais de 34 obras em São Januário.

Relatando as mais importantes: 3 vestiários: 1 do sub 20, um para os juízes e ou outro para o futebol profissional.  O vestiário do futebol profissional, era o mais bonito da América Latina, inclusive foi tema de Domingo do Esporte Espetacular da Globo. Fizemos duas salas de musculação para o futebol profissional e da base totalmente novas, fizemos a sala de imprensa, que é a que temos hoje em dia, fizemos a troca do gramado por uma grama certificada pela FIFA, fizemos a troca do alambrado que era de ferro por conta daquele acidente contra o São  Caetano em 2000 e por isso colocamos esse de alumínio e vidro, trocamos o placar eletrônico, fizemos a construção dos 34 camarotes, fizemos a Megaloja que se encontra hoje em São  Januário, fizemos a reforma do colégio à época, fizemos a reforma da concentração, fizemos um refeitório mais moderno e fizemos a pintura de acordo com a votação dos sócios, fizemos reformas nas marquises da principal e da curvatura, fizemos a reforma de todos muros de São  Januário, calçadas e costas das arquibancadas trouxemos a Vedacit, uma parceira importante. Fizemos a reforma da sala para atletas paraolímpicos, fizemos a reforma do atletismo todo, fizemos os corredores do infanto, sala de presidente e de patrimônio, reforma em todo ginásio Antônio Soares Calçada e ainda, deixamos o piso pago do ginásio principal. Fizemos a expansão da entrada nova da Francisco Paleta, fizemos muita coisa como Vice-presidente de patrimônio na gestão Dinamite.

 

Por que o senhor quer ser Presidente do Vasco?

Eu tenho a percepção, com toda a humildade, que tenho capacidade para fazer gestão. É o que eu faço desde garoto, pois trabalho desde os meus 14 anos. Pela minha experiência e pela minha capacidade de entrega por todo meu histórico de conhecimento do clube. Eu sou uma pessoa que, graças a Deus, não dependo de nada do Vasco, muito pelo contrário, o Vasco é uma paixão, que é a grande raiz que eu trago, assim, de amor, além da minha família. E eu tenho uma vontade muito grande de poder ajudar o Vasco e dar ao Vasco um pouco do meu conhecimento, um pouco da minha experiência profissional, e é isso que me motiva a ser presidente do clube.

 

Qual o maior problema que o senhor identifica que o Vasco precisa enfrentar?

O maior problema que o Vasco precisa enfrentar hoje é o grave problema de visão. O Vasco precisa se modernizar, a mentalidade do clube para mim é principal mudança. Pois, quando você muda a mentalidade, você incorpora uma mentalidade profissional, incorpora uma mentalidade moderna e acima de tudo, uma mentalidade honesta de trabalho e com isso os resultados começam a aparecer, pois nada resiste a um trabalho sério, dedicado e competente. Logo, quando você muda a mentalidade, você aplica uma mentalidade vencedora que para mim é o grande problema do Vasco hoje. Na minha visão, o presidente do clube tem que ter uma mentalidade vencedora, ter mérito, êxito na sua vida profissional e no seu ambiente de trabalho. Como ele irá entregar algo que seja substancial para o clube se o próprio não conseguiu fazer pela vida dele, pelas empresas dele. Então é preciso que primeiro se avalie os profissionais se eles são vitoriosos em suas vidas, e eu não acredito em profissional que busca a presidência do clube sem ele ter êxito na sua vida profissional, pessoal.

 

Quais serão suas primeiras iniciativas como Presidente do Vasco?

A minha primeira atitude quando entrar, é fazer uma análise do perfil da dívida. Segundo, tem que ser de forma muito rápida e dinâmica, avaliar todo quadro funcional. Avaliar aonde estamos inchados, aonde precisamos reestruturar e aonde precisamos reestruturar, pois eu tenho certeza em alguns departamentos como o marketing, por exemplo é uma área desestruturada área desestruturada, pois as pessoas que estão lá, é humanamente impossível com poucas pessoas como o Vasco tem hoje arrecadar como o Vasco precisa arrecadar, o marketing não é despesa, marketing deve ser visto como forma de investimento e a implementação da mentalidade vencedora. As pessoas tem que entender o tamanho do Vasco, o peso do Vasco e ver que o Vasco não é local para improviso, o Vasco é local para se planejar, se profissionalizar, o Vasco é pra quem tem compromisso de entrega de alta qualidade e é com essa visão que vamos entrar nos departamentos e quem tiver comprometido com resultado vai seguir e quem não estiver comprometido e não entender a mudança da mentalidade infelizmente a gente não irá perder tempo, vamos fazer as intervenções nos departamentos que se fizerem necessárias para que o Vasco volte a ser um clube com comportamento profissional, moderno e vencedor. Para mim, são os principais papéis, e claro que, dentro de cada departamento buscar naqueles que tem relação direta com os aumentos na receita, relação direta com os que tem impacto na redução de despesa e ter os resultados de maneira mais rápida para os torcedores vascaínos.

 

Em sua gestão, como pretende aumentar a arrecadação para manter os salários dos funcionários em dia e ainda fazer investimentos?

No caso de um clube esportivo como o Vasco, você não pode simplesmente fazer uma gestão austera e esquecer que a recuperação esportiva, sobretudo do futebol profissional, ela tem um impacto direto. Por quê? Vou elencar porque é importante na recuperação financeira, você ter um equilíbrio entre o aumento de arrecadação e. proporcionalmente, aumento de investimento no futebol profissional. Por quê? Vamos começar primeiro pelo contrato de televisão. Se você pegar o contrato de televisão hoje que o Vasco tem com a Globo (que todos os clubes têm). O modelo do contrato de televisão, 40% é fixo. O Vasco, desses 40%, estou dando dados de 2019 passados por eles, lá no Vasco. Apresentando no Conselho Deliberativo. 40% representaram cerca de 22 milhões de reais “pro” Vasco de arrecadação fixa. 30% é por posição na tabela. Então, ou seja, o que que está dizendo a televisão? Se você não tiver um time competitivo, você vai ficar lá embaixo e vai receber menos. E os outros 30%, “é” por televisionamento. Quanto mais jogos transmitidos, mais você vai ganhar. Obviamente, se o clube está em cima, disputando Libertadores, disputando títulos, ele vai ter mais jogos transmitidos. Com isso, a arrecadação aumenta. De forma substancial. Se você está com times lá, medianos, brigando apenas para não cair, obviamente você vai ter menos jogos e menos arrecadação. Isso só estamos falando só, só falei agora da TV aberta. Aí você tem uma outra questão que é o Pay-per-view. O Pay-per-view hoje paga mais no futebol do que TV aberta. O Vasco ano passado teve em torno de 7.4% de pay-per-view e arrecadou cerca de 45 milhões com pay-per-view. Então imagina se a gente passasse esse pay-per-view para … aumentasse 2 pontos percentuais. Fosse para 9,5%. Isso, tudo, você está fazendo isso, você consegue fazer isso, ajuda muito, a você ter times fortes, times competitivos. Times que não vão brigar para cair. Então você vai ter, além disso do que eu estou falando, você ainda tem o aumento de venda de produtos oficiais e licenciados, que todo mundo sabe, que o consumo está muito ligado a resultados de campo. A gente sabe que, quando o time está bem, torcida compra muito mais produtos. A gente sabe que, quando o time está bem, que a torcida vai a jogo, lota os estádios, então você tem um aumento significativo na receita de bilheteria. Você tem um aumento de receita significativa do plano de sócio, que a gente sabe que os planos de sócios precisam do resultado de campo, ajuda muito para que a gente possa retomar o patamar para poder ultrapassar os 200 mil sócios. Então você, tudo isso, sem contar os próprios resultados da competição. Se você ganhar uma Libertadores da América, você recebe mais de 90 milhões. Se você ganhar uma Copa do Brasil, mais de 50. Se você ganhar Campeonato Brasileiro, mais 30. Então assim, clubes que chegam em finais, arrecadam muito, em competições também.

É uma bola de neve. Então não adianta você ficar com times… tem que ser audacioso também. No sentido de você aumentar o investimento no futebol, porque esse aumento de investimento vai te trazer retorno em tudo isso que eu te passei. E esse aumento de receita, ela vai ajudar no pagamento, não só de salários, mas também de outros compromissos que o Vasco tem, como Ato Trabalhista, como PROFUT, como todas as outras necessidades que o clube tem, para se manter no dia a dia. Então, é fundamental, o AVANTE pensa dessa forma, que você tem que ter dois pilares que tem que caminhar juntos: O aumento de receita e A melhora do time de futebol profissional, Que a gente sabe, inclusive, que o futebol, estando bem, ajuda a precificar melhor as propriedades, seja da camisa ou não. É muito mais fácil se captar patrocínio quando você está bem, do que quando você está mal. E é muito melhor para você, trazer patrocínios grandes, para marcas de ponta, quando você é um time que está na ponta. Que você está disputando a ponta.

Se não bastasse isso também, você tem o outro lado, times que não disputam campeonatos importantes, não conseguem trazer atletas de ponta. Então, tudo é um conjunto. Então, é dessa forma que nós pretendemos, potencializando a VASCO TV também, é uma coisa que eu posso falar um pouco mais. Que a gente pensa, que tem outras formas de receita, como a Lei de Incentivo, o próprio programa de sócios, como eu disse, que a gente espera faturar mais de 180 milhões de reais nos próximos 3 anos com o plano de sócios. Isso vai ser extremamente importante, também essa receita, porque essa receita feita no cartão de crédito, ela vira recebível para você montar operações financeiras para quitar dívidas de curto prazo, dívidas que tenham um custo financeiro alto. Então, estratégias como essa serão fundamentais, não só no sentido de reestruturar financeiramente, mas também de retomar caminho da competitividade esportiva.

 

Como o senhor vê a questão das receitas do Vasco com cotas de televisão? Pretende manter o contrato vigente?

Não é questão de pensar. É questão de entender o seguinte. Hoje é uma Medida Provisória. Ela precisa ser votada. Se ela virar lei, aí é uma coisa. Se ela não vira é outra. Eu não posso te dar uma decisão agora, porque depende. A gente não sabe, porque, como medida provisória, ela pode ser derrubada. Então, se ela não passar, o contrato prevalece. É uma queda de braço que está em curso aí. A gente precisa entender o que que o congresso vai decidir. Hoje, falar nisso, é muito subjetivo, porque eu preciso primeiro entender o que vai acontecer lá em cima. Agora, se a gente tiver contrato em vigor, não tem como quebrar. Como é que eu vou quebrar um contrato em vigor? Aí eu fico passível de ser multado de forma bilionária. É preciso entender primeiro qual vai ser o desfecho dessa briga. Sabe-se que essa briga está no trâmite. É uma briga pesada. De um lado, Governo Federal, de outro lado, a Globo, e a gente precisa entender o que vai acontecer. Nós estamos atentos. Estamos acompanhando. As movimentações, E a gente precisa entender que a MP, ela prevalece no máximo 4 meses. Depois de 4 meses, ou ela vira lei ou ela cai. Então a gente precisa entender primeiro o que vai acontecer. É claro que, se ela virar lei, força de lei, se ela virar uma lei, obviamente, que aí a gente pensa, no caso da Vasco TV, de transformar a Vasco TV em 3 anos, em 3 anos nós vamos entregar uma televisão que tenha 24 horas de conteúdo oficial. E a ideia é a gente criar o conteúdo aberto e o pay-per-view, ou seja, vão ter conteúdos especiais, que você vai assinar para você ter acesso. Então essa é a ideia que nós temos de criar uma estrutura robusta para a Vasco TV, capaz de ter conteúdo 24 horas. Esse conteúdo não vai ser um conteúdo específico para futebol profissional masculino. Ela vai além, a ideia inclusive de mandar para o conselho deliberativo a aprovação não depende do presidente, mas nós vamos pedir para que se aprove a transmissão das reuniões, tanto do conselho deliberativo, quanto do conselho de beneméritos. Elas possam ser transmitidas pela Vasco TV. Isso é uma coisa que nós pretendemos encaminhar. Tomara que passe. Acho que seria importante para a transparência. Afinal de contas, quem não deve, não teme. Então não há problema nenhum em se transmitir, pelo contrário, acho que isso demonstra transparência para o sócio, para o torcedor. Criando obviamente um desconto para quem é sócio, no pay-per-view, E é dessa forma que a gente pretende, vamos dizer, encaminhar. Precisamos entender primeiro qual o desfecho disso. E a gente está trabalhando nos dois polos, seja para explorar melhor esse contrato da Globo, seja para, tendo a liberdade de transformar a Vasco TV em uma emissora robusta, capaz de gerar conteúdo, em 3 anos, 24 horas tanto pro sócio comum, seja para o assinante do pay-per-view da Vasco TV.

 

Qual o seu projeto para o esporte amador do Vasco?

A questão dos esportes amadores e olímpicos, é uma coisa que só tem solução para o clube, se for através da lei de incentivo. É impressionante como o clube até hoje está na inércia, não arrecadou nada, com relação à questão da lei de incentivo. Então, todos os clubes hoje no Brasil, que são vencedores, que são clubes que desenvolvem esportes amadores, quase todos trabalham em cima da lei de incentivo. Então, nós já temos, inclusive já fizemos workshop, já temos a pessoa que vai cuidar, que é o Alcino Rocha, que é um dos maiores, para mim, é o 01 no Brasil, tanto no conhecimento da legislação da lei do incentivo, quanto também na capacidade de captação de recursos, para alimentar esses projetos.

Nós, no Avante, primeiro que nós vamos fazer é para a escola. Vamos transformar a escola. Ela vai ser 100% mantida pela lei de incentivo. Obviamente, que não vai ser só isso. Nós vamos criar projetos, tanto para o Remo, quanto para paralímpico e, também, atingindo outros esportes, como o Basquete e outros como o Atletismo. Então nosso projeto, inclusive eu já tenho dito isso em outras entrevistas, nós pretendemos arrecadar cerca de 40 milhões pela lei de incentivo nos próximos 3 anos. E 40 vira 80, pois se você deixa de fazer um pagamento, pois esse dinheiro sai dos cofres do Vasco. Então o Vasco gasta esses recursos, gastaria esses recursos. O Vasco deixando de gastar, o Vasco está poupando 40 milhões em 3 anos e está arrecadando 40 milhões através da lei de incentivo. Então 40 vira 80. O que hoje é 40 milhões de despesa, vão virar 0 de despesa e 40 de receita. Então eu só acredito em esportes olímpicos a curto prazo vencedores, através da lei de incentivo. E isso é coisa que o Avante inclusive já está tratando, já tivemos, como eu te disse, workshop com o Alcino Rocha e eu tenho certeza de que vai ser um dos grandes diferenciais da nossa gestão à frente do Vasco.

 

Como pretende utilizar São Januário? Entende serem necessárias reformas? E Vasco, deve usá-lo também para clássicos?

São Januário é sem dúvida a nossa casa. Eu sou o único candidato do segmento da construção civil. E fui, sem falsa modéstia, o vice-presidente que mais obras fez até hoje no complexo de São Januário, desde a sua construção.

Existe uma preliminar, que é a questão financeira. Por quê? Ninguém explica para os vascaínos, que o complexo é construído de 49 lotes. Dos 49 lotes, o Vasco só tem escritura de 45. 4 o Vasco sequer consegue comprovar posse dos imóveis. Além disso, que é mais preocupante, é que os 45 lotes estão penhorados. Ou seja, se você não resolver esse problema das penhoras, você não faz nada no estádio. Você não anda com isso. Então uma grande falácia as pessoas falarem que vão … Não, o primeiro passo é você estruturar as dívidas, fazer composições e negociações para que você baixe as penhoras desses 45 lotes, para que você possa fazer um remembramento e uma retificação de metragem, porque a área, como são lotes muito antigos, inclusive existem divergências na metragem do estádio. E obviamente quando você vai fazer um projeto como esse, você tem que estar com o estádio, com o terreno remembrado e com a metragem correta. Então, e obviamente, você não faz nada em áreas que estão penhoradas. Se a área está penhorada, você não mexe. Você não consegue fazer. Está penhorado como garantia daquela dívida. Então, por isso é que eu tenho dito sempre que os primeiros dois pilares fundamentais que sustentam o nosso projeto, é a recuperação financeira e a recuperação esportiva. E aí, obviamente, avançando, você vai, e obviamente nós já estamos de olho nisso, baixando essas penhoras, obviamente que a gente vai trabalhar e o modelo que a gente defende é o modelo seja o modelo individual de consórcio, de uma empresa individual, que venha a fazer um investimento de 100% no estádio, o Vasco dando em troca, a arrecadação de 70% ou 80% de 15, 20 anos, seja um tempo gradativo, um tempo proporcional ao valor investido por essa empresa ou por esse consórcio para a construção da arena. Nós entendemos que isso é uma construção ampla, é uma construção complexa, envolve a relação com o governo do estado e com o governo municipal, porque a gente entende que não se consegue fazer uma arena, se a gente não tratar de questões importantes, como o entorno, como a acessibilidade, a gente precisa de transporte de massa, a gente precisa de ruas mais largas, a gente precisa de uma intervenção urbanística naquela região. E isso então envolve uma relação com o governo estadual e municipal, para que a gente possa colocar essa importante obra, de pé, que vai ser fundamental, obviamente, para o aumento de receitas, enfim, para todo o nosso plano de negócios nos próximos 3 anos.

 

Da atual gestão ou do Conselho de Beneméritos, quem são seus principais aliados?

Olha, a gente tem algumas pessoas sim, que nós já temos aproximação, que nós estamos conversando, né. Agora, eu não vou expor assim o nome de ninguém nesse momento, porque enfim. Existem conversas, aproximações, mas que ainda requerem algum nível de aproximação. Eu não diria nem aproximação, mas algum nível de acerto de detalhes, de alguns movimentos que, obviamente, a gente só vai poder anunciar mais para frente.

 

A venda de atletas continuará fazendo parte do seu orçamento para o ano?

Venda de atletas é uma realidade a nível Brasil. Eu diria que a nível sul-americano, isso independente de querer ou não, qualquer clube, você pode pegar qualquer clube no Brasil que ele vai ter a necessidade de vender jogadores. O nosso rival, boa parte da reestruturação financeira dele veio também fonte de renda de atletas que saíram da categoria de base. Então, não é questão de vender ou não vender, vender você vai ter obrigação, você vai ter necessidade, você não vai ter como fugir disso. O que precisa ser feito é um trabalho de fortalecimento do clube, para que o clube não fique sempre, vamos dizer assim, o clube precisa se reestruturar financeiramente, para que só a reestruturação financeira vai dar ao clube condições de negociar melhor e mais tarde, né. Porque, enquanto o clube tiver sérias dificuldades para manter seus salários em dia, parar arcar com seus compromissos, ele vai necessitar de venda de atletas para fechar o orçamento. Volto a repetir, isso é uma realidade, a nível Brasil, não é só o Vasco, todos os clubes no Brasil hoje, sobretudo aqueles que tem capacidade de formação, se utilizam dessa fonte de receita, que é uma fonte de receita hoje altamente considerável e cada vez mais será a maior fonte de receita dos clubes brasileiros. Agora, é preciso ser feito com critério, né. É preciso que a gente se reestruture. Para que a gente não venda nem de forma tão precoce e nem, principalmente, tão barato.

 

Qual a previsão de tempo para que a equipe possa voltar a figurar entre as mais fortes do país?

Olha, dar prazo, isso é muito completo. Porque existem variáveis no caminho. Primeira variável: Os efeitos da pandemia. Segunda variável: Qual é a situação que o Campello vai deixar? Por exemplo: Nós temos dois cenários, se o Talles é vendido esse ano, sem dúvida o recurso que vai entrar, vai ser suficiente para quitar o ano e colocar parcelamentos importantes do dia a dia do clube, como PROFUT, atos trabalhistas, salários, fornecedores, prestadores de serviços, em dia. É óbvio que ele não é suficiente para quitar todas as dívidas do clube. Ainda que o Talles seja vendido por um valor baixo, ou abaixo do que poderia, ele, sem dúvida, vai ser suficiente para quitar o ano de 2020. Se o Talles não é vendido, nós podemos ter o segundo semestre com muito mais dificuldade. Porque a gente sabe que o Vasco tem uma necessidade de caixa para fechar o ano. Então, é muito difícil você propor um prazo. Agora, eu já falei um pouco dessa resposta em uma pergunta anterior. Não tem como, são dois pilares. Desculpa a insistências, mas o nosso trabalho ele está muito apoiado nesses dois pilares: reestruturação financeira e reestruturação esportiva. Um elenco que toma pancada quarta e domingo, ele não tem facilidade para arrumar patrocínio, porque a TV, o tempo que você tem de exposição, a crítica, basicamente, os programas esportivos, você não tem uma boa imagem, associam a sua imagem a derrota. Impossível você aumentar receitas como bilheteria, como sócio torcedor, muito embora a gente tenha que fazer uma menção a torcida, que tem sido fabulosa, fantástica, no sentido de ultrapassar, ainda com toda essa dificuldade da pandemia, com toda essa dificuldade do futebol paralisado, voltando agora aos poucos, mas sem torcida nos estádios, com todas as dificuldades e os erros da gestão atual, ela conseguiu ultrapassar a renovação de 100 mil sócios. Mas eu estou convencido, eu não tenho dúvidas, que se nós tivéssemos um elenco forte, brigando por Libertadores, brigando por títulos importantes como o Brasileiro, Copa do Brasil, Sul-Americana e, até mesmo, a Libertadores, eu não tenho duvido que a torcida teria dado uma resposta ainda maior do que está tendo. E, é importante a reestruturação, sobretudo do Departamento de Marketing, que é um departamento extremamente atrofiado, quero lembrar que o Vasco tem a terceira ou quarta maior torcida do Brasil, e o Vasco sequer figura entre a décima ou a décima primeira posição em arrecadação. Clubes estaduais como Bahia, faturaram quase a mesma coisa que um clube nacional como o Vasco, que tem 79% de sua torcida fora do Rio de Janeiro, quem tem uma capacidade e um poder de arrecadação muito maiores. Não pode o Vasco arrecadar 215 milhões e o Bahia faturar 190 milhões, 25 milhões de diferença, com todo respeito as tradições do nosso coirmão Bahia, que é um grande clube, mas não dá para comparar. O patamar do Vasco é outro, de faturamento. Tem uma torcida que é quatro ou cinco vezes maior que a do Bahia, isso aí no mínimo. Então, assim, você precisa recuperar primeiro a capacidade de faturamento do clube. Nós não podemos estar atrás, com todo o respeito, do Fluminense em bilheteria, nós não podemos. Nós não podemos faturar menos do que o Fluminense, com todo o respeito, também é um coirmão, mas nós temos uma torcida que é três ou quatro vezes maior do que a do Fluminense, a nível nacional. Então não da pro Vasco estar nesse patamar, o patamar do Vasco é outro. Então, é como eu disse, um time competitivo vai ajudar no marketing, vai ajudar a aumentar a receita de bilheteria, receita de pay-per-view, receita de produtos oficiais e licenciados, plano de sócios, própria arrecadação das premiações e a remuneração com relação as cotas de TV. Então, essa reestruturação dos departamentos, com essa visão, que eu tenho dito que é a visão primeiro do resgate da imagem, da visão vencedora que o clube tem quer ter e o clube perdeu. As pessoas que estão lá, infelizmente, muitas delas, não são vencedoras, outras são, mas muitas, infelizmente para nós, não têm a visão vencedora, não são profissionais de alto gabarito nas suas atividades, perderam um pouco a dimensão, ou muito a dimensão, do que é o Vasco, do tamanho do Vasco, e isso é fatal. Quando você está à frente de um clube como o Vasco, com a tamanho da torcida do Vasco, primeiro você tem que ter a noção do que é o Vasco, tem que ter noção do tamanho que é a grandeza do clube. Então se você não tem essa noção, não tem esse preparo, se você não reestrutura os departamentos, se você não entende que a reestruturação financeira está associada diretamente a reestruturação esportiva, sobretudo do futebol profissional, que detém cerca de 90% das receitas, pelo menos do clube, você não vai conseguir elevar o clube de patamar. Uma coisa é você ter uma dívida de 650 milhões faturando 215 milhões, outra coisa é você ter uma dívida de 650 milhões faturando 500 milhões. E é possível faturar 500 milhões. Olha a condição que Grêmio e Internacional estão hoje, o que eles fazem? Existe mágica? Não! Existe trabalho, competência, reestruturação dos departamentos, valorização dos recursos, estruturação das receitas, sobretudo as mais relevantes. Então é isso que o clube precisa. O clube precisa se consolidar como o maior plano de sócios da América Latina, precisa se consolidar entre os clubes que mais vendem produtos oficiais e licenciados no Brasil, o Vasco precisa se consolidar como o clube de melhor categoria de base no Brasil, que vai ser fundamental tanto para recuperação financeiro, quanto para a recuperação esportiva, do futebol. Então assim, são vários passos assertivos que dados de forma simultânea, de forma integrada, é que vai fazer o Vasco, sobretudo, ter um aumento significativo de receita, que vi ser fundamental para nos ajudar na questão da reestruturação financeira. Eu acho que é por aí.

 

Qual a sua estratégia para enfrentar o impacto financeiro causado pela pandemia de covid-19?

Primeiro é dizer que isso é algo que vai afetar a todos, não vai afetar só o Vasco, vai afetar o mundo. É óbvio que esses efeitos ninguém vai passar impune. Agora, por outro lado também, existem possibilidades, que são interessantes, que é a questão da redução da taxa de juros. Nós temos uma oferta dinheiro barato, a taxa Selic é 2,25, a menor taxa da história, os juros caíram, que é extremamente importante para a reestruturação financeira do Vasco. A gente sabe que o Vasco, além de ter uma dívida de curto prazo, ela tem uma taxa de juros alta, que pode, deve e será renegociada com a nossa vitória, porque o ambiente é positivo hoje. Oferta de crédito barato, a gente tem que aproveitar, sobretudo, esse pilar, aproveitar essa oportunidade que a economia brasileira, que as linhas de crédito nacionais vão dar, sobretudo, pós-pandemia. Aproveitar, usar e abusar, das leis de incentivo. Muitas empresas não terão caixa para fazer investimentos no futebol, a não ser pela questão das leis de incentivo. Então nós temos que estar preparados para arrecadar, através das leis de incentivo, o que vai nos ajudar em uma série de esportes, inclusive no próprio colégio. Então, nessa linha que nós vamos caminhar. Na reestruturação das categorias de base, categorias de base é fundamental, é uma das coisas mais importantes que o clube tem. Você forma aí três, quatro grandes jogadores, além de eles te darem resultados importantes no aspecto esportivo, eles também vão te ajudar muito na recuperação financeira, na hora que forem vendidos. Então, dessa forma, nós vamos estar dando um passo gigante para o tão sonhado equilíbrio financeiro. Agora, volto a repetir, tudo isso, todo esse trabalho, essas propostas, esses projetos, eles têm que estar muito alinhados com o principal patrocinador do Vasco, que é o torcedor. Eu acredito, de verdade, to convencido, após análises e estudos de vários clubes brasileiros e fora do Brasil, que, consumo do seu cliente maior, que é o torcedor, seja ele sócio ou não, de preferência que seja sócio, que essa é o grande aumento de receita, esse é o grande potencial pagador dessa dívida. A torcida tem demonstrado que quer abraçar o clube. É preciso que o clube aprenda a trabalhar com seu torcedor e mais do que aprender, que ele saiba valorizar dando transparência, que é o que torcedor precisa, ele quer e que ele cobra com razão. Porque é ele que está lá financiando, botando dinheiro, aportando recursos para que a nossa receita aumente. Então é fundamental que a gente tenha essa relação, que a gente traga o torcedor junto com a gente, que a gente mostre para o torcedor quais são os nossos objetivos, a importância desses objetivos para a recuperação financeira e esportiva do Vasco.

 

Qual a mensagem gostaria de deixar para o torcedor vascaíno?

Primeiro o agradecimento pela paciência de nos ouvir, agradecer a vocês pela oportunidade de a gente estar aqui falando com o torcedor, dizer que é fundamental que o torcedor continua abraçando o clube, que continue engajado nas campanhas, seja na campanha do CT, seja na campanha de renovação de sócios, seja nas questões de aberturas de contas no BMG. O consumo de um modo geral. Vamos abraçar agora, pessoal. Vai sair o lançamento das camisas da Kappa, vamos esgotar esses estoques, vamos fazer o Vasco subir de patamar. Só o aumento de consumo, seja ele o que for, pay-per-view, produtos oficiais e licenciados, plano de sócios, bilheteria, né, é que vai ajudar e fazer o Vasco sair dessa situação. Eu acho que é fundamental que os clubes entendam a necessidade e a relação que precisam ter com seus torcedores, sobretudo o Vasco. Que por natureza, pela torcida apaixonada que tem, ela já é naturalmente engajada. Agora, é preciso se ter trabalhos mais estruturado, é preciso se ter uma visão mais adequada, uma visão mais pró-torcedor. A gente precisa entender o chamado que o torcedor está fazendo, o gesto que o torcedor vem fazendo, nesse esforço de resgatar o Vasco. Então eu peço a todos os vascaínos, independente da política, acho que a política sempre foi e sempre será secundária, o principal é a paixão, o amor que você deposita, que você entrega à instituição. É fundamental que o torcedor abrace os projetos do clube e que a gente consiga transformar esses projetos através do nosso engajamento em sucesso e dar demonstrações significativas de aumentos de receita, de contribuições, para que a gente possa voltar a estar entre os clubes que mais arrecadam no Brasil. Eu não tenho dúvidas, que esse é o caminho, para que a gente possa recuperar o Vasco. Então não desista, não deixe de apoiar, não deixe de cobrar, não deixe de fazer o seu papel, porque só você, torcedor, tem condições, só você, junto, milhões e milhões de vascaínos, dentro e fora do Rio de Janeiro, terão condições de resgatar o nosso clube. Então, mais uma vez aqui agradecer a todos, e dizer que eu estou sempre à disposição.

Um grande abraço e fiquem com Deus!