Em 1898 nasce um Clube. Na junção de alguns jovens moradores do RJ, apaixonados pelo remo (cabe ressaltar que este era o esporte mais popular no RJ, à época), resolvem se unir e formar uma Instituição que unisse os seus interesses e que fosse sempre de vanguarda.
Assim sendo, alguns anos mais tarde iniciou sua aventura em outros esportes, como atletismo e o futebol. E sempre sendo de vanguarda. Alguns questionam dizendo que chegamos depois de alguns clubes pioneiros, mas a vanguarda não se atrela ao pioneirismo. E, sendo assim, fomos os primeiros dos clubes grandes a termos jogadores negros, pobres e com um mínimo de preparação física. Muitos ainda não sabem, mas foi justamente por sermos de vanguarda que sofremos no passado.
E esse sofrimento nos fez renascer uma vez atrás das outras. Tivemos que construir um estádio próprio: e lá se fez São Januário. Usávamos jogadores negros e pobres, mas que, com a condição física dos que trabalhavam em armazéns, ganhávamos jogos perto do fim do tempo, com a força, e eis que surge o estigma de “time da virada”.
Hoje, mais uma vez estamos sofrendo. A combalida situação financeira nos assola. A imprensa “preta e vermelha” (Não! Ela não é marrom. Ela veste as suas cores mais descaradamente do que deveria) do RJ vive dias a procurar qualquer tipo de problema para nos colocar com a necessidade de gastar tempo e esforços para “apagar incêndios”, ao invés de estarmos na busca de algo novo. A incompetência dos gestores do século XXI no nosso Clube só fez minguar a coleção de títulos e exponenciar a luta contra vexames.
Nós deixamos de “olhar para a frente”. Esquecemos aquilo que mais nos diferencia. Sempre fomos de posição de dianteira entre os clubes. Hoje, não. Buscamos nos outros a nossa maior referência. E nosso grande pode estar exatamente aí.
O navegador Vasco da Gama fez história pois foi a primeiro a conseguir chegar às Índias, sendo a maior navegação oceânica até então. Nossos grandes feitos como Clube também seguiram a vanguarda e foram pautados pelo pioneirismo.
Hoje, no entanto, estamos afundados no passado, que traz consigo heranças malditas, e não conseguimos olhar para o futuro, nem sequer de curto e médio prazo, quiçá do futuro de longo prazo.
O Vasco está, aos poucos, perdendo a sua identidade, aquilo que o marca e o diferencia dos demais. E a letargia e descaso dos seus sócios, associados e torcedores vem deixando essa crise pessoal (mesmo que seja uma pessoa jurídica) assolar e derrubar um mito. O mito de que o Vasco será sempre um clube Gigante.
Neste ano de escolhas para o futuro, conclamo os Vascaínos a pensar: em qual modelo encaixamos o Vasco? Qual modelo de gestão? Qual modelo de formação de profissionais? Qual modelo de formação de atletas? Qual modelo de sustento como Clube Social? Qual modelo de Relações Públicas? Qual modelo de negócio encaixamos o Vasco?
Bons e maus exemplos existem aos montes. Cabe algumas novas colunas para dissecar cada um deles. E, antes de mais nada, cabe ao Vascaíno pensar, entender o Clube que ama. esquecer das pessoas e pensar apenas no futuro da Instituição.
Quem quer que seja que esteja no comando do Vasco também deverá pensar e, se tiver um mínimo de honestidade e hombridade, deverá ouvir as grandes ideias que podem surgir para redirecionar a Nau Vascaína na rota das grandes conquistas.
/+/ SAUDAÇÕES VASCAÍNAS /+/
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