Seguindo com o projeto do Saudações Vascaínas de grandes entrevistas que busquem sempre o melhor para o Vasco da Gama, vamos apresentar a todos vocês, nossos leitores, e entrevista realizada com os responsáveis pelo Projeto do Novo Complexo de São Januário, de autoria dos arquitetos Felipe Nicolau, William Dias e Clarissa Pereira. Projeto mais alardeado atualmente, e que ganhou grande repercussão nas mídias sociais por atender aos anseios dos vascaínos pela modernização e ampliação do nosso estádio/monumento, como também de todo o Complexo que envolve a sede, vamos detalhar ainda mais o Projeto como segue abaixo na transcrição da entrevista realizada em 27 de outubro pelo SAUDAÇÕES VASCAÍNAS.
A entrevista demorou um pouco a vir ao ar, em razão de todo o processo eleitoral do Clube e de todo o desenrolar que as eleições levaram, como também as últimas semanas com jogos nos fins de semana e meio de semana.
“- SV: Apresentação realizada, gostaria que vocês fizessem uma breve descrição e apresentação do Novo Complexo São Januário e qual a linha de concepção para chegar no atual projeto.
– Primeiramente, foi realizado um grande estudo que englobou a avaliação e estudo de 134 (cento e trinta e quatro) plantas de estádios em todo o mundo ao longo de 2 anos, pois gostaríamos de buscar um projeto viável financeiramente e que atendesse à atual legislação, evitando um projeto que não fosse exequível. Buscamos um projeto que fosse viável ao Clube, o que o Clube poderia fazer, buscando uma reforma aumentando a capacidade do estádio, que atendesse ao conforto necessário ao torcedor, mas que pudesse ser executado dentro das dependências do Clube, terreno de São Januário. Isto tudo, porque, se formos aguardar o Poder Público, e já são décadas perdidas sem nenhuma grande atuação na região, já que não há um grande interesse também. Sendo assim, acreditamos que essa tem que ser uma atuação direta do Clube e, em consequência, o Poder Público vem atrás. Então, o Projeto foi todo desenvolvido com a característica de ser de baixo custo, tanto de construção, como de manutenção. A construção, bem ou mal, mesmo sendo cara, pode ser paga pelo Clube, mas manutenção é eterna, e, sendo assim, o Clube ficaria refém de um custo mensal. Nós temos o exemplo da Arena Corinthians, que custa R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais) mensais. Ainda fizemos uma análise com as outras plantas estudadas e, dentro da planta arquitetônica e de custo mensal em razão do Projeto, nós temos a Arena Pantanal como similar e é um custo mensal de manutenção de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), apesar da Arena Pantanal ser uma Arena no “Padrão FIFA”, com a necessidade de ter sido concebida com escritórios para atender determinados eventos, revestimento específico, etc, com exigências superiores, que acabam encarecendo o Projeto. É claro que, esse cálculo do custo tem que ser realizado com o Projeto Executivo, com o dimensionamento da parte elétrica e demais especificidades, mas que, ficará dentro dessa faixa de valor mensal de custo de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais).
– SV: Dentro do rol das 134 plantas que vocês analisaram, qual o modelo de estádio ou qual estádio foi referência para o Projeto, ou houve uma mistura de várias características?
– Nós tivemos 6 estádios que foram as nossas principais referências. Nós não utilizamos modelos que não são os usuais hoje para o torcedor. Não utilizamos as Arenas “Padrão FIFA” como explicamos acima, então os nossos modelos foram Campeón Del Siglo – Peñarol, Estádio do Exército Polonês – Légia Varsóvia, RheinEnergie Stadium – do Colônia (Alemanha), Estádio Matmut Atlanthic – do Bordeaux (França), Celtic Park – do Celtic (Escócia) e o Saint James Park – do Newcastle (Inglaterra). E se forem procurar na Internet, o Celtic Park também mantém uma fachada histórica, o que leva a ter a necessidade de haver uma diferença de altura entre as partes da fachada e, arquitetonicamente acaba a parte nova acaba “abraçando” essa parte histórica da fachada. Em termos de plantas, cada um tem um detalhe que ajudou em nosso projeto. Como, por exemplo, as arquibancadas “alongadas”, em cada setor, nos canto das laterais, foi uma inspiração vinda do estádio do Colônia. A questão de ter apenas um pavimento único, englobando tanto o anel superior e o inferior, foram trazidas do exemplo do estádio do Peñarol, do Legia Varsóvia e do Bordeaux. Um outro estádio que não citamos anteriormente, é o Estádio Libertadores da América – Independiente (Argentina), onde buscamos as ideias das “torres”, que ficarão ao lado das Sociais de São Januário, mas que serviriam de camarotes, em nosso Projeto.
– SV: Além da ideia de Baixo Custo de manutenção, formato de Caldeirão e a manutenção da fachada Histórica, quais foram as principais ideias para a formatação do Projeto?
– Falando dos objetivos, um dos principais foi o aumento da capacidade, deixando a possibilidade de sediarmos uma Final de Libertadores em São Januário, tendo uma capacidade hoje exigida pela Conmebol, de 40.000 pessoas (hoje, não estamos conseguindo atender essa capacidade, como foi em 1998). Por isso, para chegarmos nessa capacidade, a ideia das arquibancadas alongadas e, mesmo com a criação desses ângulos retos não temos problemas com aprovação de Bombeiros e demais legislações, pois tivemos que alargar rampas de acesso, escadas e áreas de circulação adequando às exigências. Outro ponto importante, foi que a ideia de “Caldeirão” vai trazer uma maior proximidade entre o torcedor e o campo. Hoje, temos um afastamento entre 12 e 15 metros de distância e, nos fundos, chega a mais de 20 metros de distância.
– SV: Hoje, um dos principais problemas de São Januário é a questão de entrada e saída dos torcedores pelos atuais portões e acessos. Como resolveram esse “gargalo”, ainda mais com a existência de demais infraestruturas do Patrimônio, tal qual o Ginásio?
– A gente criou uma Praça, com área ampla e cabines para entradas dos torcedores, como também distribuímos a entrada dos torcedores pelos 4 setores, diluindo o acesso por todos os lados. Hoje, o grande problema de São Januário é o portão 5, onde os estacionamentos e o trânsito de veículos acabam “jogando” o torcedor para o lado da fachada e gerando um “curral” de entrada no Estádio. O portão 9, bem ou mal, atende bem o torcedor e não seria o maior problema. Para resolver esse impasse, nós tiraríamos o Ginásio e o realocaríamos para onde hoje está o Campo Anexo e usaríamos as quadras internas neste local, aproveitando o Galpão hoje existente. Não perderíamos nada hoje existente no Complexo, apenas realocaríamos algumas estruturas. Além disso, usaríamos o desnível entre as Ruas General Almério de Moura e Francisco Palheta, de 3 metros de altura, fazendo uma laje no nível mais alto, fazendo uma área de estacionamento com um pouco mais de 600 vagas e, sendo na parte superior, a Praça que serviria como um “bolsão” de recebimento de torcedores, podendo suportar ali a presença de até 9.000 torcedores, resolvendo o problema do “pré-jogo”. Quando os torcedores ficam ali bebendo, se divertindo, poderemos trazer o torcedor para gastar no Clube, gerando receitas para o Clube. Essa é uma solução viável e barata, pois não haveria escavação, movimento de terras, aproveitando o desnível e resolvendo um problema e mantendo a ideia de soluções baratas e viáveis ao Clube.
– SV: Hoje, com a movimentação das áreas do patrimônio, aumento da capacidade do “Forninho”, quais as demais estruturas “intramuros” que deveriam ser realocadas e movimentadas para adequação ao Projeto?
– O CAPRRES, que passaria a ficar interno com o Setor Leste, ficando junto do CAPRRES da Base. Mesmo com a criação de um CT, nós buscaríamos esse “ganho” com a integração para atendimento, inclusive, aos atletas Olímpicos e Paralímpicos. Havendo, futuramente, um CT para o Clube, o CAPRRES Profissional iria junto com o futebol profissional.
– SV: E a questão da Capela de Nossa Senhora das Vitórias?
– A Capela se manteria, mas com sua fachada não ficar interna para o Estádio. Nós também procuramos no Estatuto do Clube se haveria alguma exigência, como dizem, da “Capela ser vista pelos torcedores das Sociais”. Mas não há esse impedimento. Mas é claro que não a tiraremos, nós até a valorizamos. Executaríamos a Parte Sul da arquibancada com a construção “em balanço”, evitando assim, que a Capela ficasse de frente a um grande paredão. Nós manteríamos o seu simbolismo importante, a preservando, assim como a Fachada Histórica. O nosso Projeto, inclusive, não busca apenas preservar, mas valorizar o que de mais importante nós temos hoje existente. Outra coisa que nós mantivemos, foi mudar o alojamento da Base e colocá-lo próximo da Capela, sendo que a Nossa Senhora das Vitórias abençoasse as nossas futuras “promessas” vindas da Base.
– SV: Então, basicamente, seria um Projeto Novo, de baixo custo, mantendo as tradições do Clube. Mas, e o lado das Sociais, como ele se manteria? Haveria grandes mudanças?
Haveria mudanças pontuais, para adequação. Nós temos uma ideia de buscar melhorias e modernizações. Por exemplo, hoje a Fachada Histórica fica “suja” com as condensadoras de aparelhos de ar condicionado que atendem às salas e escritórios da Administração do Clube. Nós tiraríamos toda essa poluição visual da Fachada Histórica, com a criação do prédio Administrativo, que ficaria junto ao Setor Leste, melhorando também o fluxo no Setor das Sociais. Nós também tiraríamos os pilares hoje existentes, que geram pontos cegos. Nos foi informado pelo Gaspar (engenheiro do Clube) que há estudos para criação de vigas invertidas para apoiar a cobertura das sociais, retirando os pilares. Mas nós demos a sugestão de colocação de treliças apoiadas nos prédios laterais às sociais (torres de camarotes), que seriam de menor custo, substituindo a marquise, evitando os pontos cegos que hoje existem em 1.000 assentos. Nós também substituiríamos os tipos de assentos, melhorando o fluxo nas Sociais. A cobertura atenderia todo o Estádio e os pontos cegos seriam de apenas 300 lugares com alguma limitação de visão, atendendo aos coeficientes nas legislações atuais, inclusive para torcedores em pé e Portadores de Necessidades.
Como o Vasco sempre foi um clube inclusivo, sendo assim, nós evitamos fazer uma arquibancada igual a “Muralha Amarela”, do Borussia Dortmund, como era o pedido de muitos, mas para buscar a inclusão de todas as pessoas com necessidades e deficiências. Nós buscamos fazer no nível inferior um local de alocação deles, para que ficassem inseridos na massa vascaína.
– SV: É certo que precisaríamos de um projeto executivo detalhado, mas quais as ideias de Sistema de Iluminação e Placar Eletrônico? Seguiríamos um modelo europeu de estádio, ou aquele modelo americano de Placares Gigantescos e iluminação para um Show?
Os estádios que nós usamos como base foram os de placares menores, assim como na Arena do Grêmio, que tem 2 placares pequenos em setores opostos. A ideia básica é de termos um estádio funcional, atendendo às necessidades básicas. A ideia é buscar a independência esportiva e financeira do Clube quanto à necessidade de estádio. Hoje, com o problema em relação à gestão do Maracanã, o Vasco não ficaria refém de algum adversário assumir a gestão do Maracanã. Com 41.300 torcedores de capacidade, nós seríamos independentes esportiva e financeiramente pelos próximos 90 (noventa) anos, buscando a maior longevidade possível. Inclusive, até no caso das coberturas, buscamos um modelo de baixo custo de construção de manutenção, evitando problemas como o caso da cobertura do Maracanã, que teve sua vida útil reduzida pelo mau uso realizado durante as Olimpíadas. Uma série de fatores técnicos foram pensados de forma a ser funcional, como a colocação de cadeiras em longarinas, tipos de revestimentos funcionais, sem luxo, mas que se adeque às nossas necessidades. Quem vê as nossas imagens reproduzidas na internet vê um projeto impactante, e ele é, mas nós buscamos a ampliação e reforma com custo barato para o Clube.
– SV: A alocação de torcida visitante, onde seria? Ela ficaria totalmente separada da nossa torcida, ou haveria algum ponto de interação? Esse é um ponto muito importante para a realização de grandes clássicos…
– Outro ponto importante de nosso projeto foi deixar o mesmo acesso, vindo pela Rua São Januário, assim como é hoje, facilitando a questão de segurança Pública, com os bloqueios que são feitos pela Polícia para o acesso, assim como já é feito hoje. A torcida visitante ficaria no Setor Sul, deixando uma parte do Setor, com o anel inferior e superior, evitando confrontos entre as torcidas alocados nos anéis superior e inferior, mas também evitando que sejam muito “filmadas” pelas câmeras de televisão. O objetivo é valorizar a torcida vascaína. Os setores de cabines de rádio e TV ficariam no mesmo local, atendendo às necessidades técnicas de caminhões de geração de imagens. Manteríamos no mesmo eixo, as cabines de rádio e TV, vestiários, caminhões de geração de TV. A questão da geração de imagem tem de ser no mesmo posicionamento das cabines de TV.
– SV: Falando especificamente da parte financeira do Projeto. Qual o valo, custo e prazo do Projeto? Haveria a necessidade de interdição total de São Januário ou poderia ser parcial, assim como o Atlético-PR fez com a sua Arena da Baixada?
– Nós pensamos muito no prejuízo técnico que o Vasco teria com a interdição, assim como foi nesse ano, quando fomos jogar em Volta Redonda. Nós tivemos 2 opções: ou fazemos a construção toda de uma vez, ou por módulos, na qual o time não ficaria grandes períodos jogando fora de São Januário. No Projeto que apresentamos às Chapas concorrentes nas eleições, nós apresentamos a possibilidade de começarmos pelo Setor Sul, na qual haveria demolição alguma, facilitando a construção. Em seguida, seria o Setor Norte, setor da Praça, em seguida, setor Leste da Arquibancada Principal e das Cabines de Radio e TV, ficando por último, os setores das Sociais e das Torres, porque também mexeríamos com a vida administrativa do Clube, realocando seus setores administrativos internos. Quando apresentamos o Projeto às chapas, o Eurico principalmente gostou muito do projeto, por podermos fazer em etapas, diluindo o custo ao longo do tempo, facilitando seu financeiro. Mas, se fosse fazer de uma vez, seria no prazo entre 2 e 3 anos. Fazendo por etapas, podemos chegar a até 5 anos, dependendo do lado financeiro.
– SV: E quanto ao custo do Projeto?
– Entre R$ 220.000.000,00 e R$ 250.000.000,00. Ainda sem o estudo do Projeto Executivo, estimamos esse valor, mas, por experiência e pelos dados analisados e técnicas construtivas, perto dos R$ 250.000.000,00 (duzentos e cinquenta milhões de reais). Analisamos, como parâmetros, os estádios da América do Sul, que tem a proximidade das técnicas construtivas.
– SV: E como foi a recepção da Diretoria atual em relação à viabilidade do Projeto?
– Nós não chegamos a ter essa conversa em relação ao lado financeiro do Projeto. Nós, quando fomos conversar com o Eurico, detalhamos apenas o que podia e não podia junto a ele. Foram feitas algumas perguntas em relação às Sociais e da Capela. Foi demonstrado interesse, mas não chegamos à parte financeira do Projeto.
– SV: E as demais Chapas concorrentes da Eleição, demonstraram interesse?
– Nós apresentamos primeiro à chapa do Horta, depois apresentamos ao Campello. Com a Chapa do Horta, houve duas reuniões, sendo, na segunda, uma reunião bem técnica, com presença de engenheiros e arquitetos da Chapa, sendo bem detalhada. Depois disso, o Horta deu até uma declaração à ESPN dizendo que adorou o nosso projeto, pela sua viabilidade.
– SV: Houve algum estudo de acústica atrelado ao projeto?
– Não pudemos ainda fazer este estudo pois ele depende do projeto executivo definitivo, sendo mais detalhado. Mas, na arquitetura não houve essa premissa. Nós já estudamos a questão de ventilação, com a abertura de vão entre a arquibancada e a cobertura, possibilitando a ventilação cruzada, continuando a deixar o estádio bem ventilado. Em relação à acústica, cada estádio tem a sua característica, como o do Palmeiras que já foi estudado para ser acústico, muito em razão do seu entorno ser uma área nobre. Mas essa não foi uma premissa em nosso projeto.
– SV: E o que de mais importante vocês gostariam de apresentar ao torcedor vascaíno?
Nós os convidamos a visitar a nossa página, nossa fan page, em que há textos detalhando o projeto. Também relatamos o que apresentamos a cada chapa. Mas algo primordial foi que pensamos em que São Januário seja rentável de segunda a segunda, buscando a revitalização do entorno, junto aos Órgãos Públicos, mas com que o Estádio seja algo parecido com a La Boca e a Bombonera, passando a ser um ponto turístico na região dentro da Cidade. Buscamos fazer a previsão de um restaurante panorâmico, colado a um Museu e uma Mega Loja, buscando a uma visitação de longo tempo, no qual o torcedor/turista gere receitas para o Clube, atrelado a um conceito de match day, no qual o torcedor que vá para um jogo às 16:00, mas chegue antes, passe o dia em São Januário e gere receitas para o Clube, estimulando a visitação ao Clube. Numa cidade como o Rio de Janeiro, que recebe 1.300.000 de turistas, gostaríamos de receber algo em torno de 1000 a 1500 visitantes por dia. Isso ajudaria o entorno, assim como é em Buenos Aires, próximo ao Boca Juniors. Além disso, o estádio teria uma vocação para receber shows de pequeno e médio porte (de samba, sertanejo, etc), podendo gerar mais um tipo de receita para o Clube. Isso acabou modificando os acessos de entrada e saída do público, sendo assim, o dimensionamento dos “vomitórios” foi pensado dessa forma. Por isso, pensamos não só apenas no futebol, mas como um todo, tentando atrair investidores e financiadores.
Em soma, pensamos no entorno também, de forma a melhorar toda essa situação. Logo ali ao lado, existe o famoso “Campo do Carlão” , que hoje é usado apenas como um estacionamento em dias normais e de jogos. Mas nós pensamos na comunidade do entorno, criando a possibilidade de uma boa loja de uma grande rede de supermercados, com mais andares de estacionamento acima e, no terraço, manteríamos um campo de “Society”, trazendo investidores privados para o entorno, que seria bom para o Clube, sem custo para o Vasco e ainda atenderíamos à comunidade do entorno, sendo algo bem atrativo a todos.
– SV: Algo a mais que vocês gostariam de detalhar para o torcedor vascaíno?
Sim. Há as mudanças do ginásio. As entradas pelas rampas superiores, que gerariam uma grande visão do torcedor assim ao entrar no estádio, gerando a sensação de imponência. Nós também gostaríamos de trazer as sensações convidativas ao torcedor, que hoje não estão presentes em São Januário. Hoje, a visitação em São Januário não é convidativa ao retorno, tanto é que quando o Vasco joga no Maracanã, muda-se o perfil dos torcedores. A sensação lá, hoje, é muito melhor do que a atual em São Januário. Nós queremos reconquistar o torcedor para visitar o estádio, aumentando até a média de público.
Outro fator era evitar a elitização do torcedor, mantendo os ingressos baratos, através do baixo custo de construção e da manutenção mensal. Como o Vasco sempre foi um Clube popular, o legítimo Clube do Povo, da Zona Norte, manteríamos os ingressos em valores populares, mantendo também a tradição e a cultura do torcedor que gosta de assistir o jogo em pé, na arquibancada, nos Setores Norte e Sul, mas quem quisesse assistir sentado, teria o Setor Leste. Nós ouvimos o torcedor e pensamos em vários fatores, inclusive as Organizadas, que ficariam nos setores Norte e Sul. Também buscamos homenagear “a cara da nossa torcida”, dando à Praça que projetamos o nome de Praça Dulce Rosalina, torcedora símbolo do Vasco, exatamente onde ficariam as Organizadas do Clube.
Em relação à viabilidade financeira, fizemos 3 projeções. Pensamos e analisamos o Contrato que seria feito com a Lusoarenas. Analisamos o caso do Peñarol, que é polêmico pois uma Rede de TV bancou a construção do estádio, que seria como se a Rede Globo bancasse o estádio para um time. Estudamos o modelo de financiamento do Independiente que usou os recursos com a venda de jogadores para bancar a construção (como foi com o Aguero).
Dentro disso, existe a possibilidade de financiamento total por um investidor. Existe uma segunda possibilidade de financiamento parcial, com a venda de camarotes e cadeiras cativas. E, por fim, quem sabe, o financiamento total bancada pela torcida, com a criação de um “Crowdfunding”, com a participação direta da torcida. Até nisso, o grande diferencial do nosso projeto, a gente estipula que o Vasco não tenha que mexer no seu fluxo financeiro, não tenha que ter gastos vultuosos diretos. Como exemplo, nós pensamos na venda de cadeiras cativas, pelo valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), que poderia ser parcelado conforme a obra, gerando ainda o título de Sócio Benfeitor Remido ao comprador. Pensando na viabilidade, se fossem vendidas 7.000 (sete mil) cadeiras cativas, cada uma no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), haveria uma renda de R$ 210.000,00 (duzentos e dez milhões de reais) para a construção, já ficando bem próximo do valor estimado e calculado no Projeto.
Há, ainda, a questão de “Naming Rights”, tanto no estádio como no Ginásio (a ser usado em jogos do NBB, por exemplo), assim como existe na Arena Pernambuco, Arena Fonte Nova e no estádio do Palmeiras, que tem nomes tradicionais e comerciais. E tudo o que isso engloba, como a exposição das marcas nos nomes dos estádios e nas redes sociais. Há a possibilidade de venda de camarotes, que poderiam gerar uma renda de até R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais) anualmente, sem o exagero de muitos camarotes, mas que eles sejam comercialmente atrativos, com vagas de estacionamento e um bom posicionamento, gerando uma grande demanda e aumentando os valores para uma boa locação, com camarotes condizentes com a realidade a que eles se propõem. Camarotes com 15 pessoas e um “supercamarote” para até 50 pessoas, a fim de ser vendido a empresas.
No caso de financiamento através da torcida, se estimássemos que 3% (três porcento) da torcida vascaína, algo em torno de 500.000 (quinhentas mil pessoas) doassem algo em torno de R$ 42,00 (quarenta e dois reais) por ano, através de uma grande campanha do Clube, visitando todos os estados do Brasil, reforçando a sua marca, geraria uma renda projetada com algo em torno de R$ 21.000.000,00 (vinte e um milhões de reais) por ano, ajudando na construção. Imagina, o Vasco fazendo uma campanha que projetasse uma reforma bancada pelos torcedores? É claro que o vascaíno faria isso novamente para o Clube. Que orgulho que isso traria.
Mas, voltando ao caso de Nosso Projeto, este é um Projeto independente, sem vinculação direta ao Clube ou a qualquer chapa concorrente da eleição. A nossa ideia é de que forma podemos ajudar o Clube e melhorar a nossa maior jóia. Nós iniciamos o Projeto buscando Clube, através do Setor de Engenharia, com o Gaspar (engenheiro responsável do Clube), apresentamos inicialmente à Direção do Clube, como também às chapas concorrentes da eleição. Somente quem não teve muito interesse foi a Chapa do Julio Brant. Mas o interesse se atrela ao Clube, jamais a alguém em específico. Sempre buscando o melhor para o Vasco.
– SV: E quanto ao Ginásio? O que mais pode ser relatado?
– Hoje, pelo Corpo dos Bombeiros, a capacidade é de 440 (quatrocentos e quarenta) presentes. Mas o Ginásio, novamente, foi pensado em ser de baixo custo de construção e de manutenção. Sem exageros, buscando ser racional. Seria feito para 2000 (dois mil) torcedores, com a implantação de cabines de imprensa, melhorias na iluminação e ventilação, com a ideia de ser um Ginásio bonito, atrativo, mas de baixo custo para o Clube. Tudo foi pensado atendendo às exigências. Desde os corredores internos de acesso, melhorando a ventilação e iluminação natural, que hoje é quase inexistente.
– SV: Quais detalhes mais foram levantados?
– Foi tudo pensado, estudado, plantas foram vistas, medições foram realizadas, desde os poços artesianos que o Clube ainda usava, posição e instalação da lavanderia do Clube, msetor de marcenaria, plantas de Corpo de Bombeiros, medições de distanciamento entre arquibancada, Capela e linhas do campo, etc. Foram 2 anos, com 3 arquitetos trabalhando neste Projeto. A busca de base para acessar as plantas de diversos estádios pelo mundo, o que não é nada fácil, ter acesso a livros de plantas de estádios, visitas ao Clube, tudo buscando um Projeto que agradasse ao máximo de torcedores possível, tentando agradar gregos e troianos, sejam aqueles que buscam maior conforto, seja o que gosta de assistir o jogo em pé. Sempre em prol do Clube, o nosso amado Vasco, já que nós 3 também somos vascaínos.
– SV: Mensagem Final aos torcedores.
– Nós gostaríamos do apoio dos sócios e torcedores em prol do Clube. Sempre em prol do Vasco, buscando uma nova e boa reforma do nosso Estádio.”
E abaixo seguem algumas imagens do Projeto arduamente trabalhado pelos arquitetos.
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