Vasco e Flamengo se enfrentaram ontem, pela primeira partida da decisão do Campeonato de Futebol do Estado do Rio de Janeiro. O famoso confronto, outrora apelidado de Clássico dos milhões, já havia dado sinais de não iria bem para o Vasco muito antes dele começar.

A semana que o antecedeu, foi marcada por diversos problemas extracampo. Questões sobre mando de campo, falta pagamento de salários e demissões sumárias, foram apenas alguns dos temas frequentemente debatidos nos últimos dias por dirigentes, jogadores, imprensa e parte da torcida, que se esqueceram do principal: O Futebol.

E a falta de foco não perdoa. Aproximadamente 10.000 resilientes torcedores prestigiaram a partida, marcada para o Engenhão a pedido do Vasco, que se recusou a jogar no Maracanã, por pura pirraça, mesmo sabendo que a torcida vascaína normalmente não comparece em massa a jogos nesse estádio; e que essa mudança não traria nenhum benefício técnico ou psicológico para a equipe.

Como planejamento técnico para a partida, o treinador vascaíno mostrou, mais uma vez, que possui muita dificuldade para ter a equipe em suas mãos e que não consegue ter uma leitura adequada do que ocorre no decorrer do jogo, realizando alterações esdrúxulas e sem sentido, que em sua maioria enfraquecem ainda mais o já combalido poder ofensivo da equipe.

Não obstante ter conseguido manter o empate durante o primeiro tempo, e até ter criado algumas poucas oportunidades para abrir o marcador, os jogadores do Vasco, em sua maioria, entraram em campo completamente desatentos, sem inspiração e sem transpiração, o que é inadmissível em se tratando do Gigante da Colina.

O Vasco perdia TODOS os rebotes e praticamente TODAS as divididas, pois seus jogadores chegavam atrasados em TODAS as jogadas. O Flamengo, por sua vez, jogava “ligado” e pressionava a saída de bola do Vasco, marcando em cima aquele que vinha sendo a principal peça do meio de campo vascaíno, Lucas Mineiro, que nada conseguia produzir.

A falta de atenção vascaína irritava a torcida e o gol rubro-negro parecia questão de tempo.

Após o empate sem gols do primeiro tempo, as equipes voltaram para uma segunda etapa onde apenas uma delas jogaria. As substituições realizadas por Valentim prejudicaram muito a equipe, enfraqueceram o meio campo e o ataque e expuseram a defesa que, acuada, começou a errar.

A saída de Marrony foi desastrosa, pois ele era o único atacante que ainda levava perigo e conseguia segurar um pouco o adversário, além de fazer bem a função de recuperação, por sua agilidade.

Com as saídas de Bruno César e Maxi, que também não faziam uma boa partida, o meio de campo perdeu em experiência, o que se mostrou pior ainda, principalmente porque não tínhamos mais o substituto imediato dos outros jogos, Thiago Galhardo. Lucas Santos e Thiago Reis entraram e, pressionados, sucumbiram.

Curiosamente, os 3 gols do flamengo (um deles mal anulado pelo árbitro, após consulta ao VAR) nasceram de 3 erros da defesa vascaína, em bolas pipocadas e mal rebatidas, que sempre achavam um jogador do flamengo para a finalização.

A partida de ontem foi um duro golpe a ser absorvido por equipe, diretoria e torcida. Não por conta do resultado. Afinal, a equipe do Flamengo era a favorita, possui um elenco muito mais qualificado e realizou uma de suas melhoras apresentações no ano, comandada pelo competente Arrascaeta. Mas principalmente pelo modo como a derrota aconteceu. O Vasco já entrou derrotado, acuado, sem inspiração e, principalmente, sem transpiração. Sem vontade de lutar.

Essa falta de luta mostra irresponsabilidade e é inadmissível para uma equipe que representa um clube de tanta tradição e glórias. A próxima e derradeira partida será realizada no próximo final de semana. Da mesma forma com todos os realistas torcedores vascaínos sabiam que a vitória na primeira batalha seria muito difícil, temos a consciência que agora ficou mais difícil ainda reverter a situação para a conquista do título.

Entretanto, o que o torcedor vascaíno espera é que não falte luta, empenho, responsabilidade. Que toda a equipe e direção se unam e entrem em campo honrando a história cruzmaltina. E que não desistam até o último minuto da partida, enchendo de orgulho a torcida, independentemente do resultado.

Na primeira partida, a derrota foi sim, merecida. Na próxima, não podemos vender barato. Aliás, NUNCA.

Saudações Vascaínas