O Dicionário Aurélio define o verbete “experiência”, em seu primeiro significado, como o “conhecimento ou aprendizado obtido através da prática ou da vivência: experiência de vida; experiência de trabalho.” Neste sentido, apesar dos seus 48 anos de idade e de relevantes serviços prestados ao futebol como jogador de futebol, Ramon Menezes ainda pode ser considerado inexperiente como técnico de futebol, como já foi destacado aqui no Saudações Vascaínas. Sob seu comando à frente do Vasco, embora tenha no elenco vários atletas jovens, também conta com jogadores com “rodagem” na vida e na carreira: Fernando Miguel, Leandro Castán, Fellipe Bastos, Bruno César, Germán Cano, Yago Pikachu.

Para um treinador, esse misto de juventude e experiência pode ser a composição ideal na hora de montar o time titular. Mas, principalmente se o técnico for neófito na profissão, a presença de alguns “medalhões” pode ser um problema, se ele não tiver pulso (ou liberdade) para cobrar deles mais empenho ou mesmo para barrá-los quando necessário. No caso do Vasco, é até compreensível a titularidade do goleiro, incontestável a escalação do zagueiro e capitão e fundamental a escolha pelo artilheiro argentino. Mas os outros nomes não merecem questionamento?

 

Cabe então apresentar o segundo significado do vocábulo “experiência” no Aurélio: “teste feito de modo experimental; prova, tentativa”. Eis o “calcanhar de Aquiles” do chamado ramonismo: nosso técnico parece não querer abrir mão de nomes como Pikachu e Bastos, apesar das repetidas e ineptas tentativas desses jogadores se mostrarem dignos de começarem jogando. Por quê? Pressão do elenco, da diretoria ou mesmo de empresários? Ou do próprio Ramon, que teme perder a “mão” do grupo?

Na partida de logo mais, contra o Botafogo, a ausência forçada do titular Andrey e de seu substituto imediato Bruno Gomes (apesar de entender que eles não ocupam o mesmo espaço em campo) “obriga” Ramon a escalar Bastos. Será? Eu não vejo o porquê de não avançar um dos zagueiros (Ricardo, por exemplo) para a posição de volante, ao lado de Carlinhos. Uma experiência. Mais inexplicável ainda é manter o lateral/pokémon, quando teríamos a oportunidade de testar Tenório, mais veloz e de melhor passe. Outra experiência.

Mas, não. O inexperiente Ramon não parece adepto de “inovações”. Uma pena. Seu trabalho tem sido bom, surpreendente, até. Mas temo que a árvore cruz-maltina sinta o peso de galhos envelhecidos e tombe antes mesmo de gerar suculentos frutos.

 

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