“Faça a coisa certa” é um filme de 1989, do premiado Diretor Spike Lee, que relata a história de um ativista negro que se revolta contra a atitude do dono de uma pizzaria no Brooklyn, que havia espalhado nas paredes de seu estabelecimento comercial imagens de ídolos brancos. Ante a recusa do comerciante em substituir as fotos pelas de heróis negros, o ativista inicia um boicote que gera diversos conflitos no bairro.
Tal qual no filme (e na vida), no futebol é necessário saber fazer escolhas certas pra não sofrer consequências desagradáveis. Com o grande número de jogos que a maioria dos times precisam disputar na temporada, é sabidamente impossível para um técnico utilizar um número limitado de jogadores – daí a importância de se ter à disposição um elenco heterogêneo e bem preparado fisicamente.
No entanto, na hora de poupar jogadores, o “professor” deve agir com parcimônia, a fim de não “desfigurar” o time, pois o efeito pode ser catastrófico. Foi o que aconteceu com o Vasco no último domingo.
Preocupado com o desgaste físico de alguns jogadores, principalmente em decorrência dos dois últimos jogos (Flamengo e Avaí), em que o Vasco saiu atrás no marcador e precisou correr muito até o fim, Alberto Valentim optou por mandar a campo um time “alternativo” contra a Cabofriense. Até aí, tudo bem.
O problema é que, à exceção de Fernando Miguel, Raul e Marrony, os outros 8 jogadores que começaram a partida em Cariacica eram reservas – os 4 defensores mal tiveram oportunidades anteriores em 2019! Isso implicou natural desentrosamento do time e, mesmo a Cabofriense não tendo jogado com ousadia, aproveitou bem as raras chances de gol oferecidas por um time afobado e destreinado. Aliás, no mínimo, foi infeliz a escolha de Valentim por fazer tantas mudanças justamente contra o time que lidera o grupo C da Taça Rio e cujo comandante era Valdir Bigode – que teve saída mal encaminhada de São Januário.
Por outro lado, algumas escalações eram necessárias: Ribamar seria o substituto natural de Maxi López, suspenso; Bruno César e Rossi, que têm tido bons desempenhos quando saem do banco durante os jogos, teriam oportunidade como titulares em lugar de Galhardo e Pikachu, desgastados com a torcida. Mas poderia ter parado por aí.
A perda da invencibilidade no ano é o menor dos males – pior seria se tivesse ocorrido na Copa do Brasil ou num clássico. Mas, tivesse ido a campo com um time mais entrosado (poupando um ou outro titular) e, quiçá, vencido a partida, o Vasco estaria com a classificação praticamente garantida e, aí, sim, contra o eliminado Resende, a opção por um grupo mais mesclado faria mais sentido.
Resta saber se Valentim saberá “rodar” o elenco de forma mais inteligente (não o estou chamando de burro!, longe disso) e, assim, fazer a coisa certa: ser prudente, mas competitivo.
P. S.¹: pode parecer uma bobeira, mas esse fenômeno mundial que foi o uso indiscriminado do nome VASCO nas redes sociais nos últimos dias só reforça o conceito de como um clube de futebol pode ser GIGANTE mesmo após anos de desmandos e humilhações. Que isso sirva de lição para os nossos dirigentes!
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