Por Guto Correia

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O pesadelo acabou. Foram 3 meses com Cristóvão Borges. Apenas 46% de aproveitamento contra times de menor expressão. Absolutamente nenhuma vitória contra um time de série A. Jogamos contra Corinthians, Fluminense, Flamengo e Vitória. Apenas derrotas ou empates. Essa fase, no entanto, acabou. Agora é a vez de Milton Mendes.

Mas, o que falar do novo comandante da Nau Vascaína?

Apresentou campanhas razoáveis no Santa Cruz e no Atlético Paranaense, mas o que é gritante da época dos times anteriores é a pequena quantidade de empates e o equilíbrio entre o número de vitórias e derrotas. Isso, na opinião deste que vos escreve, dá pistas de um técnico audacioso e apostador, que arrisca o empate garantido por uma vitória improvável. Coisa que muitos medalhões não fariam. Isso é bom? Apenas o tempo irá dizer. Mas combina com o Vasco.

Vamos falar agora do tempo do técnico do Vasco. Sei que está há apenas 3 jogos no comando da equipe. No entanto, já podemos levantar algumas questões quanto a esses novos tempos. Milton assumiu o time dias antes do jogo contra o Madureira, houve pouquíssimo tempo de preparação, mas a equipe mostrou nova cara. Diferente do time apático “ajuntado” apresentado por Cristóvão Borges, o grupo escalado por Milton mostrou brio e maior organização dentro de campo. Impressionante a diferença para o técnico anterior, que, mesmo depois de 3 meses, apresentava um time bagunçado.

Milton, além do tempo curto, sofreu com a ausência de jogadores que antes desfrutavam o status de titulares, como Kelvin, Wagner, Luan e Rodrigo. No entanto, o novo técnico contava com coelhos em sua cartola e os tirou sem que a platéia, aturdida, suspeitasse. Era tarde demais para o adversário. Mendes precisava de velocidade. Alguém para compor dupla com Gilberto. Encontrou em Pikachu o nome para a posição. O franzino paraense entendeu a oportunidade que batia à sua porta e aproveitou. Desde então é titular absoluto do elenco.

No primeiro jogo, pudemos também observar algo que não víamos no time vascaíno desde a época de Jorginho: jogadas ensaiadas. Foram 3 contra o Madureira, que num descuido da defesa, deixou o jovem Pikachu frente a frente com o goleiro para marcar o único tento da partida. Posteriormente, foi a vez do Flamengo. Mais uma vez, Pikachu foi protagonista: 1 a 0. Tudo ia bem. Vasco dominava. Até que Luis Fabiano mostrou a parte negativa de contar com ele no plantel. Com um a mais, o Flamengo virou. Gols de Arão e Berrío. Mas não contavam com a vontade de Milton Mendes.

Mesma com desvantagem numérica, o técnico sacou o volante Jean para a entrada de Thales, além de Pikachu, para que Manga estreasse decentemente (que jogo do colombiano) e, por fim, Escudero no lugar de Andrezinho. De repente, com as alterações, o jogo mudou e o Vasco, apesar de estar com menos um em campo, voltou a incendiar a partida, o que culminou em um pênalti erroneamente marcado pelo polêmico árbitro Índio. E assim seguimos invictos com Milton no comando.

No último jogo, contra o Boavista, um gol “achado” por Douglas, ainda no primeiro tempo, garantiu a vitória vascaína. O Vasco parece crescer com Milton, mas o time ainda não deslanchou. Na primeira partida, o pouco tempo para apresentar algo diferente foi preponderante para que não mostrássemos nada a mais. No segundo, no clássico, a expulsão de Luis Fabiano atrapalhou o crescimento do time. No último, as águas de março que fecham o verão dificultaram o desenvolvimento vascaíno.

Milton precisa de um jogo. Precisa contar com todos os jogadores do elenco. Precisa que nenhum fator externo atrapalhe o time. Precisa de um jogo para ele. Pois só então conseguiremos entender o que o novo técnico representa e o que esperar de seu trabalho. Por ora, vemos recortes e superação, mas num jogo comum, qual Vasco podemos esperar?

Que venha o Nova Iguaçu!

Saudações Vascaínas.