O principal torneio de clubes de futebol do continente sul-americano, a Copa (ou Taça) Libertadores da América, tem no nome uma homenagem aos principais líderes da independência das nações da América do Sul: José Artigas, Simón Bolívar, José de San Martín, José Bonifácio de Andrada e Silva, D. Pedro I do Brasil, Antonio José de Sucre e Bernardo O’Higgins.

Esses notáveis vultos da História são eternamente lembrados por terem sido responsáveis, ainda que por motivos e em ocasiões distintas, pela libertação de Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela do domínio imposto pelos colonizadores espanhóis, além da Proclamação da Independência do Brasil do jugo de Portugal.

 

O Vasco, que já havia conquistado o então chamado Campeonato Sul-Americano, em 1948, conseguiu chegar à final da Libertadores exatamente meio século depois – e, coincidentemente, no ano em que completaria o seu primeiro Centenário. Após uma campanha de muita bravura, em que superou gigantes do cenário nacional (inclusive o campeão da edição anterior, o Cruzeiro) e até mesmo o fortíssimo River Plate (quem nunca cantou “Gol do Juninho, Monumental”?), o Vasco atropelou o Barcelona do Equador na final, ganhando os dois jogos.

Mas esta crônica não é sobre as defesas do Germano, nem sobre a liderança do Mauro Galvão, tampouco sobre os gols decisivos de Donizete e Luisão.

 

A minha maior lembrança daqueles jogos é da torcida do Vasco. O que acontecia em São Januário nos dias em que a equipe cruz-maltina entrava em campo pela Libertadores-1998 era simplesmente indescritível. O estádio da Colina Histórica ficava lotado assim que os portões eram abertos. A queima de fogos de artifício, que antecedia a entrada da equipe no gramado era o estopim para uma festa inigualável, que certamente fazia ferver o sangue dos nossos atletas e colocava em ebulição qualquer otimismo adversário. Posso estar enganado, mas tenho a impressão de que foi naquela época que surgiu a expressão “Caldeirão”.

Alguém poderia dizer: “É fácil torcer quando se tem um time bom”. Claro! Mas, tal como agora, não tínhamos a certeza da vitória. O time apresentava altos e baixos, não costumava jogar tão bem fora de casa e sofreu duas baixas significativas no elenco em relação ao que fora campeão brasileiro no ano anterior: a dupla Edmundo e Evair. Mas o velho sentimento já existia! O mesmo que coloca o clube no primeiro lugar entre os brasileiros com o maior número de sócios-torcedores. O mesmo que faz milhares de fãs comprarem ingressos virtuais para assistirem pela TV Globo ao replay de um jogo realizado há mais de 2 décadas – e, assim, ajudar nas finanças do clube em meio à pandemia do coronavírus. O mesmo que supera 3 rebaixamentos, golpes políticos e crises financeiras quase sempre lotando São Januário a cada jogo.

Meu filho ao lado da Taça Libertadores, na Sala de Troféus de São Januário

Os torcedores cruz-maltinos merecem a Taça cuja conquista hoje relembram com saudosismo. Nós somos os autênticos Libertadores, não da América, mas do próprio Vasco. E somente nós seremos capazes de promover uma nova redenção em nossa História.

 

 

VIVA A TORCIDA DO VASCO!

/+/ Saudações Vascaínas /+/