A partida de ontem prometia ser de sofrimento. Afinal, era o confronto entre uma das piores defesas e o melhor ataque do campeonato. Era jogo fora de casa e, pelo retrospecto, a certeza de levarmos ao menos 1 gol. Era no Independência, onde o Atlético fez, em média, 2 gols por partida no Brasileirão de 2018, até o momento. Era a estreia de mais uma formação para a zaga vascaína, agora composta pelos improváveis e, nunca cogitados, Luiz Gustavo e Bruno Silva.

Era a verdadeira estreia de Lennon pelo lado direito e de Raul pelo meio, que jogariam agora desde o início, com a incumbência de fechar a lateral direita e o meio e anular as principais jogadas do rápido ataque do Atlético.

E o jogo começou como se previa. O Atlético dominava e tinha em Chara o seu jogador mais perigoso. Rápido e inteligente, procurava acelerar o ataque mineiro, esperando uma brecha na zaga vascaína que permitisse ao Galo abrir o placar.

Entretanto, a aflição inicial pela pressão mineira foi dando lugar a uma sensação até aqui não experimentada com frequência pela torcida do Vasco em 2018. A Esperança.

O comportamento da zaga vascaína, surpreendentemente, era seguro e muito preciso. Luiz Gustavo e Bruno Silva jogavam de forma simples, mas contagiante. Foram inúmeras as coberturas e antecipações realizadas, tanto que Luiz Gustavo bateu o recorde de rebatidas de um jogador vascaíno no campeonato (17 vezes).

Os laterais Lennon e Henrique também não comprometeram e compuseram muito bem a defesa carioca, criando uma barreira compacta e que sempre duplicava a marcação, prejudicando muito o trabalho do competente Ricardo Oliveira.

Prevendo dificuldades e obrigado a mexer no meio com a contusão de Thiago Galhardo, que sentiu dores no joelho por causa de uma pancada recebida no jogo contra o Ceará, o técnico interino Valdir, escalou a equipe com três volantes: Desábato, Andrey e Raul.

A decisão se mostrou bastante acertada, pois o Atlético parava na defesa vascaína e, sem saber o que fazer para furar o bloqueio imposto por Valdir, começou a tocar muito a bola sem objetividade, mostrando certa deficiência nesse tipo de jogo. Tanto que o meio e o ataque do Vasco começaram a “gostar” do jogo.

Em sua melhor partida no campeonato, Maxi Lopez conseguia realizar uma tarefa que ninguém havia conseguido até aqui, fazendo o pivô com competência, onde certas vezes girava com perigo e em outras, fazia o um-dois com os meias que avançavam.

O Vasco era compacto para defender e perigoso para atacar. Infelizmente, as boas chances criadas pelo ataque Vascaíno, pararam no sempre competente Victor.

Com o cansaço de Wagner, que havia se movimentado bastante na partida, o Vasco perdeu um pouco de recomposição, mas ganhou força no contra-ataque, onde Vinícius Araújo mostrou que pode ser útil. Em uma dessas escapadas, o recém contratado atacante limpou e tocou para Pikachu ajeitar para Andrey quase mascar, após Maxi Lopez puxar a marcação de dois defensores mineiros. Bela jogada que terminou mais uma vez em grande defesa de Victor.

O Atlético, mesmo após colocar seu “coringa” Luan no segundo tempo, passando Chara para a ponta esquerda, não conseguiu grandes chances e o Vasco, com muita, muita luta e dedicação, conseguiu trazer de Minas um resultado considerado muito bom, pelas condições iniciais e previsões pessimistas. E mais, mostrou que possui um elenco capaz de garantir um final de campeonato honroso e sem sustos.

Independente do resultado, que até poderia ter sido negativo, a torcida deve estar bastante orgulhosa da equipe nessa partida. Não faltou o comprometimento cobrado, a garra histórica e o peso do manto vascaíno.

Saudações Vascaínas