por Mauro Amorim Filho
A partir de 2003, o Campeonato Brasileiro passou a ser disputado no sistema de pontos corridos. Desde então, o Vasco da Gama disputou a Série A por 12 vezes e chegou entre os 8 primeiros colocados apenas em 4 oportunidades: 2° colocado em 2011; 5° em 2012; 6° em 2006; e 7° no ano passado. Nas demais edições do maior torneio do País, o Gigante colecionou campanhas medianas ou ruins, além das 3 vezes em que terminou o ano rebaixado à Série B – fato inédito nos antigos formatos do Brasileirão.
Ora, então esse tal de pontos corridos é o grande mal do Vasco, certo?
Errado. Não é o rabo que abana o cachorro.
A adequação do calendário do futebol brasileiro ao do futebol europeu não foi o único objetivo da instituição dos pontos corridos no nosso País. Um campeonato nacional com dezenas de datas previamente definidas permitiria aos clubes brasileiros se organizarem tanto do ponto de vista administrativo (planejamento orçamentário, contratações etc.) quanto técnico (formação, a médio prazo de uma filosofia de jogo). Quem não soubesse compreender isso e continuasse no “amadorismo”, padeceria.
Foi o que aconteceu com alguns grandes clubes – entre eles, o Vasco.
O mata-mata, por sua vez, surge como uma espécie de “compensação”, um torneio que permite a um time, mesmo em momento ruim, avançar às fases mais agudas e, com um pouco de sorte, até ser campeão. Mas, desde 2003, raramente um grande clube brasileiro foi campeão de um torneio mata-mata (Copa do Brasil, Libertadores, Sul-Americana) num “ano fraco” – a principal exceção foi o Palmeiras, campeão da Copa do Brasil em 2012, ano em que foi rebaixado no Brasileirão.
Ou seja, ao contrário de que se imagina, o mata-mata para alguns clubes em crise é um verdadeiro “morre-morre”, porque além de normalmente não resultar em título, ainda atrapalha na disputa do Brasileirão.
Sem chances na Libertadores e virtualmente eliminado das Copas do Brasil e Sul-Americana, resta ao Vasco neste ano a disputa do certame nacional de pontos corridos. Após seguidos vexames, talvez seja essa a oportunidade para que o clube tente fazer a poeira baixar, planeje o restante da temporada dentro das suas possibilidades técnicas e financeiras e, ao menos, encerre o ano sem sustos.
Se isso acontecer, poderemos torcer para que 2019 seja um ano com mais organização para o Vasco, em campo e fora dele. Nós, torcedores, estamos cansados de morrer… de vergonha!
/+/ Saudações Vascaínas/+/
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