Se uma pesquisa fosse feita para saber se os vascaínos estão aprovando o trabalho de Milton Mendes no comando técnico do time, acredito que mais de 80% estariam a favor do técnico. Milton chegou, pegou terra arrasada e conseguiu ajeitar um time que parecia não ter solução. Mas as decisões que o treinador teve ontem, na derrota contra o Grêmio, foram péssimas.

Poupar Luís Fabiano me pareceu uma atitude correta. O atacante começou a fazer gols e vem se mostrando muito produtivo em São Januário, onde o Vasco receberá o Corinthians, na próxima quarta-feira. Fora o fato de ter tomado dois cartões amarelos e estar pendurado, o atacante tem 36 anos e precisa ser poupado para poder aguentar a maratona de jogos.

A escalação escolhida por Milton fazia sentido, mas a partir do intervalo, o treinador tomou as piores decisões possíveis. Vasco fez um bom primeiro tempo, fechado, tentando sair em velocidade. Dessa forma a escalação de dois atacantes velozes faziam sentido. Manga e Kelvin, atuando pelos lados esquerdo e direito, respectivamente, faziam recomposição e atacavam com velocidade. A estratégia funcionava até os 36 minutos, quando o árbitro Sandro Meira Ricci marcou pênalti contestável de Wellington em Geromel. Barrios abriu o placar para o Grêmio e isso faria com que o Vasco mudasse a forma de jogar.

O time retornou para o segundo tempo com uma alteração. Saiu Manga, que foi o melhor jogador vascaíno no primeiro tempo, para a entrada de Thalles. Acho que o Vasco realmente precisava de uma presença na área. Isso ficou evidente no primeiro tempo. Mas tirar o Manga? O colombiano, além de cumprir bem o papel defensivo, deu trabalho à defesa adversária. Foi o responsável pela chance mais clara de gol no primeiro tempo.

Tentando ser mais agressivo no ataque, a opção de Milton foi lançar Guilherme Costa. O treinador resolveu sacar o menino Matheus Vital, que, após a saída de Manga, era o melhor em campo. Milton Mendes tirou os dois melhores jogadores do Vasco. As mexidas não surtiram o efeito desejado. Então, aos 25 do segundo tempo, Milton lançou sua última carta: lançou Nenê no lugar de Jean, quando a melhor opção era sacar Wellington, que cometeu o pênalti, já tinha cartão amarelo e fazia sua estréia.

Milton Mendes não pode ser apontado como o maior culpado pela derrota, mas as suas alterações completamente equivocadas não permitiram que o time reagisse adequadamente. A atuação do time foi boa, dentro do possível. Se fechou bem, tomou gol em um pênalti bem contestável, teve que se abrir para buscar o empate, e acabou levando o segundo no fim do jogo.

Coisas positivas foram tiradas da derrota. O time mostrou que pode ser eficiente jogando fora, mas esperamos que Milton não tome tantas decisões ruins como hoje.

/+/ Saudações Vascaínas /+/

 

Atuações:

Martin Silva – Nota 5 – Sem culpa nos gols, mas precisa treinar mais defesas de pênalti.

Gilberto – Participou de uma das melhores jogadas ofensivas no primeiro tempo, mas se precipitou – Nota 5.

Paulão – Foi seguro e não comprometeu. Quase marcou um gol – Nota 5.

Breno – Vem melhorando a cada jogo. Quase complicou Martin Silva com um recuo forte demais – Nota 5.

Henrique – Chegou a fazer boas tabelas com Manga no ataque, mas precisa treinar chutes e cruzamentos – Nota 4.

Jean – Bem na marcação, só precisa parar de chutar de longa distância, ou treinar mais esse fundamento. Fez uma boa partida – Nota 6.

Wellington – Foi infantil no lance do pênalti. Não acompanhou Léo Moura no segundo gol – Nota 3.

Douglas – Começou escalado mais avançado, demorou a se adaptar. Não repetiu atuações anteriores – Nota 5.

Matheus Vital – Boa movimentação. Criou a melhor chance do Vasco no jogo. Foi substituído injustamente – Nota 7.

Manga Escobar – Foi o melhor em campo no primeiro tempo. Teve a melhor oportunidade para marcar em favor do Vasco. Deu trabalho a zaga rival. Foi substituído injustamente (2) – Nota 6,5.

Kelvin – Não conseguiu ser produtivo. Errou quase tudo o que tentou – Nota 4.

Thalles – Entrou para ser a referência que o time precisava, mas segue acima do peso e lento – Nota 2.

Guilherme Costa – Substituiu Matheus e nada produziu – Nota 3.

Nenê – Tentou, lutou, mas não conseguiu ser produtivo. Tomou amarelo por uma simulação ridícula – Nota 5.

Milton Mendes – Armou e escalou bem o time, mas suas alterações foram completamente equivocadas e tiram qualquer poder de reação da equipe. Dia para ser esquecido – Nota 1.