O COMA DO VASCO

Ontem se enfrentaram em São Januário, dois candidatos sérios ao rebaixamento para a série B do Campeonato Brasileiro. Vasco e Avaí fizeram um jogo feio e que, no final, ficou melhor para o time catarinense.

Nas arquibancadas, quase 14 mil presentes, vascaínos em quase sua totalidade, saíram do estádio com um gosto muito amargo. Não apenas pelo resultado e pelo empate sofrido nos minutos finais, duro golpe para quem já anda casado de tanta frustração, mas principalmente por terem vindo assistir à partida com a esperança de que a chegada de Luxemburgo trouxesse uma postura diferente para os jogadores.

Entretanto, o que se viu foi mais do mesmo. Um time perdido, sem força, sem união, sem colaboração. Um time que dentro de sua casa, precisou de um herói improvável para não sair com mais um vexame. O questionado goleiro Sidão teve seu dia de herói e salvou o Vasco de uma derrota ainda no primeiro tempo.

O Vasco de ontem continuará sendo presa fácil para qualquer adversário. Não existe criatividade e nem poder de conclusão. Aliás, passamos o primeiro tempo inteiro e boa parte do segundo tempo sem qualquer finalização.

E a principal pergunta que fazemos, talvez fique sem a resposta que queremos. “Se em sua partida de estreia, Luxemburgo não conseguiu tirar os jogadores do COMA a que foram submetidos, como fará isso nas próximas partidas?”

E a resposta que queremos é “MUDANÇA”.

Pois não dá para um clube como o Vasco, entrar em campo com vários jogadores que não querem absolutamente nada. Há muito mais por trás desse mal rendimento. Como disse um amigo, “O Vasco precisa ser refundado, sem a presença das milícias autointituladas como grupos políticos. Pois, enquanto a torcida sofre nas arquibancadas, essas milícias já tramam uma próxima armação para assumir o poder do clube”. E o Vasco sucumbe.

As atuações de Andrey, tão pedido pela própria torcida; Bruno Cesar, o mais caro do time; e de Maxi Lopez, o “unânime”, foram tão medíocres, que nos fazem cometer o erro de pensar que o Valentim sabia o que estava fazendo quando os deixava no banco.

Sobre a escalação inicial, a maioria dos torcedores deve concordar que era basicamente o que se esperava, salvo pelas ausências obrigatórias de Breno, Castan e Danilo. Dessa forma, Luxemburgo não pode ser tão criticado, até mesmo por manter Pikachu jogando.

Fica, entretanto, a dica que o Vasco não pode colocar Mineiro e Andrey juntos como volantes. Nenhum deles é primeiro volante, nenhum deles tem características gritantes de marcação e acabam avançando juntos, deixando buracos muito perigosos.

Nessa posição, existem hoje opções que precisam logo ser testadas no time principal, como Marcos Júnior, Caio Lopes e Bruno Gomes, os dois últimos boas promessas da base. Do meio para a frente, Bruno Cesar e Maxi Lopez precisam repensar se desejam continuar no Vasco. Até lá, BANCO.

As substituições de Luxemburgo sim podem ser questionadas, mesmo que tenham melhorado a equipe. Na primeira, errou a pessoa que estava entrando e acertou a pessoa que estava saindo (Bastos no lugar de Andrey). Na segunda, inverteu e errou a pessoa que estava saindo e acertou a pessoa que estava entrando (Valdívia no lugar de Marrony). Já na terceira, consertou o erro da segunda substituição e tirou Bruno Cesar de campo para a entrada do bom Jairinho.

O Vasco melhorou, passou a se movimentar mais e deu esperanças ao torcedor, que fez uma linda festa, apoiando muito e criticando com educação. Mas precisou de um zagueiro que nem escalado inicialmente estava, para conquistar o seu gol. Aliás, mais um bonito gol de Ricardo Graça, figura sempre presente na área adversária quando está em campo.

Ah! Mas não se perde um gol como o que o Bastos perdeu. É um luxo que não podemos nos dar. Jogou fora bisonhamente a chance da vitória, pois no final, não fomos competentes para parar o jogo e manter a bola longe de nossa área e acabamos sofrendo o empate em uma bola lançada na área.

Decididamente, algo precisa acontecer para que o Vasco saia desse COMA. Perdemos a chance que tínhamos na estreia do novo técnico e precisamos e não sabemos se outra oportunidade como essa teremos. Até lá é torcer, torcer e torcer. E que Direção e oposição possam permitir que a comissão técnica e os Jogadores possam trabalhar em paz, retirando o Vasco de mais um buraco onde ele está se metendo, que poderá ser sem volta.

Saudações Vascaínas