Muito se falou sobre a polêmica atuação do árbitro Luis Antônio Silva Santos, o Índio, no clássico desse último domingo entre Vasco e Flamengo. Muitos pontos de vista foram trabalhados na imprensa e nas redes sociais. Muitos deles traziam em seu conteúdo a parcialidade natural de quem ama seu time de coração, às vezes tentando justificar o injustificável, fazendo com que um erro passe a fazer sentido.

O fato é que dentre as inúmeras tentativas de explorar o assunto, na minha visão, uma delas conseguiu atingir o ponto mais importante, e na medida certa, do que realmente deveria ser motivo de investimento para que tivéssemos, além de uma competição realmente forte e justa, um ambiente que ronda o nosso amado futebol, principalmente por parte da imprensa esportiva, verdadeiramente salutar.

Sendo assim, esse colunista gostaria de, além de parabenizar o autor da inteligente e verdadeira postagem, reproduzir seu conteúdo para que ele chegasse a um número maior de leitores, esperando que alguns desses façam parte de órgãos da imprensa e que sejam formadores de opinião, sensibilizando-os da necessidade de termos uma imprensa esportiva isenta, despida de suas cegas paixões, ou simplesmente reconhecedora das mesmas, mas, acima de tudo, ciente de que fazem parte do processo de melhoramento do esporte como um todo.

O Texto é de Rapha Santos, publicitário, que o postou em 27/03/2017 em sua página particular no facebook. Parabéns Rapha!!!

“[ Vasco e Jornalismo ]

:: NÃO ZOMBEM DA MINHA INTELIGÊNCIA ::

 

raphasantos

Pouco importa-me a partida. Não sou profissional de análise. Sou mero torcedor que opina, com possíveis e incontáveis equívocos, sobre tática, técnica e esquemas de jogo.

Porém, me formei em comunicação. Estudei análise do discurso e ler o que diz o texto e explorar as entrelinhas não ditas é uma especialidade que adquiri ao longo de minha formação acadêmica e pela experiência no mercado de trabalho na publicidade e no jornalismo.

É esse o ponto que abordo sobre o clássico Flamengo 2×2 Vasco disputado ontem em Brasília, capital federal distante do estado por cujo campeonato os times jogaram.

O resultado final foi fruto de um erro absurdo da arbitragem que favoreceu o Vasco em um pênalti claramente inexiste, impedindo a vitória do Flamengo, nos últimos instante do jogo. O time rubronegro foi claramente garfado e viu dois pontos se esvaírem por um crasso equívoco de um juiz controverso e bastante questionado.
Nada diferente do que aconteceu, de forma invertida, em 13 de abril de 2014, há pouco menos de três anos atrás, na final do estadual de então. Mesmas camisas, placar definido pela falha da arbitragem e o significativo agravante de que o deslize, ali, definiu não só uma partida, mas todo um campeonato.
Hoje, a imprensa – acertadamente – destacou em letras garrafais o equívoco, o desacerto, o prejuízo ao time da Gávea.

Era de se esperar, pois, que em 2014 houvesse sido feito o mesmo, não? Mas não. Compare, na imagem da postagem, você mesmo a diferença.

Estatísticas, posicionamento, esquemas táticos, leitura de jogo, tudo isso eu deixo às mãos dos profissionais da área.

Agora, comunicação é minha praia e, embora sempre aberto ao debate, trato o tema com a autoridade de quem entende do assunto.

O nome que se dá a essas manchetes é parcialidade. É decisão editorial, clara e manifesta, da escolha dos veículos de comunicação por um clube em especial, dando dois pesos e duas medidas para camisas diferentes.

À minha luz, problema zero que a imprensa escolha seu time. Que por questões mercadológicas e estratégicas opte por posicionar-se a favor de um clube em detrimento dos demais. Só peço que, por gentileza, não zombem da minha capacidade de interpretação. Não esperem de mim acreditar na isenção falaciosa que vocês dizem ter. Não me rotulem como o “torcedor que lê tudo sob o clubismo passional” diante do posicionamento flagrante de vocês em prol de um dos lados.

Dois erros não fazem um acerto. Flamengo beneficiou-se em 2014 e o Vasco ontem. O futebol perde em ambos os casos e tantos outros que, ao que parecem, estão longe de serem os últimos.

Eu não desejo uma imprensa isenta. Sinceridade e ética bastariam, não obstante o fato de serem itens básicos, a meu ver, à prática de um jornalismo sério.
Salvo raras exceções, contudo, elas não existem na média geral das redações brasileiras. O que é tão, ou mais, grave quanto um impedimento não marcado ou um pênalti inventado.

Técnicas de arbitragem são corrigíveis. Desvios de caráter não.”

A postagem original está em

Publicação original de Rapha Santos em sua página do facebook

Saudações Vascaínas