É sabido por todos que o futebol brasileiro anda nivelado por baixo e são escassos os ídolos por aqui. Muitos são os motivos, desde a saída precoce de nossas joias até a falta de identificação de alguns jogadores com o panteão que envergam. Há quem diga que ter Ídolos é errado, que idolatrar uma pessoa é o máximo de carência que pode se chegar, todavia no futebol, é o que mantêm acesa a chama da torcida por seu clube.

Para quê queremos ídolos dentro de campo? Só para aumentar a história do nosso time? Isso é pouco! Queremos ídolos porque queremos alguém que nos represente ali dentro do gramado, que tenha qualidade,  que vista a camisa como se fosse torcedor, alguém que dê sangue, raça, vontade, não pelo dinheiro que cai na conta, normalmente em dia, mas pelos torcedores e pelo clube que precisa de títulos para ser grande, que precisa quebrar tabus e manter, ou aumentar, o respeito dos demais. Por isso idolatramos, porque não tem como não gostar, admirar e amar alguém que em meio a tantos caras que só pensam em dinheiro, ele veio para vestir a camisa e honrar, como tem que ser honrada a camisa do time. Porém este tipo de jogador anda escasso no futebol brasileiro e, principalmente no Vasco. Fico perplexo quando vejo vascaínos idolatrando o goleiro Martín Silva. A única explicação que encontro é a carência. São alguns anos de ostracismo do clube cruzmaltino, deixando a cada dia o seu torcedor carente de conquistas e principalmente, ídolos. Há quem diga que Martín seja ídolo por seu comportamento e características listadas acima.

Acredito que um ídolo deve passar lealdade com seus princípios básicos e morais, do que o eventualmente os transformaram em exemplos e, consequentemente ser alguém fora de série, alguém que tenha qualidade comprovada. Com todo respeito, não vejo nada perto disso nos anos mais recentes no Vasco.

Todo homem é fruto de suas tendências, de seu próprio tempo e da sociedade em que foi criado. Os julgamentos que fizermos de nossa própria cultura sempre serão imprecisos e limitados e, sem dúvida alguma, entrarão em conflito com os julgamentos feitos por aqueles que estão fora dela. Os mais novos, não viram Roberto Dinamite, Geovane, Mauro Galvão, Carlos Germano, Edmundo, Romário dentre outros, então para esses,  Martín Silva é ídolo. A torcida cruzmaltina  quer voltar a sorrir, voltar ao caminho das conquistas e ter ídolos verdadeiros e não de barro.

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Parafraseando o filósofo Nietzsche, “há mais ídolos do que realidades no mundo para a nossa carente torcida”.

(+) Saudações Vascaínas (+)