Ontem foi dia de clássico, dia de São Januário lotado e de dia de viradas. E o Vasco mostrou o porquê de ser chamado de “O TIME DA VIRADA”.
Após duas derrotas seguidas para os tricolores, nada melhor do que a redenção vir dentro de casa, junto à sua torcida, que mais uma vez compareceu em massa e protagonizou uma linda festa. Nem mesmo o deprimente episódio do torcedor adversário sendo carregado por policiais, após ter tentado quebrar o banheiro do estádio, podia diminuir o grande espetáculo apresentado fora de campo.
Dentro de campo, o Vasco não decepcionou. Comandada por Milton Mendes, que cada vez mais mostra estar com os jogadores nas mãos, a equipe entrou focada, organizada e disposta a sair de campo com um resultado positivo.
Evitando dar espaço aos contra-ataques perigosos do adversário, o Vasco iniciou a partida comandando todas as ações e poderia ter inaugurado o placar logo no início, após erro de passe da defesa tricolor, que culminou em contra-ataque, só não concluído em gol por passe bisonho de Yago Pikachu.
Até os 25 minutos do primeiro tempo, a tônica do jogo foi essa, com o Vasco fechando bem pelo seu lado direito, anulando a principal jogada do Fluminense, e saindo com objetividade para o ataque, em notória superioridade na partida. Essa superioridade se transformaria então em vantagem, após Pikachu receber rebote pelo lado esquerdo e se redimir do erro inicial, cruzando bola na medida para a cabeçada certeira do Fabuloso: 1 x 0 e muita festa em São Januário.
O Gol obrigava o Fluminense a procurar novas alternativas, mas com a defesa do Vasco muito bem postada e contando com uma partida acima da média de Jean, o Gigante da Colina somente correria risco uma vez até o fim do primeiro tempo. E mesmo assim em escanteio bobo cedido por Paulão, que não conseguiu dominar uma bola fácil. O cruzamento encontrou Nogueira que, de cabeça, acertou o travessão de Martin Silva.
Na volta para o segundo tempo, o Fluminense mudou a estratégia de jogo e passou a atacar mais pelo lado direito, onde o lateral Henrique não conseguia manter a mesma regularidade que Gilberto, além de errar muitos passes. O Fluminense não conseguia penetrar na bem postada defesa do Vasco e tentava arriscar de fora da área, principalmente com Scarpa. Em uma de suas tentativas, obrigou Martin Silva a fazer boa defesa em dois tempos.
Aos 12 minutos entretanto, o jogo começou a mudar e tomar ares de emoção. O Juiz viu intenção na bola que bateu no braço de Jean e assinalou pênalti, mesmo sob reclamação dos jogadores vascaínos. Henrique Dourado bateu bem e empatou o jogo.
Após o Gol, inteligentemente, Milton Mendes tratou de evitar um possível abalo da equipe vascaína, sacando Pikachu, que não repetia seus bons dias, e colocando em seu lugar o ovacionado Nenê. A torcida, meio que entendendo o objetivo da substituição, continuou a apoiar a equipe.
O que ninguém em São Januário contava era com outro pênalti duvidoso. Após bom chute de Wendel da entrada da área, Martin Silva deu rebote e, quando Gilberto foi colocar a bola para escanteio, o atacante Richarlison se antecipou, colocando claramente sua perna para ser tocado. Henrique Dourado bateu e guardou mais um aos 19 minutos do 2º tempo.
Utilizando a mesma estratégia do primeiro gol sofrido, Milton Mendes sacou Kelvin aos 23 minutos e colocou Manga Escobar, sem saber que essa substituição mudaria o rumo da partida mais uma vez.
Após o gol sofrido, o Vasco avançou novamente sua equipe, com Nenê e Matheus Vital encostando mais no ataque. A torcida continuava a apoiar a equipe, acreditando na tradição vascaína de realizar viradas históricas. E aos 29 minutos, após linda jogada de Manga Escobar pela esquerda e tiro forte e certeiro no canto esquerdo de Cavallieri, a virada começava a se materializar.
Para todos em São Januário, era questão de tempo. O Fluminense se encolhia e defendia o empate, além de acompanhar a festa da torcida vascaína, que iluminava o caminho da vitória com as luzes de seus celulares, num espetáculo de arrepiar.
O Clima era tenso, emocionante e, premiando as mexidas certeiras de Milton Mendes, em mais uma jogada de Manga Escobar pela esquerda, já aos 47 minutos do segundo tempo, a bola sobra na medida para o craque Nenê dar números finais e mais justos ao primeiro clássico desse campeonato.
Era o gol da virada. A virada da virada !!! Era o gol de Nenê, para calar a boca do Rodrigo. É o Gigante da Colina provando quem, VERDADEIRAMENTE, é o time da virada.
Parabéns, VASCO !!! Parabéns Torcida Vascaína !!!
ANÁLISE INDIVIDUAL
MARTIN SILVA – Na jogada do segundo gol que sofreu, embora tenha rebatida a bola na direção do Gilberto, poderia ter evitado o lance polêmico ao rebatê-la para escanteio. Se fosse o primeiro erro dele nesse quesito, o teria absolvido, mas como não foi, conto como erro. No mais teve uma atuação segura, inclusive em seu maior defeito, que são as bolas aéreas – NOTA 5
GILBERTO – Bem na marcação e sem firulas com a bola nos pés dessa vez. Teve muito trabalho com Richarlison, mas se saiu bem – NOTA 7
BRENO – Discreto, ainda sem ritmo. Não comprometeu. NOTA 6
PAULÃO – Um erro bobo ao ceder um escanteio que quase resultou em gol e muita luta. NOTA 5,5
HENRIQUE – Como a principal jogada do Fluminense no primeiro tempo era pelo lado direito do Vasco, teve pouco trabalho. Entretanto, errava muitos passes e sofreu bastante no segundo tempo. Correu risco ao dar um carrinho dentro da área, após o juiz ter marcado 2 penaltis, mas foi certeiro e cortou a bola – NOTA 4
JEAN – Um monstro no jogo. Ovacionado pela torcida, tratou de retribuir com muita garra e dedicação. Além de roubar 5 bolas, finalizou 5 vezes a gol. Melhor partida com a camisa do Vasco. NOTA 8
DOUGLAS – Normalmente o mais lúcido da equipe, não repetiu as suas melhores atuações, errando muitos passes. Entretanto, não compromete e com uma melhor postura da equipe, não precisa “carregar” demais a bola. NOTA 6,5
MATHEUS VITAL – Mesmo ainda não estando pronto, como todo o time do Vasco, vem crescendo de produção jogo a jogo, com participações mais relevantes. Deu o passe para o segundo gol do Vasco. Cedeu lugar para Muriqui. NOTA 6,5
YAGO PIKACHU – Displicente no inicio do jogo, quando poderia ter caprichado na tentativa de assistência que fez em contra-ataque vascaíno, se redimiu com bom cruzamento para o lindo gol de Luis Fabiano. E só. Saiu para a entrada de Nenê. NOTA 6.
KELVIN – Bom início de jogo, mostrando boa movimentação e entrosamento, mas sem nenhuma grande jogada. Substituído por Manga Escobar. NOTA 6
LUIS FABIANO – Lindo gol de cabeça e presença constante no ataque. Está recuperando seu melhor futebol e os gols estão saindo. Está em namoro com a torcida e subiu muito de produção com a entrada de jogadores mais leves ao seu lado. Deve ser poupado nas partidas fora do Rio – NOTA 8
NENÊ – Mostrou humildade e profissionalismo ao ir para o banco sem reclamar. Foi recompensado com um lindo gol nos acréscimos, saindo de campo exaltado pela torcida como herói. Calou de vez a boca do Rodrigo. NOTA 10
MANGA ESCOBAR – Entrou e mudou o jogo. Ótima movimentação em pouco tempo. Acertou um chute indefensável que abriu o caminho para a heroica virada. Mostrou ainda que tem estrela e, ao tentar mais uma jogada individual, colocou Nenê em ótima posição para fechar a vitória vascaína. – NOTA 10
MURIQUI – Entrou no lugar de Matheus Vital e não mostrou para o que veio. Não é o mesmo Muriqui de tempos atrás. NOTA 4
MILTON MENDES – Um dos responsáveis pela virada espetacular. Mostrou atitude e visão ao mexer na imediatamente na equipe após os gols sofridos, transformando uma possível indecisão natural que ocorre nesses momentos em combustível para a equipe se reerguer. Conquistou também a torcida nesse momento e nem a errada entrada de Muriqui foi capaz de atrapalhar sua avaliação. NOTA 9
TORCIDA – Fez um espetáculo mais uma vez. Apoiou a equipe desde o início. Vem sendo um diferencial nessa reconstrução do Vasco dentro de São Januário. NOTA 10
Que seja assim sempre em nosso Caldeirão !!!!
Saudações Vascaínas
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