O período de quarentena provocada pela pandemia do coronavírus muitas vezes nos deixa meio perdidos no tempo. Enquanto o “presente” parece meio suspenso para todos, há aqueles que vivem de momentos nostálgicos, lembrando de fatos marcantes do passado. Por outro lado, tem os que já projetam ações em um futuro praticamente impossível de se imaginar por ora.

Com o Vasco não é diferente. Quando a “Terra parou”, o clube atravessava um dos piores momentos de sua História: com reservas, acabara de ser derrotado para o Fluminense, sendo virtualmente eliminado do Estadual; em grave crise financeira, não via expectativas quanto a contratações que pudessem reforçar o elenco para o restante da temporada; e politicamente, navegava em mar de incertezas acerca do processo eleitoral que terminaria no final do ano, com a escolha de um novo Presidente por vias diretas. Diretas?

Eis que a pausa forçada deixou carentes os seus torcedores. A transmissão pela TV de jogos inesquecíveis mexeu com o coração cruz-maltino, que pulsou num misto de orgulho e saudade. Batemos recordes de audiência, compramos ingressos virtuais, renovamos inscrições em programa de sócio-torcedor. O passado confundiu-se com o presente, como numa delirante ficção futurista.

Mas eis que o presente volta a nos sacudir, como que nos acordando de volta para o pesadelo da vida real. Marrony vendido a preço módico (“ah, ele não era grande coisa”, alguns dirão), mais um caso de uma revelação que se esfumaça antes de fazer chover. O tempo não pode parar para a Diretoria, que força a barra para o retorno do Estadual, contra o que parece razoável em termos da saúde e segurança de profissionais e familiares envolvidos. E os bastidores fervilham: Leven Siano perde apoiadores; Campello se envolve em mais polêmicas; Brant busca espaço.

O Vasco de 2020 é um clube perdido no tempo. O anacronismo – em todos os sentidos – é o maior adversário dos seus mais de 120 anos de História.

 

/+/ Saudações Vascaínas /+/