PEDRINHO

Essa coluna tem por finalidade elogiar e enaltecer um dos maiores vascaínos que vestiram nossa armadura em todos os tempos. A ideia surgiu após um comentário de um torcedor em um grupo que participo no Facebook. Neste comentário, o amigo disse que Pedrinho foi “o maior vascaíno que ele viu jogar”. Talvez tenha certa razão, haja vista que Pedro Paulo de Oliveira chegou ao clube menino e se tornou um dos maiores ídolos de nossa gloriosa história. Ontem, dia 29 de Junho de 2017, Pedro Paulo, completou 40 anos de idade. Nasceu em 29 de junho de 1977.

Oriundo do bairro de Vista Alegre, na Zona Norte carioca, Pedro já demonstrava logo cedo o que queria: jogar futebol. Aos seis anos, chegou ao Vasco para jogar, inicialmente, futsal. A primeira guinada na carreira veio em 1989, quando ainda brilhava no futebol de salão, mas ganhou a chance de ir para o time infantil, que ia para uma excursão no Japão. Como havia vagas em aberto, foi convocado. E, assim, Pedrinho chegava ao futebol de campo do Vasco.

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Daí em diante, o habilidoso meio-campista não deixou de mostrar seu grande talento na base. Primeiro, fez parte do time campeão carioca sub-17, em 1992. Em 1995, foi campeão carioca de juniores e do Torneio Octávio Pinto Guimarães. A primeira oportunidade profissional surgiu naquele mesmo ano. Em 12 de outubro, ele surgiu no time principal pelas mãos do técnico Zanata, para um jogo do Campeonato Brasileiro, contra o Palmeiras. Vestiu a camisa 10 em uma derrota por 1 a 0, em São Januário. Era o início de uma trajetória de muito sucesso no time profissional, aos 18 anos.  Numa época em que ainda se revezava entre profissionais e juniores, Pedrinho acabaria se tornando um dos pilares da montagem de um dos elencos mais vitoriosos do Vasco em sua história. Em 1997, foi promovido em definitivo ao elenco principal, comandado por Antônio Lopes. Já tinha feito até gol, contra Coritiba e Criciúma, no ano anterior. No começo daquela temporada, foi vice-campeão carioca, mas se recuperaria com um grande Campeonato Brasileiro.

Foram 13 gols em 61 jogos naquele ano, incluindo alguns marcantes, como o de uma vitória em casa diante do São Paulo, no Brasileirão, após passe de calcanhar de Edmundo. Ou o gol solitário no clássico sobre o Flamengo, na mesma competição, em que chutou com força, de longe. No fim do ano, veio a consagração com o título brasileiro do em cima do Palmeiras no Maracanã.

O ano de 1998 prometia ser ainda melhor para Pedrinho e para o Vasco. Ele passou a ganhar ainda mais espaço no time, que vinha com grande força para disputar o Rio-São Paulo e a Libertadores da América. A temporada começou com uma grande campanha vascaína no Carioca e Pedrinho dando show. Na competição sul-americana, foi do meia a responsabilidade de decidir o confronto das quartas-de-final contra o Grêmio, marcando na ida (1 a 1, no Olímpico) e na volta (1 a 0, em São Januário).

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Pedrinho e Felipe

No fim, veio o sonhado título da Libertadores e Pedrinho já entrava na história ao ter faturado competição estadual, nacional e continental com apenas 21 anos. Entretanto, aquele ano ainda renderia um grande drama para o jogador. No fim de Agosto, ele foi convocado para o amistoso da Seleção Brasileira contra a Iugoslávia, o primeiro jogo do time nacional após o o vice-campeonato na Copa do Mundo da França. Ocorre que o Vasco ainda teria outros dois compromissos antes do jogo da seleção, o último deles em 6 de setembro. No Rio, o Cruzeiro seria o adversário, pelo Campeonato Brasileiro. Logo no início, em um lance pela esquerda, ele foi atingido por um carrinho do cruzeirense Jean Elias e saiu chorando de campo. O drama evidenciava uma lesão grave: o rompimento nos ligamentos do joelho direito. Pedrinho estava fora da seleção, do restante do Campeonato Brasileiro e da decisão do Interclubes da Toyota, contra o Real Madrid (ESP). Era o começo de uma via crucis que não terminaria tão cedo.  A lesão nos ligamentos do joelho não foi a última do jogador. Durante sua carreira, Pedrinho ainda teve que conviver com outras que o prejudicaram demais. Alguns rivais até chegaram a apelidá-lo de “podrinho”. Porém, não se pode deixar de enaltecer a carreira deste estupendo jogador, que, na opinião de alguns, poderia ter chegado mais longe se não fossem essas questões que tanto o atrapalharam.

Além do jogo contra o Grêmio em 1998 pelas quartas de final da Libertadores, um outro jogo histórico marcou Pedrinho com a camisa cruzmaltina: o famoso 5×1 sobre o Flamengo, na decisão da Taça Guanabara. Anotou de pênalti e pediu silêncio à torcida rival, em gesto lembrado até hoje pelos torcedores. No fim do jogo,  fez embaixadinhas para provocar os flamenguistas e os vascaínos foram à loucura. O chocolate estava sacramentado. Saiu do Vasco em 2001 e rodou por muitos clubes. Palmeiras,  Al Ittihad, Fluminense, Santos, Al Ain, Figueirense e Olaria.

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Em 2008,  Pedrinho voltou ao clube que o revelou, mas pouco pôde fazer para evitar o primeiro rebaixamento de seu clube de coração. Jogou apenas oito partidas. Porém, sua expressão de desconsolo, nos minutos finais do jogo contra o Vitória (BA), foram o retrato da tristeza vascaína. Chorando copiosamente enquanto via o que parecia impossível acontecer em campo, foi dispensado no final do ano de forma covarde pela diretoria e não teve a chance de recolocar o clube que tanto amou de volta em seu lugar.

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Como se já não bastasse a bola que jogou quando envergou nossa armadura, o torcedor Pedro Paulo esteve no dia 08 de Junho de 2011 no estádio Couto Pereira para assistir ao segundo jogo da final da Copa do Brasil entre Vasco e Coritiba. No meio da galera, Pedro Paulo assistiu, depois de onze anos (agora fora de campo), o seu Vasco ser campeão de uma competição nacional.

Em em um amistoso diante do Ajax (HOL), em 2013, Pedrinho retornava à sua casa aos 35 anos de idade, vestindo a camisa 98, comemorativa pelo título da Libertadores. Voltou a mostrar um futebol digno de sua qualidade na vitória vascaína por 1 a 0. Agora, sim, Pedrinho poderia dormir tranquilo. Depois de ser vascaíno por 218 vezes, com 47 gols marcados, o eterno ídolo, enfim, dava adeus à carreira de jogador. O nosso representante combateu como ninguém pelo Vasco da Gama, acabou sua carreira e permanece em nossos corações.

/+/ Saudações Vascaínas /+/