Notícias recentes falam de uma proposta alta para tirar Zé Ricardo do Vasco. A investida do clube árabe tem cifras que giram em torno de 500 mil reais mensais de salário, casa e alguns outros benefícios. Apesar do valor alto e da experiência internacional, cravo aqui que Zé Ricardo não sairá do Vasco.

Aí o leitor se pergunta: Quais os motivos para tamanha certeza?

Bem, listo-os abaixo:

1 – Zé Ricardo gosta de, sempre, concluir um trabalho.

O treinador vascaíno tem a característica de sempre finalizar um projeto que inicia. O acordo com a atual diretoria é que nosso comandante devolveria o Vasco ao patamar de clube de primeira. Voltando a disputar títulos e apresentando um futebol que honre a cruz de malta. Certo é que, apesar da boa campanha com Zé a frente da nau, ainda não nos firmamos no cenário nacional e, enquanto isso não acontecer, o trabalho não estará concluído.

2 – O clima no vestiário

A diretoria reconhece que Zé Ricardo consegue extrair dos jogadores mais do que era esperado dos mesmos. Explico. Hoje, temos um time formado em sua maioria pela base e refugo de demais clubes. No entanto, estamos jogando de igual para igual com times que vão ao mercado escolher seus reforços. Além disso, o time demonstra alegria de jogar junto e se doa em campo. Fontes próximas ao comandante falam que o mesmo já exaltou que nunca trabalhou com atletas tão unidos.

3 – O técnico ainda não se firmou no cenário nacional

Zé Ricardo surgiu no arquirrival em maio de 2016, quando foi técnico interino substituindo Muricy Ramalho. Apresentou números excelentes e acabou por ser efetivado no cargo em julho daquele ano. Nessa época, já havia mostrado que era um comandante capaz de extrair mais de jogadores considerados fracos ou medianos. Após a virada do ano o Flamengo reforçou-se com jogadores de primeira linha e a insistência nos jogadores nos quais Zé confiava, desgastou seu relacionamento com a torcida. Esse fator, aliado com alguns resultados ruins fizeram com que o comandante deixasse a Gávea.

No mesmo mês foi contratado pelo Vasco. Encontrou um time modesto, cujas únicas estrelas eram Nenê, Martin Silva e Anderson Martins. O time de São Januário, à ocasião, flertava com a zona de rebaixamento. Após a chegada de Zé Ricardo, o time classificou-se para a pré libertadores, alcançando o 7º lugar no campeonato.

Apesar dos resultados interessantes em ambos os clubes, Zé Ricardo ainda não é uma realidade em território nacional. Seu trabalho ainda é acompanhado com desconfiança por muitos. Um bom campeonato com um elenco mediano pode mostrar que o técnico tem capacidade para figurar entre aqueles que devem ser observados.

4 – A contraproposta vascaína e a torcida

No Vasco, sabendo das limitações do plantel, a torcida adotou Zé Ricardo. Ele é visto como aquele que nos levou às portas da Libertadores e, agora, nos colocou lá dentro. A torcida grita seu nome e o quer a frente do time.

A contraproposta vascaína não tem os mesmos números do mundo árabe. Isso seria irresponsável. No entanto, tem a tranquilidade de um trabalho de longo prazo, num clube com o qual Zé se identifica e gosta. Com um plantel unido em torno do treinador, pronto para encarar árduas batalhas em prol do comandante.

5  – Família

Zé é um homem de família. Figura quase folclórica de Vila Isabel, recentemente fez alto investimento e mudou-se para o Leblon. A família é adaptada ao Rio de Janeiro e principalmente ao Brasil. A ida para o time árabe implicaria em uma mudança completa no cotidiano da casa. Passando por mudança, adaptação a uma nova cultura (completamente diferente da nossa), distanciamento de amigos e parentes, além da nova língua que permeia também o trabalho do comandante. Muito se perde na tradução, principalmente o tom e as mensagens subliminares que fazem a comunicação não verbal. Tudo isso será perdido e possivelmente atrapalhará o trabalho do técnico.

Por esses motivos, acredito que Zé permanecerá no Vasco, aonde tem o grupo na mão e a possibilidade de desenvolver um time em um longo espaço de tempo.

Zé Ricardo é a cara do Vasco, a cara do Rio. Não da Arábia. Fica Zé Ricardo.

Saudações Vascaínas