Em partida bem disputada e indefinida até o seu fim, Botafogo e Vasco se enfrentaram na noite desse sábado no Estádio Nilton Santos. O empate final de 1 x 1 demonstrou bem o que foi o jogo durante os 90 minutos, uma vez que as equipes se alternaram nos bons e maus momentos da partida.

Entretanto, analisando os momentos do jogo, podemos identificar claramente que houve um fato que mudou substancialmente a partida e, provavelmente, o seu resultado: A contusão do contestado, por parte da torcida vascaína, Raul.

Até a jogada em que ocorreu sua contusão, Raul era soberano na marcação, como vem sendo em 2019, e permitia ao seu companheiro Lucas Mineiro, atuar de forma mais solta, sendo o principal responsável pela ligação entre a defesa e o ataque.

O Vasco de 2019, sob o comando do técnico Valentim, apresenta uma característica diferente das outras equipes, já que seus dois volantes quase que se invertem no posicionamento, dependendo apenas de estarem atacando ou defendendo.

Quando o Vasco é atacado, Raul, mais marcador, atua na sobra, como primeiro volante, logo à frente da zaga, enquanto que Lucas Mineiro atua no primeiro combate, posicionado como segundo volante. Já quando o Vasco rouba a bola e começa a pensar em sua estratégia de ataque, o time avança e Lucas Mineiro recua para receber a bola e construir a jogada, muitas vezes invertendo sua posição com o próprio Raul.

Esse revezamento já está assimilado pela equipe e, com o crescimento gradativo de Bruno Cesar e o posicionamento dos atacantes de lado, como Marrony, normalmente, ou Rossi de duas partidas para cá, a vida para as defesas adversárias não está sendo muito fácil. Aliás, Bruno Cesar mostrou ontem que pode ser o meia que a torcida pediu, com passes precisos, dribles curtos e boas roubadas de bola.

Toda essa movimentação no início da partida, fez com que o Vasco pressionasse constantemente o seu adversário, tanto que rapidamente abriu o marcador, após mais um cruzamento milimétrico de Cáceres, que vem se especializando nessas jogadas, para a dupla finalização de Pikachu. Vasco 1 x 0 e sobrando.

E a equipe cruzmaltina poderia ter ampliado com Maxi após bola enfiada de Rossi. Gatito salvou em defesa arrojada.

Mas veio a contusão de Raul e o jogo mudou. Com a entrada de Andrey, o entrosamento dos volantes vascaínos, que é quase perfeito com Raul e Lucas Mineiro, ficou muito prejudicado, principalmente quando o Vasco era atacado. Andrey e Lucas Mineiro atuavam na mesma faixa de campo e era visto um buraco entre a zaga e o meio campo.

Ao atacar, o Vasco ainda conseguia render e ter pouca diferença do início, uma vez que Andrey joga mais avançado, mesmo com seus erros crônicos de passe e no domínio da bola.

O Botafogo então cresceu e, em jogada estranha e com algumas falhas individuais de Maxi, que rebateu mal a bola; de Andrey, que não marcou corretamente e de Fernando Miguel, que cochilou no posicionamento após a rebatida de Maxi, tudo isso na mesma jogada, permitiu que o Botafogo empatasse em cabeçada de Marcelo.

A partida, então, continuou parelha até o seu final, tendo o Botafogo ainda acertado a trave da meta Vascaína em chute cruzado da esquerda de seu ataque.

Outro ponto a ser analisado pelo técnico vascaíno é que o atacante Ribamar pode ser boa opção de ataque no final da partida, mas nunca pelo meio. Ontem, substituiu Maxi logo após o gol do Botafogo e, sempre que recebia a bola, buscava as laterais, mostrando que o meio não é o seu forte.

Maxi, por sua vez, aparentemente saiu resmungando, não se sabe se contra o técnico ou contra ele mesmo. O fato é que o centroavante titular do time da colina histórica, está demasiadamente fora de forma e, mesmo fazendo sua melhor apresentação do ano, nos primeiros minutos da partida, ainda está bem longe de ser o atacante decisivo do ano passado.

Assim, Valentim terá um dever de casa importante a fazer e decisões a tomar, que são: Criar uma solução para as partidas onde não terá os volantes titulares; Definir um novo nome para substituir Maxi durante as partidas; e Definir se Pikachu dará lugar para Rossi, uma vez que o ex-lateral, mesmo contribuindo com gols, cria muito pouco.

Saudações Vascaínas