Por Guto Correia

tecnicos

Demorou demais, mas aconteceu. Precisou que um time com boas alternativas no elenco caísse mediante o ordinário Vitória para que Cristóvão fosse dispensado. O time apático, sem qualquer entrosamento, apesar dos 3 meses de convívio, a falta de pensamento tático, absolutamente nenhuma jogada ensaiada, as mesmas substituições, a retirada de peças que começavam a engrenar, todos esses itens fazem parte da coletânea de erros cometidos pelo pretenso técnico vascaíno que culminaram em sua saída.

Agora, a diretoria se vê frente a novo desafio. Iniciar uma temporada novamente, com novo comandante para a Nau e nova filosofia (se é que houve alguma nos tempos de Cristóvão). Segundo a imprensa, existe uma pré-lista com nomes variados, pensamentos variados, mas todos já significam mudança. São eles: Rogério Micale, PC Gusmão, Vanderlei Luxemburgo e  Ricardo Gomes. Vamos falar um pouco de cada um deles nos parágrafos abaixo.

Micale

Rogério Micale é ex-goleiro da Associação Portuguesa Londrinense. Aposentou-se cedo, com 23 anos. Então, investiu no futebol, mais precisamente em escolinhas. Depois de algum tempo, acabou voltando para o time que representou, dessa vez como técnico das categorias de base, em 1999, aonde ficou até 2001. Desde então rodou por diversos times de menor expressão até que em 2005 teve a grande oportunidade: tornou-se técnico das categorias de base do Figueirense, até 2008. Depois, de passagens pelo Atlético Mineiro em duas ocasiões, em 2009 e 2011, novamente na base, intercaladas por uma breve passagem pelo Grêmio Barueri como técnico principal, foi chamado à seleção brasileira, quando se firmou campeão olímpico.

O título de expressão (medalha de ouro olímpica) foi conquistada com uma equipe recheada de bons jogadores, como Gabriel Jesus, Neymar e Gabigol. Apesar das estrelas citadas, o início do campeonato foi conturbado, com o time engrenando apenas depois de uma palestra de Tite, então novo técnico da seleção principal.

Técnico novo, com pouquíssima experiência como treinador principal, apenas em 2 ocasiões: Barueri e Seleção Olímpica (vale lembrar que a seleção olímpica é sub23), Micale tem pouco “know how” em lidar com medalhões. Ainda mais num time como o Vasco da Gama, que conta com jogadores difíceis como Rodrigo, Andrezinho e Luis Fabiano.

É minha opinião, que está longe de ser o técnico ideal. Se conseguir segurar o elenco, pode ser uma boa surpresa.

PC Gusmão

Também ex-goleiro, este formado pelo Gigante da Colina, tornou-se auxiliar de Oswaldo de Oliveira no Corinthians, onde foi campeão do Mundial de Clubes, em cima do próprio Vasco. Logo foi alçado a treinador, comandando Vasco, Palmeiras, Cruzeiro, Flamengo, Botafogo e Fluminense, entre outros.

Desde 2014, quando foi para o mundo árabe, vem treinando times de menor expressão. Hoje, comanda o Madureira, do Rio de Janeiro, que conseguiu, tal como o Vasco, mas com um plantel bem modesto, chegar à semifinal  da Taça Guanabara.

É um técnico que já foi visto como revelação. Já ganhou alguns títulos estaduais, mas nunca passou disso. Era figura frequente nas trocas de técnicos na época de Eurico, antes do hiato Dinamite (não chamarei de administração).

Luxemburgo

O famoso “pofexô”. Multi-campeão por times como Palmeiras, Corinthians, Santos, Cruzeiro e Seleção Brasileira. Em seu ápice na carreira, chegou a treinar o estelar Real Madrid, que contava com Ronaldo Fenômeno, Zidane, Roberto Carlos e Beckham (alguns, inclusive, dizem que sua demissão, na época, mais se devia ao preconceito por não ser um técnico europeu e pela inabilidade no espanhol do que por seus resultados como comandante do time merengue).

Técnico mais do que gabaritado, no entanto, de uns tempos para cá vem emplacando péssimos trabalhos seguidamente. Parece que seu tempo já passou e a visão do futebol é considerada ultrapassada. Tem grande experiência em lidar com egos gigantes e, no seu auge, conseguia tirar sumo até de pedra. Hoje, inspira mais desconfiança do que certezas.

Ricardo Gomes

O grande zagueiro Ricardo Gomes tornou-se técnico e comandou diversos times sem que conseguisse muita expressão, até chegar ao Vasco de 2011. Ali, sem a pressão que sofria em outros times, desenvolveu um ambiente agradável para quem lá jogava, além de promover um futebol diferenciado, levando o Gigante da Colina a seu último título de expressão nacional e a segunda posição no campeonato brasileiro (muito por causa dos diversos favorecimentos dos juízes em relação ao Corinthians). A lua de mel com a torcida veio ao fim de forma trágica, com um AVC em meio ao maior clássico carioca. Jogadores e comissão técnica ficaram perdidos durante a partida, o que culminou em um empate entre Vasco e urubus.

Ricardo é um técnico calmo, com muita visão de jogo. No entanto, a saúde o prejudicou e, desde então, emplacou apenas um bom trabalho no Botafogo. Em minha opinião, o melhor técnico dentre os listados.

 

Vale lembrar que ainda contamos com Valdir Bigode, que foi auxiliar técnico de Cristóvão, além de parte da comissão técnica de Jorginho e Doriva. Foi grande artilheiro nos anos 90 e 2000, no entanto nunca atuou como técnico. Vai comandar agora o time contra o Botafogo. Talvez um resultado positivo possa esfriar uma corrida por um novo técnico. A resposta, teremos no domingo.

Obs 1: Se o objetivo de Eurico era levar o Vasco à Libertadores de 2018, o presidente demorou muito para despedir um técnico que teve resultados pífios, apesar de 9 contratações.

Obs 2: Quem inventou Cristóvão Borges? Quem é o agente dele? Ele toparia me contratar?

Obs 3: Está na hora de Nenê voltar a jogar bola. Senão, será substituído por Guilherme e Kelvin já já.

Saudações Vascaínas