“No futebol, são 11 contra 11”. A frase pode ser óbvia; e é, de fato. A essência do futebol – de qualquer esporte, na verdade – reside na preposição inserida naquela sentença: CONTRA. O maior objetivo do football association não é fazer o gol, mas fazer MAIS gols do que o adversário. Ao contrário do lema pregado nas Olimpíadas, o importante é vencer.

Ao longo do tempo, mais do que vencer, a meta mais importante passou a ser derrotar os grandes rivais. Por quê? Talvez porque a “graça” no futebol seja superar aqueles que mais frequentemente nos desafiam, porque sabemos que o que eles mais gostam de fazer também é nos vencer.

O Vasco é um Gigante por sua própria natureza. Mas nenhum time sustenta sua altivez sem um antagonista para valorizar nossos grandes feitos – e, eventualmente, para nos derrubar de nosso pedestal de Glórias. Apesar de ter conquistado o Brasil e o Continente, além de outros grandes feitos mundo afora, o Vasco da Gama, por meio da rivalidade com outros grandes clubes cariocas, escreveu alguns dos capítulos mais memoráveis de sua História.

Do mesmo modo, se os rivais nos servem para tornar ainda mais brilhante a Cruz de Malta, como não se valer de seus bons exemplos, principalmente quando a Nau vascaína atravessa terríveis tempestades? Quando um adversário, mesmo tecnicamente inferior, nos derrota numa final de campeonato, não deveríamos refletir sobre as razões de tal feito? Quando um time rival valoriza a sua base de forma mais consistente do que fazemos, não deveríamos repensar nossa estrutura de formação de atletas? Quando um clube concorrente se empenha na própria estabilidade política e financeira e, mesmo sem grandes conquistas, tem sempre mais potencial técnico do que o Vasco, deveríamos nos contentar apenas em “zoá-lo” quando o vencemos esporadicamente?

Ser superior não significa, necessariamente, ser o maior, o mais forte, o mais notável. A superioridade passa por conhecer seu rival, suas virtudes e suas estratégias bem sucedidas. E, então, não copiá-las, mas, se for o caso, adaptá-las à sua própria realidade e aos seus próprios objetivos.

 

 

 

/+/ Saudações Vascaínas /+/