Os anos 90 foram o canto do cisne dos jogadores vascaínos convocados para representar a Seleção Brasileira em Copas do Mundo. O lendário goleiro Carlos Germano encerrou esse ciclo – embora não tenha entrado em campo – vestindo a camisa do Brasil na Copa do Mundo de 1998. No Mundial de 1990, a famosa SeleVasco, como ficou conhecido o Gigante da Colina no final da década de 1980, foi a base da Seleção Brasileira que jogou nos gramados italianos, formada por Acácio, Mazinho, TIta, Bismarck e Bebeto. No entanto, todos esses jogadores foram pouco aproveitados pelo então técnico Lazaroni (somente Bebeto entrou em campo, contra a Costa Rica).

 

Assim, o vascaíno mais marcante nos Mundiais desse período foi Ricardo Rocha. O zagueiro pernambucano, por quem vibrei ao vê-lo ajudar o Vasco a conquistar o tricampeonato estadual, era titular absoluto da Seleção Brasileira que viajou aos Estados Unidos em busca do sonhado TETRA. No entanto, uma lesão ainda no primeiro jogo daquela campanha impediu Ricardo Rocha de seguir jogando. Mas a comissão técnica decidiu não cortá-lo da equipe, justamente porque o “xerife” era uma espécie de líder, dada sua experiência profissional e empatia com os atletas. Além disso, Ricardo Rocha, com seu jeito irreverente e divertido, foi responsável pelos momentos de descontração de um grupo que carregava o peso de 24 anos sem títulos mundiais.

Numa dessas ocasiões, a equipe preparava-se para entrar em campo contra a Itália na grande final. O clima era de tensão absoluta, quando Ricardo Rocha pediu a palavra:

“Temos que buscar inspiração nos lendários guerreiros japoneses, que se atiravam com seus aviões sobre o território inimigo em nome da Pátria. Que hoje sejamos como eles, os… KAWASAKIS”!

Claro que os heróis de guerra japoneses eram os “kamikazes”, e não “kawasakis” – e isso gerou uma gargalhada enorme no vestiário brasileiro. Nesse ambiente alegre, o Brasil partiu para cima dos italianos e o fim da história todos nós conhecemos.

Portanto, nada melhor do que valorizar a participação, em campo e fora dele, do vascaíno Ricardo Rocha como um dos heróis do TETRA, concedendo-lhe a honra de ser o primeiro jogador a descer do avião que trouxe nossos campeões de volta ao Brasil com a Taça FIFA nas mãos!

 

Semana que vem, o penúltimo episódio da série “Saudações Vascaínas na Copa”.

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