Após algumas indas e vindas, séries de boatos que o colocaram no Palmeiras, no Santos, no Grêmio e no São Paulo. Após uma “mininovela” mexicana essa semana, Nenê pediu para sair do Vasco e acertou sua ida para o São Paulo F.C.
Aqui não questionaremos a sua habilidade técnica (realmente acima da média para o padrão brasileiro), nem sequer o seu comprometimento (apesar das birras com Milton Mendes, jogou vários jogos na ponta esquerda e não comprometeu). Aqui falaremos se o jogador Nenê, dentro da complexidade que traz consigo um jogador com 36 anos, salário alto e de comando dentro do vestiário.
Essa pergunta no título do texto traz consigo todas as virtudes para serem analisadas e os contrapesos a serem medidos de tudo o que o Nenê foi ao longo dos anos e o que poderia ser na temporada que vem pela frente.
Nenê chegou em 2015, num time que cambaleava a passos largos para mais um rebaixamento. Ainda titubeou n início, mas em poucos jogos se readaptou ao futebol jogado no Brasil e deslanchou. Jogou demais! Por pouco não ajudou Jorginho e companhia a salvarem o time, em uma recuperação épica, de um rebaixamento previsto antes do fim do primeiro turno do Campeonato Brasileiro. Os boatos de uma saída surgiram ali pela primeira vez, mas a ideia de ser um ídolo em um clube grande no Brasil (coisa que ele nunca conseguiu) o fizeram ficar.
Da mesma forma, iniciou o ano de 2016. Ano em que jogaríamos a Série B pela terceira vez. Ficamos 35 jogos sem perder, ganhamos um Estadual de forma invicta e ficamos sem vitória até quase o fim do primeiro turno da segundona. Nenê ainda brilhava demais. Os boatos de saída voltaram a pipocar na imprensa, mas, novamente, ele quis ficar.
Veio a parada para as Olimpíadas e, o time que já estava virtualmente com o acesso garantido caiu vertiginosamente. O time inteiro caiu, mas Nenê, como liderança técnica, destacava-se negativamente. Parecia que nada mais dava certo. Somente nas cobranças de faltas e escanteios. Novamente boatos de sua saída pipocavam na imprensa, mas ele ainda se manteve na Colina.
Chegou 2017 e, consigo, trouxe o início de ano muito parecido com o fim de 2016. Cristóvão Borges não acertou o time. O time não andava e Nenê parecia irritado com tudo aquilo. Cristóvão caiu e chegou Milton Mendes ainda antes do fim do Estadual. Aì, vem um capítulo todo a parte.
Milton Mendes, com suas ideias todas vindas de anos na Europa queria um time mais competitivo” e começou uma faxina nos medalhões do time. Todos os jogadores acima de 30 anos sofreram com ele, que buscava um time mais disciplinado taticamente e que “corresse mais”. Nenê teve que mudar sua função tática, passando a jogar pela ponta esquerda de ataque e teve que assumir funções de marcação, isso após algumas partidas de “barração”, indo parar no banco de reservas. Nessa época forçou uma saída, mas seu alto salário para o padrão brasileiro e sua idade avançada, o deixaram sme opções, tendo que amargar uma volta ao time comandado pelo “Treineiro” Milton Mendes. Voltou ao time titular jogando nesta função, não comprometeu, e, assim, voltou a assumir o status de “dono do time” (coisa que sempre teve ao longo dos anos na Colina, com o aval de Eurico).
Com a saída de Milton Mendes, já no primeiro jogo da chegada de Zé Ricardo, ainda sob o comando do interino Valdir Bigode, Nenê voltou a se destacar jogando mais solto e, até o fim do ano, no comando do atual treinador, se manteve no time titular. Oscilou boas apresentações, com jogos abaixo da crítica. Nunca mais foi o mesmo. Se destacou apenas nas cobranças de faltas e escanteios, perdendo, inclusive a única cobrança de pênalti que o time teve no Campeonato Brasileiro inteiro (na última rodada, contra a Ponte Preta).
Iniciou 2018 novamente com o status de dono do time. Reforços de peso não vieram. Alguns destaques do time saíram e, num clube abalado politicamente. Que ainda tenta fazer a contagem dos estragos causados pelo terremoto que foi a última eleição, Nenê se cansou. Conseguiu uma proposta de um clube brasileiro, após numerosas “cavadas” de uma ida ao Santos, terminando a negociação com o São Paulo. Aproveitou-se do débito que o Vasco (ainda na administração de Eurico Miranda) tinha consigo e usou de sua força de vontade (e outros argumentos) para fechar com o Clube paulistano.
Sai abrindo mão de parte dos débitos que tinha a receber, negociando valor salarial mais baixo com o tricolor paulista e ainda conseguiu 2 temporadas garantidas na terra da garoa.
Mas, será que na atual conjuntura do Vasco ele fará falta?
Pelo lado positivo da “moeda Nenê, era a referência técnica em um time jovem, com muitas promessas e jogadores ainda não acostumados a jogar competições do calibre de uma Libertadores. Era líder de vestiário e dentro de campo. Jogador que prendia a bola e que tinha na bola parada um diferencial que pouquíssimos tem. em partidas muito apertadas, poderá fazer falta um jogador com essa característica. E, ainda pior, sem substituição devida.
Pelo lado negativo da moeda, era um salário alto, com débito vencido grande e que ficaria no Clube com uma grande má vontade. Pelos cálculos do que tinha a receber e os salários até o fim do ano, dá um alívio de praticamente R$ 6.000.000,00 (seis milhões de reais) no orçamento de um combalido cofre. Pelas últimas aparições em campo, já não fazia toda a diferença a que se propunha e já não parecia “suportar o rojão” de muitos jogos em sequência.
Por fim, há muitos que o consideram “ídolo”, mas a maioria da torcida parece não entender assim e, na soma dos fatores, Nenê jogou para o alto a chance de realmente ser amado por alguma torcida no Brasil. Com passagens de períodos de 2 ou 3 anos por diversos clubes jamais se firmou por aqui e, por mais que tenha muito talento natural, as suas escolhas fizeram mal a si mesmo.
Então, somando-se todos esses fatores. Será que Nenê fará falta ao Vasco o Vasco fará falta ao Nenê?
Lembro-se que, o jogador sempre passará, mas o Vasco será eterno!
/+/ SAUDAÇÕES VASCAÍNAS /+/
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