Por Matheus Barbosa
Um problema que atinge não só o Vasco, mas todo o Brasil, é a falta de verdadeiros camisas 10. Obviamente que quando me refiro ao número sagrado. Estou falando da antiga concepção de jogador camisa 10: o meia armador, o cara que vai pegar o time nas costas e vai armar as jogadas ofensivas.
Atualmente o nosso camisa 10 é o Nenê, indiscutivelmente um craque com uma bonita carreira no PSG. No entanto, Nenê está longe de ser um meia armador. Na sua passagem pelo clube francês, era um ponta, meia atacante, e não tinha obrigação de armar jogada. Isso fica muito claro na sua atual passagem pelo Vasco.
Na falta de um meia habilidoso pra carregar o time, quem tem que armar as jogadas acaba sendo ele, mas Nenê já mostrou, várias e várias vezes, que não sabe fazer essa função. Conseguimos contar nos dedos da mão o número de enfiadas que acertou desde que chegou no Vasco. Nenê não sabe armar, não sabe chutar, e, infelizmente, está velho demais para que seus dribles, que um dia foram mortais, sejam eficientes o suficiente pra criar situações de perigo ao adversário. Ele seria melhor aproveitado se colocado mais perto da área como segundo atacante, ou até um falso 9.
Nosso último meia armador clássico foi o Douglas em 2014, mas esse não teve tanta sorte com a camisa do Vasco e nunca jogou tudo que sabe. O nosso ultimo meia armador clássico que deu certo foi o maestro Felipe. Desde então, nunca mais vi no Vasco um jogador com a visão e o passe que ele distribuía em campo.
Já estabelecido o problema, qual seria a solução? No atual elenco, as jogadas mais perigosas são criadas pelas laterais, em cruzamentos para a área ou em bolas paradas, também alçadas na área. No meio, o único jogador que realmente tem características pra desempenhar a função de armador é o Wagner. Ele já foi o cara no Cruzeiro e era um reserva de luxo para Thiago Neves, Deco e Conca no último título brasileiro do Fluminense. Tem um bom passe e um ótimo chute de fora da área. Seu maior problema é a falta de ritmo de jogo pelo tempo que ficou parado na China, e ele só será resolvido colocando o cara pra jogar.
Caso o Wagner não seja suficiente, nossa outra opção seria apostar na base ou trazer um jogador pra posição que já chegue pra ser titular. No entanto, sabemos que contratação pontual e de qualidade não é a especialidade da atual diretoria.
Enquanto especulamos 1001 zagueiros, a dúvida sobre o meio e o ataque do time continua.
Saudações Vascaínas.
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