Como mensurar a paixão de um torcedor? Normalmente é difícil responder esta pergunta, pois cada torcedor tem motivos para chancelar sua paixão. A paixão clubística é algo surreal, mágico e talvez divino. Quem ama o seu clube o coloca acima de qualquer coisa. A paixão na maioria das vezes nos cega, haja vista que para o apaixonado torcedor, o seu clube é o maior do mundo e ponto final. O fanatismo e a devoção nos levam a irracionalidade e a sandice por vezes, mas o que importa? Como diz um texto bíblico, “os loucos herdarão o reino dos céus”.

O torcedor nutre um amor agape, ou seja, incondicional independentemente dos resultados esportivos. Ama o seu panteão, dane-se o rival, essa é a lógica, não é mesmo? Pois bem, o Vasco da Gama na partida da semifinal da Taça Guanabara resolveu colocar a bandeira de seu maior rival em seu uniforme como uma forma de demonstrar apoio após as mortes dos meninos no Centro de treinamento Ninho do Urubu. A atitude dividiu os torcedores, pois para alguns, era inadmissível colocar uma bandeira do rival em nossa armadura. Muitos argumentaram que com isso, estaríamos apoiando o culpado pela tragédia (Flamengo), mesmo o processo não estando transitado em julgado ainda. Já está impregnado em nossa cultura eleger culpados e inocentes sem qualquer crivo científico. Só deixando claro que não estou aqui para defendê-los, pois a intenção do texto não é essa. Até “dirigentes” da oposição criticaram a atitude da diretoria.

Entretanto, quero chamar à atenção dos vascaínos, amantes da cruz de malta (pátea) assim como eu, independentemente do rival ser culpado ou não, a atitude vascaína foi altruísta. Assim como a torcida, não tenho simpatia nenhuma pelo Flamengo (estou sendo polido nas palavras, acreditem), todavia não podemos esquecer quem somos e de onde viemos. O Vasco nasceu como resistência, se tornou popular por abraçar negros e pobres, vanguardista em lutas sociais, até avião nós demos de presente ao país á época da Segunda Guerra Mundial, nossa história fala por si só. Precisamos olhar para o passado para aprender com nossa história, construindo um futuro respeitando nossas  tradições. Ouvi alguns vascaínos dizerem a seguinte coisa: “Se fosse conosco duvido que fariam o mesmo”, perguntei a um deles: E daí? A questão não era essa. Não podemos pedir algo para quem não tem o que dar, a bela atitude da diretoria (respeitando nosso pioneirismo) só DEMONSTROU QUEM SOMOS, não podemos nos igualar a ninguém, somos inigualável, SOMOS CLUBE DE REGATAS VASCO DA GAMA!

Há anos diretorias passadas vem destruindo nossa imagem diante da opinião pública, negligenciando nossa rica história. Um grupo retornou ao poder em 2015 com o discurso de que o “respeito voltou”, mas nos colocaram na segunda divisão pela terceira vez. Vocês acham que não conseguimos um patrocinador máster com valores consideráveis por quê? Aliás, até agora não conseguimos nem por valores mais baixos. Como um clube com uma gigantesca torcida a nível nacional e com uma mobilização gigantesca nas redes sociais não consegue apoio de parceiros? A nossa imagem foi esfacelada por pseudos vascaínos espoliadores. A bela atitude vascaína mostrou que o futebol é mais do que um jogo de 22 jogadores correndo atrás de uma bola. O Vasco não é chamado de Gigante apenas por suas conquistas, mas por tudo que representa. Parabéns aos atuais dirigentes, pois apesar de ter um monte jogando contra, fez a coisa certa!

EU TE AMO VASCO!!!

(+) Saudações Vascaínas (+)