Os artigos escritos no Saudações Vascaínas, normalmente não se apresentam na primeira pessoa, pois refletem um pensamento comum, uma conceituação ou constatação de uma realidade ou a divulgação de uma notícia.
Entretanto, vou me permitir dessa vez, escrevê-lo traduzindo fielmente a minha visão pessoal sobre o que vi durante o jogo, de dentro das sociais de São Januário, com o caldeirão fervendo em mais uma linda declaração de amor da mais maravilhosa e apaixonada torcida desse país.
Ontem, EU, realmente vi um jogo diferente. Eu vi um Vasco infinitamente inferior ao seu adversário, se superando bravamente para enfrentar um Palmeiras muito bem montado na defesa e competente no ataque, com peças individuais de ótima qualidade e com reposição quase sempre a altura.
Eu vi um time que, diferentemente de várias partidas jogadas durante o ano, quando foi facilmente vazado, tendo em sua defesa, a sua maior fragilidade, com erros bisonhos de posicionamento e individuais, QUASE ter êxito sobre um ataque criativo, rápido e entrosado. O ataque mais positivo do campeonato.
Eu vi uma defesa ganhar TODAS as bolas centradas na área do Vasco, e foram muitas, em faltas, cruzamentos ou escanteios. Nisso, ela foi soberana.
Eu vi o Palmeiras apenas vencer nossa defesa na criatividade, em um passe primoroso por cobertura de Dudu para a penetração de William e o toque oportunista do competente Deyverson.
Eu vi um time com suas deficiências conhecidas, mas que lutou muito, superando sua péssima preparação física, a dificuldade de lutar contra o próprio corpo, para tentar alcançar um resultado positivo. Não faltaram carrinhos, faltas, antecipações e roubadas de bola.
Eu vi um Maxi ganhar TODAS as bolas lançadas para o ataque em disputa contra o ex-vascaíno LUAN, transformando “Bolas Quadradas” em verdadeiras “Esferas”, como citou meu amigo Mauro em um comentário após o jogo. Pena que não temos atacantes deem sequência em suas jogadas. Que jogadores como Kelvin e Pikachu não mereçam o companheiro que possuem.
Eu vi arrancadas de Thiago Galhardo, que lutou sozinho no meio campo para tentar criar alguma coisa, travando uma batalha particular contra o volante Felipe Melo, literalmente um monstro no meio campo, na cobertura aos zagueiros e na defesa. Como esse cara consegue estar em TODOS os lugares ao mesmo tempo? Felipe Melo consegue cortar mais bolas lançadas em sua área do que os dois zagueiros do Palmeiras juntos. E, mesmo assim, não vejo que a batalha tenha sido perdida por nosso meia que, contra todas as expectativas, fez um “Partidão”.
Eu vi uma arbitragem extremamente parcial, que procurou, levianamente, inverter TODAS as bolas para o Palmeiras. Um crime, pois o time paulista não precisa disso. O Vasco foi claramente operado dentro de sua casa, mais uma vez, e da pior maneira possível pois, mesmo que não houvesse um erro gritante como um pênalti mal marcado ou um gol ilegal para o adversário; ou finalmente, um pênalti não marcado ou um gol anulado indevidamente para o Vasco, a arbitragem simplesmente não deixou o Vasco jogar. Jogadas semelhantes, sempre eram decididas em favor do Palmeiras, sem uso de critérios técnicos. Jogadas duvidosas, tinham sempre um mesmo vencedor. Foi uma vergonha, um vexame, que culminou na expulsão de Pikachu. E confesso que talvez eu também tivesse sido expulso nesse jogo se estivesse dentro de campo.
Finalmente declaro que me emocionei com a festa. A torcida foi magistral e respeitosa, como sempre deve ser. Gritamos, cantamos, apoiamos e cobramos, sempre em alto nível. Vale ressaltar também o congraçamento entre as torcidas do Vasco e Palmeiras, dentro e fora do campo. É lindo ver que duas torcidas de times em situações tão distintas, podem torcer em paz e união. Muitos, muitos palmeirenses estiveram presentes fora da área restrita à torcida adversária, em total união. E as palmas deferidas pela torcida do Vasco, ao final da partida, me encheram de orgulho. Parabéns Torcida Vascaína.
Hoje, para mim, não será dia de críticas. Não me importaram as falhas individuais, não me importou o resultado. O Palmeiras mereceu a vitória e o campeonato. O Vasco lutou como deve ser e me encheu de orgulho. A situação da equipe no campeonato, nada tem a ver com esse jogo. Espero apenas que a equipe entre em campo contra o Ceará, na última rodada, com o mesmo ímpeto e espírito. Lá sim, lutaremos contra um adversário com o nosso nível e, se mantivemos o mesmo foco e determinação, poderemos fazer o que não conseguirmos até aqui. Vencer fora de casa.
A torcida vascaína merecia estar lá para “jogar” como “jogou” ontem.
Saudações Vascaínas.
Boa tarde. Bom comentário. Discordo PRO VASCO QUE DEVE SER, mas admito pro VASCO QUE INFELIZMENTE se tornou. Lamentável, termos que nos contentar em termos 3 ou 4 bons jogadores. E só. É pouco, amigo. Não nos esqueçamos, porque este encantamento que você retratou na sua coluna muito bem escrita deve servir para vermos o como o VASCO É GIGANTE, mas como também tem sido pequeno, como você bem disse, jogaremos no domingo com o CEARÁ, aí sim, como você reconhece, adversário de nossa estatura. Com todo respeito ao CEARÁ,isso é inaceitável pela história ao longo de mais de um século de existência, mas convenhamos, bem compreensível pensando em nossa (DES)estrutura a partir de 2001. ACORDA, VASCO! Não é bom pela segunda vez em pouco tempo servirmos de palco para conquistas alheias…e o que é pior, perdendo. Como prefiro, e tenho a certeza que você também, ver o VASCO grande, com todo o respeito, me PERDOE, mas eu não gostei nem um pouco do que vi. Um abraço, e mais uma vez, parabéns pelo texto.
Orlando, se me permite acrescentar…mas aí vou ter que discordar e sinceramente, apesar de toda a sua argumentação ser coerente, não tem explicação: NÃO SE IMPORTOU COM O RESULTADO? APLAUDIR O PALMEIRAS PORQUE É TORCIDA “AMIGA”? você não acha que isso é transbordar da boa educação e serenidade (sempre deve haver) e chegar às raias do apequenamento? desculpe, mas sugiro que você reexamine o que deve ser verdadeiramente VASCO: educado, sempre. Até aplaudir, talvez, o adversário superior momentaneamente, mas se arrepiar e ficar feliz…olha, ligue, amigo, o sinal de alerta. Não se deixe abater pelos anos de apequenamento do clube. Ainda e sempre hemos de ser (oxalá) O GIGANTE.
Dante, sempre permitirei acrescentar, discordando ou concordando. Entendo sua colocação, mas não é o meu pensamento. Sou e sempre serei um defensor do respeito, da união e do “transbordo” da boa educação. Disso não abro mão. E também não tenho a prepotência de ser o dono da verdade. Escrevo meus textos não para convencer quem quer que ser, mas para compartilhar meus pensamento. Que bom que não são unânimes. Só não entendi o pedido para que eu ligue o sinal de alerta. Sou vascaíno apaixonado, contribuinte, sócio há mais de 30 anos. Frequentador assíduo dos jogos desde meus singelos 4 anos de idade (quando vi da arquibancada o 1000 gol de Pelé – Fato que me marcou minha memória e me fez chorar pelo nosso Andrada). Vivi os tempos de glória do nosso Gigante. Estava lá também na final de 1974, apertado entre um degrau e outro da arquibancada lotada. Amigo. Não corro risco algum, pois meu orgulho pelo Vasco vem de berço e para o berço passei. Mas sou uma pessoa do bem e justo, amor da amizade e do respeito. Grande abraço e obrigado pelo comentário em alto nível.
Caro Orlando. Jamais discordei da postura fidalga, gentil e educada que qualquer cidadão deve ter. Isso estamos em total acordo. Da vascainidade, idem…mas não entendi mesmo como um vascaíno ainda mais com as suas credenciais de vascaíno a toda prova, pode aplaudir um adversário que está no extremo oposto da gente, e o que é pior – a meu ver – SE ARREPIAR COM O GESTUAL DA TORCIDA VASCAÍNA COM IGUAL PROCEDER (quero crer que tenha sido a minoria, como já procurei saber)!? quanto ao sinal de alerta, meu caro, vai justamente ao encontro de um “CONFORMISMO E ENCANTAMENTO que você narrou, nem sequer se importando inclusive com o resultado…??? (foram as suas palavras)…aí, que me desculpe, NÃO SE INDIGNAR COM A QUALIDADE BAIXÍSSIMA DA EQUIPE, DO TÉCNICO E DE UMA DIRETORIA ANTIÉTICA A TODA PROVA, honestamente – a meu sentir – é estar faltando o pulsar de GIGANTE na sua veia, enquanto vascaíno BRILHANTE PELO VISTO que és. Por último, aí vai a minha nova (e segunda) crítica, SEMPRE RESPEITOSA, porque no mais gostei muito do seu escorreito texto. Se me permite: argumentar de que você é sócio contribuinte, de tantos anos…meu amigo…não indica maior vascainidade por exemplo do que aquela que eu tenha, por exemplo. Não mesmo. Apenas retrata a felicidade que tens, embora tantos queira, mas por qualquer impossibilidade não seja sócio. Soa, amigo, ademais, como uma espécie de “carteirada”, como se isso o tornasse maior ( ou ter maior legitimidade) que o leitor não sócio. Tenho, Orlando, 47 anos, sempre fui e serei com muito orgulho VASCO, e como muitos desafortunados (por não ser sócio) como eu, ajudo o meu clube de outras formas, ao comprar itens oficiais, assinar pay per view no nome do nosso GIGANTE, torcendo e defendendo sempre a cruz de malta. E mais uma vez repito, com todo o respeito, discordando do texto por você escrito: NÃO GOSTEI NADA DO QUE VI NO DOMINGO PASSADO. ESSE NÃO É O VASCO QUE VIVI, E QUE DESEJO PARA O FUTURO, MAS SIM UM VASCO VENCEDOR, DESBRAVADOR, EMBORA SEJA FAVORÁVEL SEMPRE DA FIDALGUIA E DA NÃO VIOLÊNCIA.
Um abraço, e obrigado pelo carinho da resposta. Isso é virtude e consideração. Tem você a minha, Orlando. É que como prezamos a democracia (estou certo de sua concordância a respeito), ousamos divergir, e depois refletir, e crescer certamente.
Triunfaremos no domingo. E veja o que penso: VASCAÍNOS DAS ORGANIZADAS E DEMAIS (eu inclusive) devemos todos ser ostensivos e enfáticos na cobrança dos homens que brigam e dão rasteira nos outros para assumirem os PODERES dos conselhos, e da DIRETORIA ADMINISTRATIVA uma maior vascainidade, tal é como a sua, a minha e a de milhões de vidas pelo mundo que levamos a CRUZ DE MALTA NO PEITO DESDE QUE NASCEMOS…como diz a canção nas arquibancadas. SV
Dante, Mais uma vez volto para tentar me corrigir em uma colocação que pode ter gerado incompreensão. Meu relato de ser um sócio há mais de 30 anos, nada teve de objetivo dar “carteirada” em ninguém. Muito pelo contrário, Apenas quis demonstrar o meu orgulho e resiliência enquanto torcedor vascaíno, pois amamos o nosso clube “Apesar de” e não “Por causa de”. Amamos incondicionalmente. E estou longe de estar conformado com tudo que está acontecendo e o que estão fazendo com o nosso clube de coração. O “GOSTAR” de uma partida passa muito também pela expectativa que depositamos nela. É claro que torci com todas as minhas forças para que saíssemos com pelo menos um ponto. Não foi possível e vida que segue. O Vasco, definitivamente, não está na situação atual por conta do que produziu ou pelo que não fez nessa partida. Perdemos inúmeras oportunidades durante o campeonato e cometemos inúmeros erros durante o ano, que foram mais importantes para chegarmos onde chegamos. Por outro lado, olho o mundo com os olhos da virtude, procurando tirar as coisas boas de cada momento, seja ele alegre ou triste. Sempre há algo a aprender e a se valorizar. Vivo assim. E respeito cada opinião. Grande Abraço. Obrigado mais uma vez.
Valeu, Orlando. Que bom eu não ter compreendido tão bem. Mas isso nem o mais importante. O que vejo claramente, como reconheci em você em todos os escritos, é a dita por mim ( NÃO QUE EU TENHA INVENTADO) vascainidade. Sim, parabéns, por conseguir e preferir olhar com olhos de virtude. Mais ainda pelas respostas e diálogos aqui travados.
Valeu.
(…) mas se me permite expandir um pouco, saindo um pouco da rota do tema, gostaria de ler a sua opinião acerca de minha ideia (PODE DIZER ASSIM: QUE ISSO, CARA, VOCÊ PENSA ESSA M AÍ MESMO…OU COISA DO TIPO) que vou resumir a seguir.
1) penso que só com LUTA, e vejo como meio mais eficaz os protestos sistemáticos (sem violência, ameaças, quebradeiras, evidentemente) A FAVOR UNICAMENTE DO CLUBE, com mobilização centrípeta (pelas redes sociais: do BRASIL PARA O RIO DE JANEIRO, para primeiro tornar as eleições no VASCO como devem ser: diretas;
2) espera-se que exista grupo (espero que haja) para implementar planos de metas de curto prazo de resgate da marca VASCO, com credibilidade, MAS de FORMA OUSADA. Sem querer apoiar tal ou qual grupo, do que li e vi NOS VÍDEOS DO GRUPO DO BRANT é aquilo que mais se aproxima de minha ideia (acho que todos os vascaínos querem a marca nacional forte, e daí: sulamericana e por fim MUNDIAL), embora não o conheça pessoalmente, porém o plano de ideias dele é de VASCO VENCEDOR mesmo;
3) Minha ideia é que no primeiro ano de um mandato transparente, mas com a finalidade de formação de um time de primeira linha, desde que já haja previamente um investidor bom, comprando a ideia de um marketing “audaciosamente louco”, sim, é preciso VENCER, FINCAR NOVAMENTE A MARCA VASCO E DIZER COMO O PORTUGA MAIS FAMOSO DA BOLA: ” EU ESTOU AQUI!”
4)…e meu amigo, aí entraria em cena a MAIOR responsabilidade: – aumentar o número de sócio em proporção exponencial ( o torcedor pode permanecer pagando, se o clube for transparente e bem administrado, mas o clube precisa disputar e ganhar sempre, afinal, é para isso que o VASCO veio ao mundo), negociar patamares mais elevados de quotas de televisão, melhores investidores: eis a lógica por trás do CÍRCULO VIRTUOSO DA APARENTE LOUCURA FINANCEIRA.
….e daí sempre com equilíbrio, saber jogar o jogo do mercado financeiro e da bola.
Aguardo, se possível, a sua crítica..
Claro, não sou economista e nem administrador, mas sei que o que vence (aumento de torcida, sócios e prosperidade financeira) no mundo da bola é o CLUBE CONQUISTADOR.
Um abraço, Orlando.
DANTE BRUNO FILHO. SV.
Dante, se você deseja saber, não é surto seu. Todas as suas propostas estão alinhadas com o pensamento de muitos vascaínos que estão se mobilizando para “salvar” o Vasco. Entretanto, a solução para a verdadeira retomada talvez passe por uma intervenção judicial, que afaste aqueles que apenas sugam o clube e não entregam nada. Sobre esse ponto, leia na internet sobre a intervenção judicial que ocorreu no Bahia há alguns anos e que devolveu o clube aos verdadeiros donos e à sua torcida. Por outro lado, Uma mobilização de fora para dentro sem um apoio judicial não possui o amparo para realizar qualquer mudança dentro do clube, muito menos no seu estatuto, que dita as regras das eleições. Por outro lado, a torcida pode sim, através da mobilização sugerida por você, cobrar dos políticos brasileiros a criação de leis específicas para enquadramento dos clubes em um modelo de gestão moderno e seguro, a famosa governança, criando responsabilidade civil e criminal para seus dirigentes. Amigo. Acredite. O Vasco sairá dessa, cedo ou tarde, e chegará o tempo em que voltaremos nossas energias apenas para a comemoração. Grande abraço.
Valeu, Orlando. Uma honra poder debater com uma pessoa do alto nível seu, certamente agrega prá mim. Vou ler. Confesso que não conhecia sobre o Bahia. Vou estudar o caso, sim. Um abraço, obrigado uma vez mais. Parabéns ao SV, que tem pessoas como você e o meu amigo Mauro, dentre outros colunistas. Vamos ter o alívio no domingo. SV