Eram decorridos 36 minutos do segundo tempo do jogo. O Vasco vencia o Fortaleza por 1 a 0, placar fundamental para que o time pudesse deixar pra trás um adversário direto na briga contra o rebaixamento no Brasileirão e, de quebra, ainda voltar à zona de classificação para a próxima Copa Sul-Americana. Talles Magno recebe a bola perto da linha lateral, quase na linha de fundo da defesa da equipe cearense. Logo chega a marcação de Gabriel Dias. Parece não haver espaço.

Eis que o menino Talles, transformando o espaço de um pequeno guardanapo em um enorme latifúndio, como diria Nelson Rodrigues, prendeu a bola entre os pés e, jogando-a por cima do adversário, arrancou rumo à área do Fortaleza, só parado com a falta que resultou na expulsão de Dias.

O camisa 43 do Vasco, chamado de Talles “Mágico” pela torcida cruz-maltina, desfalcará o Gigante por várias partidas, a serviço da Seleção Brasileira Sub-17. Fará falta, é claro, mas a boa atuação do novo contratado, Felipe Ferreira, aliado ao retorno do onipresente Raul, podem ser alentos para o porvir.

Mas não é hora de lamúrias. É hora de celebrar mais um feito desse garoto que, a cada partida, segue desfilando a magia de suas jogadas com a lendária camisa cruz-maltina, ao menos enquanto ele ainda pisa o gramado de São Januário.

É como disse uma vez outro jovem, mas saudoso atacante vascaíno, também dono de dribles desconcertantes, chamado Denner:

“Às vezes um drible bonito vale mais do que um gol”.

 

/+/ Saudações Vascaínas /+/