Na véspera de mais um jogo em que a vitória é fundamental para o Vasco não “atolar” no Z4 do Brasileirão, o Saudações Vascaínas retoma o quadro “Jogos Memoráveis”, lembrando de um outro Vasco x Santos que até hoje nos enche de orgulho: quarta-feira, 3 de agosto de 2011, válido pela 14ª rodada do Campeonato Brasileiro daquele ano.

A temporada era espetacular para os dois times. O clube paulista era campeão estadual e, com um show da dupla Neymar e Ganso, conquistara a Libertadores; o Vasco tinha conquistado o título da Copa do Brasil e disputava ponto a ponto a liderança do torneio de pontos corridos com o Corinthians. Não bastasse o momento das equipes, haveria um duelo particular entre a jovem revelação santista e o zagueiro Dedé.

 

A partida começou eletrizante! Logo no primeiro minuto, Diego Souza arrancou com a bola dominada no meio e a bola sobrou pra Éder Luís, que perdeu gol feito. No segundo ataque vascaíno, o então camisa 10 cruz-maltino não perdoou: mandou um balaço da entrada da área que explodiu no travessão e morreu nas redes santistas.

Mas o nome do jogo foi mesmo Dedé. O nosso zagueirão, que tinha acabado de ser convocado para a Seleção Brasileira pela primeira vez, estava cheio de moral e, além de anotar o segundo gol, de cabeça, simplesmente anulou todas as investidas do Santos, especialmente as de Neymar. Ou, como nós, vascaínos, dissemos à época, “botou o Neymar no bolso“! Uma atuação memorável de Dedé, que levou ao delírio as arquibancadas de São Januário.

 

Amanhã a Colina Histórica estará sem torcedores, infelizmente. O Vasco também não poderá contar com jogadores do nível de Dedé, Diego Souza e Felipe, entre outros. Mas, se nossos “bolsos” estão furados de boas expectativas, sempre é bom lembrar que somos um Gigante e, enquanto houver uma Cruz de Malta em campo, estaremos plenos de por dias melhores.

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Mauro Amorim Filho
Cronista, Gaúcho de nascimento e criado no Rio de Janeiro.
Servidor público e pós-graduado em Direito, este filho e neto de portugueses herdou deles o amor pela Pátria-Mãe e pelo Club de Regatas Vasco da Gama.
O sentimento foi evidenciado pela primeira vez no dia 19 de junho de 1988, quando, ainda menino, viu pela TV um certo Romário abrir o caminho da vitória e do título estadual sobre o arquirrival.
Desde então, esse menino cresceu e, com ele a paixão pelo Gigante da Colina, tanto na admiração por muitos ídolos que passaram por São Januário quanto pela alegria com as inúmeras glórias alcançadas pelo time da Cruz-de-Malta.
Amante das letras, Mauro traduz em verso e prosa o traço de união Brasil-Portugal tão bem delineado pelo Vasco.